Capítulo Onze: O jantar

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        - Posso te chamar de Adam? – perguntei. Um minuto estávamos fora do Hotel e agora estávamos no bar do Hotel. E pior eu estava junto com meu avô, Leon e a indiana do Caminho das Índias. Adam havia gentilmente me chamado para acompanha-lo, eu aceitei mesmo antes de saber em que. Quando vi já era tarde demais! Ele entrou no Hotel e foi direto cumprimentar o trio. Eu tentei fugir, mas ele me impediu me puxando e me agarrando pelo ombro (sabe, como se fossemos amigos de longa data, #sóquenão). Adam disse: "Oh senhores, trouxe uma amiga comigo, espero que não se importem" e Leon me fuzilou com seus olhinhos claros. Aysha sorriu de um jeito recatado, um jeito que eu nunca teria porque eu não sei ser recatada. Essa palavra está longe de estar no meu vocabulário. Meu avô concordou com a cabeça e segundos depois fomos os cinco para o bar.

- Claro, Carolina. – ele disse meu nome como se fossemos hiper mega íntimos e eu senti um olhar azul me massacrando. – Senhorita Ahmed, que honra eu tenho de fazer parte desse projeto. – Adam falou com seu sorriso lindo e deu um gole na sua taça de vinho. – Estou realmente lisonjeado.

- Que projeto? – perguntei me intrometendo e quando vi o olhar de Fagundes fiquei roxa de vergonha. – Perdão pela minha intromissão. – falei de forma cordial que não fazia parte de mim, mas que era a coisa que eu mais dizia em meu dia-a-dia. Perdão pela intromissão, perdão por atrapalhar, perdão por entrar, perdão por querer fazer parte de alguma coisa... Eu sou uma mera camareira. Perdão, senhor... Esses pensamentos me fizeram ficar totalmente nervosa. Resolvi tomar um gole do que estava naquela tacinha em formato de V gigante com três azeitonas boiando dentro.

- Ah, Carolina um projeto magnífico! – Adam falou com tanto entusiasmo que desconfiei que mesmo se não fosse um belo projeto, bem, eu concordaria com ele sem pestanejar. – Gostaria de explicar, senhorita Ahmed?

- Carolina. – e o Carolina saiu meio como Calolina, mas eu fingi ignorar. Foi a primeira vez que ela havia se dirigido para mim nesse nosso reencontro.

- Luto por direitos das mulheres pelo mundo. – ela explicou.

- Que trabalho bonito! – exclamei. Coloquei na minha lista de coisas para fazer: pesquisar mais sobre Aysha Ahmed. Primeiro eu ia precisar saber como escrevia o nome dela. Isso eu não sabia, só soube durante a busca mesmo. – Parabéns!

A conversa estava começando a me dar sono. Bocejei uma ou duas vezes, antes de tomar coragem para interrompê-los. Óbvio que depois da minha apresentação eu fui completamente ignorada. Eu me sentia o patinho feio desse lugar. Isso estava mesmo me incomodando.

- Com licença, eu acordo cedo amanhã e preciso ir. – falei com um sorriso que eu realmente queria que fosse o mais sincero do mundo.

- Foi muito prazer, - ela disse com um sorriso. – namaste. – disse unindo as duas palmas da mão e abaixando a cabeça levemente.

- O prazer foi meu. – sorri. – Foi um prazer também, Adam. – dei uma piscadinha para ele só para irritar Leon. – Boa noite! – em direção ao Leon e ao meu avozinho querido. Mas, antes que eu pudesse sair dali, Adam se levantou e sorriu. – Eu te acompanho. Já volto, senhores e senhorita, com licença! – e como se tivesse dizendo eu vou ao banheiro, ele foi comigo até o hall do hotel.

- Bem – eu finalmente disse depois que já estávamos no Hall. – eu vou indo. Foi muito gentil da sua parte vir aqui. – eu me sentia desengonçada, falando besteira.

- Não foi absolutamente nada, - ele deu um sorrisinho malandro. Sabe? Aquele de macho alfa que quer te conquistar. Ai meu Deus. – Carolina. – e o meu nome ele disse bem baixinho, chegando mais perto de mim.

A Herdeira (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora