CAPÍTULO 33

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                        O anonimato de Crystal só durou pelo domingo. Na segunda-feira de manhã ela acordou com uma ligação de William que tentava outra vez dizer a ela como deveria conduzir a situação.

— Eu olhei a internet ontem. — Crystal disse sonolenta e olhando pela cortina. — Não havia nada sobre mim.

Havia uma dúzia de fotógrafos em frente à sua casa. Uma dúzia.

— Eles esperam a segunda-feira porque é quando as pessoas procuram manchetes. — William explicou. — Crystal, você me entendeu?

— Sim. Sair de casa, não olhar para as câmeras, entrar no carro e sair. — suspirou fortemente. — Não precisa agir como se fosse o fim do mundo. Eu sabia que isso aconteceria.

— Não é o fim do mundo, mas os primeiros dias são os mais difíceis porque é quando a notícia ainda está fresca. — William disse pacientemente. — Eu estou indo para um serviço, mas Miguel ficará com meu celular. Se precisar de mim é só ligar.

— Não se preocupe. Eu ficarei bem. — garantiu. — Não é a primeira vez que lido com paparazzi.

Era a primeira vez que ela lidava com uma dúzia de paparazzi, mas tudo bem.

Ela saiu de casa e foi acometida por uma enxurrada de flashes. Crystal trancou a casa às pressas enquanto escutava as perguntas.

— Bom dia, Crystal! Como foi a festa no sábado?

— Você vai encontrar o William?

— Crystal, nos dê um sorriso e mostre seu carisma nova-iorquino.

— Já conhece a família?

— Alguém já te disse que você é muito parecida com a Duquesa de Cambridge?

Passou pelo montim de pessoas e entrou no carro.

— Esse é o carro do William, senhorita?

Era verão e ela normalmente andaria com as janelas abertas, mas preferiu fechá-las para não ser incomodada e ligar o ar condicionado.

— Crystal está há quanto tempo com William?

Ela acelerou pela rua e os perdeu de vista. No início ficou observando se havia algum carro ou motocicleta a seguindo, mas como não encontrou parou rapidamente no lugar de sempre para pegar um suco verde e biscoitos de mel e aveia.

A balconista sorriu para ela. Crystal sempre ia ali quando William não passava a noite e, portanto, ela não tinha porquê preparar o café da manhã.

— Você é muito parecida com ela. Sabia? — a menina comentou enquanto recebia o dinheiro. — A ex-mulher dele.

Ignorou o que ela disse e resmungou que podia ficar com o troco. Estava com tanta pressa que não tinha tempo para esperar a caixa contar moedas.

Entrou no carro e saiu dessa vez em direção ao escritório. Sugou o suco pelo canudo enquanto com dificuldade passava a marcha do carro. Odiava câmbio manual.

Ao chegar no prédio do escritório não foi uma surpresa que tivesse paparazzi a esperando e nem que o porteiro já estivesse a postos para acompanha-la para dentro e manter o controle de fotógrafos do lado de fora do prédio.

— Obrigada Julian. — disse quando finalmente tinham passado pelas portas de vidro.

— Não me agradeça, senhorita. — ele disse seriamente. — Há muito mais que isso. Eles estão rondando o quarteirão inteiro. Se continuar assim terei que chamar a polícia.

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