Revistas de fofocas. Eu estou na capa de todas as revistas e sites de fofocas. Estou dividindo a capa com Leon, Adam e Joyce. Uma matéria tem o título mais brega do mundo:
Herdeiros Apaixonados
Então, há uma notícia detalhada sobre:
1 – Minha fuga com Adam do restaurante. Tornou-se um relato sobre Adam e eu termos saído para buscar a carteira no carro e voltarmos. Algumas era mais engraçadas sobre termos fugido dos paparazzis e termos esquecido de pagar a conta, por isso, voltamos.
2 – A vinda de Joyce, que havia sido uma surpresa para Leon, e também parece que finalmente ela ia voltar para produções brasileiras. A discussão era se era um filme ou uma novela.
3 – Meu suposto namoro com Adam, qual continuávamos a negar, mas que todos diziam estar indo em uma ótima direção. Sem falar dos que me veem como a víbora que só queria dinheiro.
Enfim, havia várias notícias com milhões de suposições sobre amores e o ódio correndo solto pelos arredores do Hotel. Afinal, Leon e eu éramos os herdeiros do momento em pé de guerra. A galera parecia amar isso. Parecia que éramos queridinhos do momento. Nessas horas, eu viajava, ficava me imaginando como a nova it-girl, a nova ditadora da moda brasileira, com um blog com mil seguidores e sendo chamada para jantares.
A realidade era dura. Lembrava disso toda vez que esfregava uma privada. O cheiro de desinfetante faz qualquer um esquecer os sonhos. Completamente.
Menezes ressurgiu das cinzas. Fazia tanto tempo que eu não o via que fiquei pensando se ainda lembrava do rosto dele. Depois que terminei meu serviço, ele apareceu no meu quarto.
- Carolina? – perguntou batendo de leve na porta.
Eu a abri. Todos os quartos tinham uma pequena campainha, não sei porque ninguém a usava. Ia ser ótimo. Mais fácil do que ficar repetindo meu nome pelos corredores.
- Olá. – falei ao abri. Podia esquecer do rosto de Menezes, mas nunca esqueceria sua voz. Talvez porque sempre que a ouvia eu recordava de nossa pequena passagem pela delegacia. Naquele tempo, nunca imaginei que ia terminar limpando banheiros de Hotel.
- Como vai?
- Bem e você? Achei que havia esquecido que eu existo.
Ele não sorriu, só continuou com aquela carinha de pastel. Sabe, eu tenho uma afeição por Menezes, porque o considero o capacho do Fagundes, mas, bem, não dá para ser bobona o tempo todo.
- Seu avô quer te ver. – e dizendo isso virou os calcanhares e caminhou. Eu o segui. Pegamos o elevador e fomos direto para a sala do escritório, que ficava no próprio prédio, no subterrâneo. Eu ficava admirada com a magnitude desse prédio. Era um dos melhores e maiores hotéis do país. No fim, eu era muito sortuda porque eu dormia todos os dias nesse lugar (não vamos falar mais uma vez sobre cloro, desinfetante e privada, aliás, vamos absolutamente apagar a privada dessa história).
Ainda rolava um palpitarzinho no meu coração ao lembrar do meu último encontro com meu avô. Afinal, íamos colocar a limpo tudo isso. Ele seria logo oficialmente meu avô, sangue do meu sangue. Uau! O termo sangue do meu sangue parece tão forte, não é mesmo?
- Senhor, eu a trouxe. – Menezes disse assim que entrou.
Fagundes estava sentado atrás da sua mesa, folheando milhares de folhas de jornais. Assim que bati o olho já vi uma foto minha com Adam. Antes de iniciar o nosso papo, eu já sabia qual era o assunto.
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A Herdeira (Concluído)
Chick-LitCarolina nunca pensou que a sua vida poderia mudar da água para o vinho - Literalmente. Ela só queria ir para a academia, fugir do trabalho, sambar e ser Madrinha de Bateria, apesar de saber que não tinha influência nenhuma para ser uma. Mas, depoi...