Capítulo Quarenta e Quatro: Resultado

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            O Natal foi bizarro! Depois da ceia, fomos cada um para a sua casa. Leon veio me dar um abraço extremamente formal e partiu com sua mãe. Eu fiquei com tanta raiva que o ignorei o resto dos dias. Decidi não fazer nada no Ano Novo e troquei minha folga com Gabriel. Ele precisava passar com a família. Na verdade, eu não manjava nada de fazer doces, mas insisti tanto que Romulo concordou. Sinceramente, depois do meu sequestro e da minha perda de cabelo, ele havia virado uma jujuba comigo. Estava quase uma seda. Talvez, porque ele havia achado que eu tinha picado a mula no meio do expediente. Como culpá-lo por isso? Quem ia imaginar que na verdade eu estava sendo sequestrada?

            - Cozinhe essas peras devidamente! – ele exclamou.

            Ok. Ele não era tanto uma seda assim, porque levava o trabalho muito a sério. E por isso, ele me obrigava a refazer os pratos que saiam muito errados.

            - Temos um nome a zela! Um nome! – era a sua frase atual predileta.

            - Ok! OK! – era tudo o que eu tinha a declarar.

            Após o desastre natalino, o veneno de Belle, o descaso de Leon, minha vida romântica foi parar na geladeira. Minha nova fase era crer que Leon era um emplumado, filho-da-mamãe, idiota, metidinho, boyzinho, playboy, idiota, eu já disse isso? Enfim, um idiota que só queria mamar na mãe e não merecia o meu amor.

            Por isso, determinei que não ia mais atender as suas ligações. E passei a ignorá-lo no Hotel. O que não era difícil porque com a nova temporada da mãe dele no Brasil, ela parecia uma sombra de Leon.

            Quando vi, o ano já tinha virado e eu estava trabalhando como se fosse qualquer dia da semana. Nem mesmo me dei tempo de ficar triste, afinal, era a primeira virada de ano sem minha mãe. E no Natal, quando voltei pra cá, pra esse Hotel, eu não aguentei e comecei a chorar muito. Não, minha mãe não ia querer que eu chorasse. Não mesmo!

            No dia cinco de janeiro, eu estava no meu horário de almoço, quando o meu celular tocou. Era Patty.

            - Feliz Ano Novo! – ela berrou do outro lado.

            - Feliz Ano Novo, atrasado. – falei rindo. Ela havia ido pro meio do mato com a família e ficada sem sinal, sem internet e desesperada. Havia voltado hoje.

            - Eu estava sem sinal! – exclamou tentando se desculpar.  

            - Eu sei, estou só comentando.

            - Você está é muito rabugenta. Já voltou a falar com Leon?

            - Com quem? Eu não conheço esse homem.

            Ela riu. – Pára de besteira, Cacau. Fala logo com ele. Deve ter algum motivo pra ele ser super protetor com a mãe.

            - Ele é um idiota, isso sim. Mas, o que foi, vai ficar só me falando dele, é?

            - Não! – ela tentou não rir, mas quase engasgou. – Não, não. Eu vim perguntar se você já entrou na internet hoje.

            - Minha filha, estou trabalhando sem parar, como vou entrar na internet? – falei rabugenta. Talvez, ela estivesse só um pouquinho certa sobre isso.

            - Então, entra! Você já viu as listas das faculdades?

            Isso me alertou. – Não...

A Herdeira (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora