Crystal e William não demoraram a se acostumar com a nova rotina. No caso de Crystal incluía um novo emprego e no de William alguns dias por semana em Gales.
Trabalhar para a Weber Ross não era tão diferente de trabalhar para a Harbor. Ela entrava no mesmo horário, tinha uma sala própria, trabalhava na mesma área e continuavam chegando processos difíceis a sua mesa porque se antes ela tinha que provar seu valor por ser mulher, agora ela tinha que provar o melhor por ser novata.
A Weber Ross também tinha um campo mais diversificado de advogados. Ela não se via apenas rodeada de homens brancos com diplomas de Oxford. Havia lá pessoas de toda parte, inclusive Crystal veio a descobrir que Hunter era australiano.
— Um dia desses a juíza Eloise disse que eu devia pegar a indenização que eu ganhei e ir surfar na Austrália. — comentou Crystal enquanto eles almoçavam.
Ela não tinha se dado conta de quanto sentia falta de ter a companhia de alguém no almoço. Na Harbor ela almoçava trancada em sua sala.
— Altamente recomendado. — confirmou Hunter de boca cheia. — Sinto falta de surfar.
— Não sente falta de casa?
— Não. Você sente?
— Não. Londres é minha casa agora. — Crystal explicou.
Crystal ainda não tinha conhecido Ross ou sido apresentada a ela formalmente. Weber tomou seu tempo do almoço para bajulá-la e também para perguntar como era a vida na realeza.
Com um sorriso sarcástico, Crystal respondeu:
— O que o faz pensar que eu saiba algo sobre a vida na realeza?
Weber não a incomodou mais, mas oh, Crystal morreria para que Ross aparecesse para encher o saco.
— Quando eu vou conhece-la? — perguntou para Hunter.
— Quando a Ross tiver tempo para olhar na cara de novatas. — Hunter respondeu com as sobrancelhas inclinadas. — E quando a novata provar que vale o investimento.
Crystal cruzou os braços.
— Eu não sabia que você era a putinha dela.
— Prefiro o termo mensageiro.
Depois do almoço ela teria uma audiência. Era na verdade um grande caso, ela estaria substituindo Weber porque ele tinha precisado viajar com pressa. Hunter iria com ela por apoio moral, porque segundo o mesmo ele era inútil no que dizia respeito a área cível.
Ela participaria de uma contestação de testamento de um milionário. O filho legítimo do homem contestava o direito de participação que o pai dele havia deixado para o filho bastardo.
O filho bastardo era uma criança de doze anos e fruto de um relacionamento extraconjugal que o morto desgraçado havia tido com a filha adolescente da empregada anos atrás.
Quando Crystal chegou a sala de audiência, ela viu uma mulher que não devia ser mais velha que ela e que estava abraçada ao menino. Ela deveria ter o quê quando engravidou? Quinze anos? Dezesseis?!
Não pareciam gente rica. Não, nem perto daquilo. Ela havia lido o processo e sabia que a mãe da criança trabalhava como garçonete num café durante o dia e três vezes por semana o menino ficava com a avó para que ela pudesse cuidar de outras crianças.
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The Other Woman
RomanceCrystal Sinclair é uma advogada nova-iorquina, nascida e criada em grande estilo na alta sociedade de Manhattan. Após o fracasso de seu relacionamento com um jovem ambicioso, ela aceita um trabalho em Londres e decide apostar na cidade da Rainha par...