CAPÍTULO 06

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                        Crystal estava com o pressentimento que iria se arrepender, mesmo que William tivesse jurado de pés juntos que o motivo pelo qual ele mandaria um carro buscá-la, era porque seria muito mais fácil que fazê-la acreditar no endereço que ele vivia.

Ela concordou, mas disse que fotografaria a placa do carro. William mandou uma risada e disse que ela podia ficar à vontade.

Ele provavelmente achava que era uma piada, mas Crystal tinha realmente fotografado a placa do carro.

Era um Range Rover preto e tinha um motorista muito simpático, que abriu a porta e a ajudou a subir.

Durante o caminho, Crystal repetiu para si mesma diversas vezes como era burra por concordar em ir num lugar que nem conhecia, para encontrar um maluco bipolar.

— Desculpa perguntar, senhor, mas pode me dizer para onde vamos? — perguntou nervosamente. — William não me deu informação nenhuma. Eu nem sei se estou vestida para a ocasião.

Quando o perguntou o que deveria usar, ele disse para que ela ficasse a vontade e fosse casualmente. Crystal seguiu à risca aquilo e, inclusive, tinha colocado a calcinha bege que era para não correr o risco de fazer escolhas ruins para aquela noite.

Ela fazia escolhas ruins acreditando nas palavras de homens que tinham sorrisos agradáveis e eram bons de papo. William não era exatamente bonito, mas ele conseguia ganha-la na lábia.

Crystal não devia ser facilmente derrotada por algumas palavrinhas de efeito. Ela era advogada e uma boa pra cacete, pelo amor de Deus!

— Estamos indo para a casa dele, senhorita.

— Ok, mas onde fica a casa dele?

Aos poucos a ansiedade Crystal ia passando. No início ela ficou atenta pra onde estavam indo, temendo que o motorista pudesse tomar uma rota para confundi-la ou algo assim, mas mesmo ela que vivia em Londres há tão pouco tempo podia dizer que eles seguiam para o centro, Westminster.

Foi então que eles chegaram a avenida The Mall e passaram pelo St. James Palace. O problema foi que eles pararam em frente aos portões do St. James Palace e o motorista perguntou se ela tinha algum documento com foto em mãos.

Com os olhos arregalados e as mãos trêmulas, ela abriu a bolsa e entregou seu passaporte.

Crystal começou a encarar a grande construção e os jardins com o polegar na boca e começando a arrancar as cutículas ao redor da unha nervosamente.

Que diabos estava acontecendo ali?

— Obrigado, senhorita Sinclair. – disse o motorista com um sorriso agradável e a devolvendo o documento.

— Por nada. Desculpa, mas é apropriado estar aqui uma hora dessas? – perguntou nervosamente. — Não é proibido ou coisa do tipo?

— Você me parece uma mulher inteligente, senhorita Sinclair. – disse o homem com um suspiro. — Tem certeza que ainda não entendeu o que está acontecendo?

Como o homem tinha dito, Crystal era uma mulher inteligente, mas ela também era cética como uma porta. E enquanto um lado de seu cérebro juntava todas as peças daquele quebra-cabeça, a outra dizia que as probabilidades de algo assim acontecer eram quase nulas.

Foi aí que se lembrou das palavras de William em uma das mensagens.

"... para que não pareça que estamos presos em uma comédia romântica de mau-gosto".

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