Ao primeiro contato com Llwynywermod, Crystal não achou que iria se acostumar tão fácil. A propriedade se localizava em Carmarthenshire e ficava próximo a saída do Brecon Beacons National Park.
A casa era uma dessas tradicionais de veraneio. Quando Crystal a viu pela janela do carro, pensou que era muito diferente das residências Reais que tinha visto.
O jardim era muito verde e revestido de petúnias cor-de-rosa. Havia videiras no muro da casa e no cercado de madeira que contornava a propriedade, além também de arbustos aparados e uma árvore de tamanho mediano.
Quando eles chegaram havia duas pessoas para recebe-los. O caseiro que morava num sobrado nas proximidades e a esposa dele que aparentemente era quem cuidava de tudo.
Não era um casarão exagerado e que requeria muita manutenção. Era um sobrado antigo de dois andares, janelas de guilhotina e acabamento feito em azul.
Quando eles entravam na casa tinham acesso imediato a uma sala com tapeçarias nas cores galesas pregadas na parede. Havia também uma lareira e duas poltronas de frente para a outra, um tapete que parecia a Crystal de muito mau-gosto, assim como cortinas vermelhas que precisavam ser trocadas.
Ela parou no meio do recinto e olhou para tudo parecendo incerta. O teto era revestido de madeira para sustentar o telhado, o lustre era de ferro e parecia que em algum ponto havia sido feito de velas ao invés de lâmpadas.
Tudo ali era muito antigo. Crystal não tinha certeza se amava ou odiava, mas na primeira semana deles ali a decoração era a última coisa que a importava.
— É tão frio aqui. — disse batendo queixo e se enrolando em outro cobertor. — William, não é possível que o aquecedor esteja ligado.
Ela foi para o sofá para perto do noivo e se encolheu nos braços dele que a rodearam. As mãos calejadas começaram a esfregar o corpo magro de Crystal para esquentá-la.
— Eu já liguei para o técnico, senhor. — informou a Sra. Banes enquanto servia uma xícara de chá fumegante para Crystal. — Aqui, minha querida, vai ajudá-la a se aquecer.
— Obrigada Dylis. — Crystal murmurou fungando por conta de seu nariz entupido. — Eu disse que você poderia ir para casa. Por que não foi ainda?
— Oh. Andreas ainda está consertando aquele vazamento. — A Sra. Banes informou. — Eu achei melhor espera-lo. Precisam de mais alguma coisa? Mais biscoitos, Sua Alteza?
— Não, Dylis. — William respondeu gentilmente para a senhorinha. — Está tudo ótimo. Obrigado.
A mulher rechonchuda saiu cantarolando uma música em galês. William e Crystal riram. Eles sempre se divertiam observando os Banes.
William esticou o braço e pegou o chá para Crystal que tomou relutante. O frio a tinha pegado desprevenida, ela nunca havia levado a sério quando William dizia que as terras altas congelavam os dedos durante o inverno. O resfriado a pegou no terceiro dia de estadia.
— Como você está se sentindo? — William perguntou beijando sua testa.
— Fanha.
— A febre pelo menos parece ter passado. — ele disse encostando a mão morna em sua testa.
— Eu é quem deveria estar cuidando de você. — Crystal murmurou enquanto tomava mais do chá. — E não o contrário. Por falar nisso, está na hora dos seus remédios.
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The Other Woman
RomanceCrystal Sinclair é uma advogada nova-iorquina, nascida e criada em grande estilo na alta sociedade de Manhattan. Após o fracasso de seu relacionamento com um jovem ambicioso, ela aceita um trabalho em Londres e decide apostar na cidade da Rainha par...