CAPÍTULO 09

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— O-o rato-to roeu a ro-roupa do rei de Rom-ma.

— Outra vez. – William pediu gentilmente a Arthur.

Estavam os três no carro, William estava levando seus filhos de volta para a casa da mãe após passarem uma semana inteira com ele na Clarence House. Havia sido sem dúvidas muito agradável e George tinha insistido para acompanhá-lo no trabalho um dia, o que William não achou de tudo ruim já que ele tinha a idade dele quando sua mãe começou a levá-lo para conhecer pessoas em situações muito piores que a dele.

Assistiu com certo orgulho enquanto George se sentava com estranhos e jogava xadrez com idosos. Ele estava aprendendo ainda, mas seu raciocínio lógico era particularmente desenvolvido. Ele era melhor que William em xadrez quando os dois tinham a mesma idade.

— O rato-to roeu a roupa do r-rei de Roma.

— Melhor. – William elogiou, olhando para Arthur pelo retrovisor e piscando.

O filho sorriu e tornou a atenção ao game-boy que tinha pegado emprestado de George. Muito mais emburrado que suas outras duas crianças, George olhava com mau humor para a janela.

Ele tinha pedido para morar com William. Tornou a dizer que não gostava de Max e que não gostava que as gêmeas e ele sempre estivessem em casa ou que eles sempre estivessem na casa deles.

Aquilo fazia parte do divórcio, não era diferente com ninguém. William também foi apresentado aos namorados da sua mãe, ele também tinha que conviver com eles, e o pior foi ter que conviver com Camilla, mas era assim com todo mundo, ele sabia que não era Max ou as gêmeas, era porque George queria sua família de volta.

— Semana que vem nós vamos nos divertir de novo, ok? – disse a George, agachando-se para ficar na altura dele.

— Eu odeio a Clarence House. – ele resmungou. — Quero que você volte para o KP.

— Não posso. — disse fazendo um carinho no braço dele. — Tenho que ficar lá porque agora sou o Príncipe de Wales, lembra?

— Eu odeio ser George Wales. Eu quero ser George Cambridge de novo!

As mãos de William encontraram os ombros de George. Enquanto para alguns era um gesto autoritário, para George aquele era apenas o conforto. Ele sempre se sentia mais seguro ao toque sutil das mãos calejadas de seu pai ou do abraço quente de sua mãe.

— Eu sei que as coisas são difíceis agora, mas aos poucos você vai se acostumar e tudo vai melhorar. Dê uma oportunidade ao Max, as gêmeas. Sua mãe está tão feliz.

— Por que ela fica feliz e todos nós ficamos tristes?

— Charlotte e Arthur gostam de Max. — William disse empaticamente. — Sei que você acha que isso é culpa da sua mãe, que é culpa do Max e das gêmeas, mas não é. Nós tínhamos nossos motivos para nos separarmos e vivermos vidas diferentes.

— Por que então?

— Porque a única coisa que nos mantinha juntos eram vocês. — William explicou com um suspiro. — Sua mãe e eu sempre vamos ser amigos, George, mas também merecemos ser felizes. Lembra que a mamãe só ficava no quarto? Que ela nunca queria fazer nada e se divertir?

O menino de cabelos loiros encolheu os ombros e acenou com a cabeça.

— Agora ela viaja com vocês, leva todos para passear. O Max vem no pacote, ora essa, mas foi ele que a ajudou a se tornar uma pessoa melhor. Parece justo que ele também possa se divertir com vocês.

The Other WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora