CAPÍTULO 10

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Eles fizeram a refeição praticamente toda em silêncio. William elogiou a comida dela, porque estava realmente boa e Crystal tinha feito um tempero de ervas, alho e limão que estava simplesmente divino, fazendo William sentir um pouco de vergonha do pão de alho que ela nem tinha tocado quando foi a sua casa.

O filme estava rodando na televisão, mas os dois estavam de frente para o outro conversando.

— Eu nunca andei de helicóptero. — comentou Crystal. — Avião, jatos sim, mas nunca de helicóptero. A sensação é diferente?

— Eu gosto. — William disse enquanto servia as duas taças com mais vinho. — É mais emocionante. Eu adorava trabalhar na ambulância aérea.

— Oh, eu não sabia...

— Não sabia que realeza trabalha? — William a cortou em meio a sua risada rouca. — Eu gostava de ser a exceção, mas havia gente para criticar, então em um determinado momento eu parei e decidi que ia me dedicar inteiramente ao serviço real e minha família.

Crystal acenou com a cabeça.

— E você? Como decidiu que se tornaria advogada?

Os lábios de Crystal se umedeceram enquanto ela pensava. Começou a conta-lo de quando decidiu que se tornaria advogada, sendo que havia sido numa aula de direitos humanos. Se formou em Antropologia e praticamente em seguida foi aceita na Faculdade de Direito de Yale.

— Então você é fã dos buldogues. — William comentou.

— Você conhece bem Yale. — elogiou Crystal. — Sim, eu sou um buldogue. Foram os melhores anos da minha vida. Quando estou no trabalho e vejo todos aqueles idiotas exibindo seus diplomas de Oxford, me sinto extremamente superior a eles.

William riu e perguntou o motivo daquilo.

— Não sei se é por ser a única mulher de lá, mas eu tenho a impressão que eles agem como uns abutres, verdadeiros animais. — Crystal fez uma careta. — Eu baixei aquele aplicativo de encontros porque estava desesperada para conhecer os britânicos decentes. Sabe? Aqueles de que você ouve falar, com o sotaque sexy e comportamento discreto.

— Conheceu algum? — William perguntou.

— Conheci você. Sotaque, check. Discrição, check.

— Filhos, check. Ex-mulher, check.

— Er, isso não estava nos planos. — concordou Crystal. — O trono britânico também não, mas são meros detalhes.

William riu e olhou para Crystal. Dificilmente podia se sentir tão confortável com a companhia de alguém que mal conhecia como se sentia com a dela.

Queria sentir raiva dela por tê-lo feito de bobo, mas não conseguia. Também queria ignorar a atração entre eles, mas era impossível. Suas mãos pinicavam de vontade para envolver seus dedos aos dela, para descobrir se eram tão macias quanto imaginava.

William a queria embaixo de seu corpo, com as pernas pálidas em torno de seu quadril e as unhas longas de porcelana arranhando sua nuca.

— Eu quero fazer isso, William... quero de verdade desta vez. — murmurou Crystal.

— Isso o quê? — perguntou em tom provocativo.

— Sair para almoçar de vez em quando, mandar mensagens de bom dia e telefonemas antes de ir para a cama. — Crystal repetiu exatamente o que ele havia a dito no dia que almoçaram no St. James Park.

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