CAPÍTULO 38

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                        William não pregou o olho naquela noite. Não só porque estava preocupado com George e vez ou outra sentia necessidade de ir checa-lo, mas também porque se sentia mal por ter brigado com Crystal e ter a responsabilizado por algo que não era sua culpa.

Ele sentiu vontade de ir ao quarto dela no meio da noite. Sabia que ela tinha ido na recepção e pedido um quarto standard para passar a noite, mas ele se conteve e decidiu que falaria com ela pela manhã quando já se sentisse mais calmo.

Evidentemente as crianças perceberam a ausência dela. Ao perguntarem a William sobre o paradeiro da amada mulher, ele disse que Crystal tinha acordado muito cedo e havia ido dar uma volta.

Naquele dia eles decidiram não ir à praia. George não podia pegar sol, mas era cruel a ideia de deixar todos presos no apartamento porque um deles deveria estar de repouso. Então William sugeriu que eles ficassem na piscina privativa do hotel, assim George poderia se esconder embaixo do guarda-sol e com seu boné enquanto Charlotte e Arthur se divertiam.

Quando eles chegaram na área da piscina, Crystal já estava lá de biquíni e fazendo palavras cruzadas. Ela se levantou para receber as crianças que imediatamente foram para o lado que Crystal estava e simplesmente colocaram suas coisas perto dela.

Aquilo o fez se sentir mais culpado. Acusou-a na noite anterior de querer se livrar de seus filhos. Como poderia ter dito algo assim? Ela estava ali colocando boia nos bracinhos de Arthur, ouvindo pacientemente Charlotte tagarelar e foi beijar George assim que o viu.

— Me dá um sorriso.

George sorriu e mostrou o dente remendado. O dentista havia feito um trabalho muito bom, era como se fosse novo, como se George nem tivesse de fato o quebrado.

— Eu tenho que ficar na sombra e não posso comer nada quente. — contou George se sentando no colo de Crystal que havia servido água para os dois.

— Você comeu o quê no café da manhã?

— Tomei leite e comi gelatina.

George rapidamente já perguntou se poderia jogar no celular de Crystal. Ele quase nunca era autorizado a mexer no de William, porque as pessoas ligavam para William o dia inteiro. Crystal, a exceção de algumas ligações da Harbor Advogados, quase nunca recebia ligações.

Ela deixou George sentado embaixo do guarda-sol e foi recolher as palavras cruzadas que tinha esquecido na espreguiçadeira. William estava parado no mesmo lugar, sem saber se deveria ou não se aproximar.

Deixou para Crystal fazer o primeiro movimento e ela foi até onde ele estava.

— Oi. — ela disse em tom tranquilo. — Bom dia.

— Bom dia.

A energia entre eles estava estranha. Havia claramente a tensão, um pouco de mágoa da parte de Crystal e culpa da parte de William.

Ele deu alguns passos à frente e perguntou se eles poderiam ficar com ela.

— É claro que podem. Estamos viajando juntos. — ela respondeu como se fosse óbvio.

— Ainda estamos viajando juntos?

— Estamos. — confirmou Crystal com firmeza.

Aquilo o deixou mais tranquilo. Ele sutilmente passou os braços ao redor dela e murmurou um pedido de desculpas em seu ouvido, disse que lamentava ter sido bruto, que não devia ter gritado e nem dito coisas ruins.

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