Capítulo Vinte e Nove: Por que não faz diferente?

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            Óbvio que precisei ligar para alguém. Como era muito orgulhosa, liguei para Patty. Mas, ela ligou no Hotel e pediu para Leon ir me buscar.

            Mel me fuzilava com o olhar. – Se ficar alguma marca na minha cara, sua...

            - Olha se me xingar... – ameacei passando o dedo indicador na minha garganta, como se fosse uma faca prestes a cortar o pescoço.

            Mas um policial fez um barulho com a boca e riu. Aí paramos com a palhaçada. Mas continuamos nos fuzilando com o olhar até Leon e o agente dela chegar. No fim, foi preciso muita conversa e o delegado acabou só nos dando uma advertência. O que foi um milagre chamado influência. Muito mais porque ela é famosa demais para ter um B.O.

            No carro, Leon estava muito silencioso. Eu também não queria falar. Estava aliviada por Mel ter retirado a acusação de agressão e ter concordado em não fazer o B.O. contra mim. Isso me ajudou muito. Mas, ainda eu estava com raiva. Sinceramente, eu me sentia um lixo de pessoa. Um avô lixo, pais falecidos, trabalhando que nem uma escrava no Hotel que eu ia herdar... O que eu era? A gata borralheira. Isso me fez ficar depressiva. Sabe? Como uma TPM bem brava.

            - Por que você sempre faz isso? – Leon perguntou quando estávamos mais perto do Hotel.

            Eu o encarei. Na verdade, queria chorar. Adam não havia me mandado nenhuma mensagem. Sem falar que eu já estava na web, já havia sido noticiada e o dia nem tinha terminado.

            - Carolina, - a voz dele saiu muito sério. – você precisa mudar, sabia? Não tem como eu te considerar uma ameaça para a herança. Sinceramente, não sei nem se quero mais te ensinar.

            - O quê? – isso me assustou. Sem as aulas de Leon, o que eu ia fazer?

            - Pelo amor de Deus!

            E foi tudo o que ele disse até chegarmos no Hotel. E quando chegamos, ele saiu do carro e eu o segui.

            - Vai ficar me seguindo? – ele perguntou impaciente.

            Suspirei. Eu estava me sentindo muito mal. Nem respondi e resolvi ir para o restaurante do Hotel. Precisava comer. Sentei numa mesa, fiz meu pedido e fiquei olhando para a mesa. Leon já havia escapado sei lá fazer o quê. Nem sei onde estava a JLee. Queria poder falar com Patty, mas ela me disse que hoje tinha um encontro. E Margot ainda estava no sul.

            Olhei meu celular em busca de alguma mensagem de Adam e até fiquei tentada em mandar um pedido de desculpas. Mas, não consegui. De repente, perdi toda a fome e fui para a área dos empregados. Peguei meu uniforme e fui trabalhar. No meio do caminho, enquanto pegava minhas coisas, encontrei Josefa.

            - Menina, o que faz aqui? Vai embora. – ela disse rindo.

            Eu ri. Josefa estava com pulseirinhas azuis e brincos da mesma cor.

            - Vai namorar!

            E quando ela disse isso, meus olhos se encheram de lágrimas e logo eu estava chorando como um bebezinho. Contei tudo o que houve. Na verdade, falei de tudo. Dos avisos de Leon sobre Adam, sobre esse namoro que já fazia um mês, sobre Mel, sobre meu avô, sobre tudo... eu realmente desabafei.

            Josefa batia de leve a mão nas minhas costas de forma carinhosa. – Ai menina. – ela repetia a cada soluçada que eu dava.

A Herdeira (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora