CAPÍTULO 37

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                        William acordou na manhã seguinte com uma fresta de luz do sol tímida em seu olho. Suas vistas embaçadas tomavam forma e ele conseguiu ver o teto do quarto de hotel, o ventilador que soprava com delicadeza e as cortinas que se remexiam fantasmagoricamente, mas nem de tudo aquilo parecia assustador.

Ele se sentou e coçou os olhos de novo. Ouviu o som maravilhoso do silêncio, de passarinhos e da queda d'água da piscina aquecida que a varanda de seu quarto dava vista.

— Oh, bom dia.

William sorriu ao ver Crystal de camisola, chinelos de dormir e o cabelo preso num coque malfeito. Ela estava com as pernas expostas e o colo pintado era tentadoramente convidativo.

— Bom dia. — William respondeu com um sorriso. — Eu não te vi chegar ontem.

— Isso porque você dormiu e eu fui levar as crianças para o playground.

Ela trazia também uma bandeja de café da manhã. William nem se lembrava de quando tinha sido a última vez a receber aquele tipo de tratamento.

— Onde eles estão? — perguntou interessado.

— Saíram com seu irmão. Foram a um parque aquático.

— Como é que é?!

— Harry os levou para um parque aquático. — repetiu Crystal pacientemente. — Harry e mais cinco oficiais de proteção.

William ficou tenso. Ele podia imaginar a ligação que receberia de Kate quando ela soubesse que os seus três filhos, supertravessos e levados, haviam ido sozinhos para um parque com seu tio cabeça de vento.

— Foi ideia do seu irmão. Ele viu o quanto você está exausto. — Crystal esfregou seu ombro. — Disse para tirar o dia de folga. Ele tem tudo sob controle me parece... está me mandando fotos das crianças se divertindo nas últimas duas horas.

Ele ainda não podia acreditar que seu irmão havia feito aquilo. William estava preocupado, mas de certa forma conseguia apreciar o silêncio da atmosfera. Ele podia até sentir agora o cheiro do aromatizante que Crystal havia trazido — ela dizia que não gostava do cheiro de quartos de hotel, por isso sempre trazia algo de casa para perfumar o ambiente.

— Eu ainda acho isso tudo maluquice e difícil de acreditar. — William explicou. — Mas bem, se eles já foram...

— Você tem direito a um dia de folga. — Crystal insistiu. — Vamos. Coma seu café da manhã e aí podemos começar a fazer algo interessante.

— Eu consigo pensar em algumas coisas.

William estava se sentindo provocado por Crystal desde que eles tinham chegado. Ele estava cheio de ideias.

Mas a bandeja de café estava muito bonita para ser ignorada. Ele descobriu que já eram nove horas e Crystal estava acordada desde as seis, portando já havia tomado café da manhã.

William a assistiu atentamente enquanto ela se preparava para começar o dia. Crystal tinha um ritual pela manhã que consistia em ficar pelo menos uma hora em frente a um espelho.

Ela não fazia maquiagem, mas ela fazia outras coisas. Ela passava algum creme no corpo, pinçava algum fio teimoso que havia nascido na sobrancelha, passava creme antienvelhecimento embora William dissesse que era loucura, porque ela parecia ainda uma universitária.

The Other WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora