The Other Woman

CAPÍTULO 49

— Que cara é essa?

— Não sei do que você está falando.

William franziu o cenho. Crystal normalmente não resmungava, ela nunca olhava para baixo. Ela dizia o que precisava e expressava abertamente o que passava por sua cabeça, mas desde que tinha chegado ela estava de péssimo humor.

Exceto para as crianças. Ela nunca estava de mau humor para as crianças.

— Crystal, podemos brincar de desfile de moda e pedir ao papai para nos dar notas? — Charlotte perguntou serelepe, surgindo na cozinha.

Ela estava pronta para sorrir e dizer algo como 'claro, vá na minha frente' e deixaria Charlotte transformar o closet deles numa zona, mas William interveio e disse que já estava muito tarde para brincar e que ela devia ir tomar banho.

— Eu vou tomar banho com Crystal. — Charlotte explicou.

— Não, querida. — disse se abaixando para ficar na altura dela. — Crystal não está se sentindo muito bem.

Acariciou Charlotte no rosto e então a pegou no colo para leva-la ao andar de cima. Antes de subirem, Charlotte estendeu os braços para Crystal e a abraçou.

— Não fique triste, Crystal. — ela pediu em sua inocência infantil. — Nós somos melhores amigas.

— Oh, eu sei princesa.

— Meu abraço faz você se sentir melhor?

Crystal acenou com a cabeça, seu rabo de cavalo balançando e William jurou ter visto lágrimas escorrerem de seus olhos. Ela foi rápida em desviar o olhar e continuar a lavar a louça do jantar.

Passando pela sala com Charlotte em um dos braços, ele viu George e Arthur jogando tênis no Xbox. Disse aos dois que desligassem tudo e se preparassem para a cama.

— Mas está super cedo! — George reclamou. — Nós literalmente acabamos de jantar!

— Não faz mal deitar um pouco mais cedo. — William respondeu. — Vá escovar seus dentes.

Crystal continuou na cozinha. Ela lavou a louça dos cookies que tinha preparado a tarde para as crianças e também a do jantar.

Os serviçais sempre comentavam que ela não deveria se dar ao trabalho, mas Crystal gostava de ficar na cozinha e ter algo para ocupar sua cabeça. Mesmo que aquilo significasse lavar uma pilha de louça depois.

Depois de terminar, a primeira coisa que fez foi abrir uma garrafa de vinho e se servir de uma generosa taça. Estava terminando de virar o conteúdo quando William apareceu e soltou um longo assobio.

— O que há com você? — ele perguntou preocupado.

— As crianças já deitaram? — Crystal respondeu com outra pergunta, sua mão indo direto ao canto esquerdo da boca que escorria um pouco de vinho.

— Sim. — William respondeu. — Dormir cedo não faz mal a ninguém.

Ele viu Crystal respirar fundo. Perguntou se ela queria que pegasse sua bombinha, mas apenas recebeu uma resposta negativa.

Puxou a cadeira para que ela sentasse e ocupou a cadeira logo ao lado. Segurando a mão dela, William perguntou o que estava acontecendo. Ele imaginou se talvez não fosse algo que tivesse feito, mas procurando em sua memória William não conseguia encontrar um bom motivo para Crystal estar daquele jeito por causa dele.