Capítulo Trinta e Dois: Romulo Lebisky

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Nota da Autora: Oi! Demorei para postar esse capítulo! Eu estou meio atrapalhada com meus horários, mas para compensar eu trouxe um Spin-off de A Herdeira! A Herança: história anterior, que conta como os pais dela se conheceram. Sintam-se à vontade: http://www.wattpad.com/69598924-a-heran%C3%A7a

Esse capítulo acontece muita coisa. Espero que não tenha ficado chato.

Boa Leitura! Beijos =***

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            - Leon, - eu falei numa noite, após meu encontro com Menezes. Aliás, quem havia já voltado para o sul para fazer companhia para meu avô. Saber de tudo o que havia acontecido era muito chocante. Parecia história de cinema. Bem que, a minha própria história era um filme. – você sabia de tudo?

Eu já havia posto a história na mesa, contei até a parte do pai agressivo dele.

Ele me encarou a contra-gosto. – Você deveria estudar mais história. – comentou como se o que eu estivesse falando tinha a ver com esse tópico.

Entendi que não haveria brecha, não parecia ser um assunto que o agradasse. Desisti. Não toquei mais no assunto e assim foi desse dia até um bom tempo. Nessa época, eu queria muito passar no vestibular. Mas era complicado estudar 6 meses o que parecia que todos aprendiam em 3 anos de estudo. Nessa hora lamentei ter tido uma adolescência relaxada, qual eu vivia matando aula e passando de raspão. Lamentei nunca ter tido interesse nos estudos. Mas, mais do que uma escola sem preparo, afinal eu era uma cria do ensino público, eu era desinteressada. Fiquei pensando se era alguma coisa cultural, além de uma desestrutura política.

E me ver pensando em algo tão profundo, bem, fez eu perceber que não era quem um dia eu fui. Era mais. A Cacau era muito mais. Aprendi que quando você descobre que pode ser mais, bem, você sempre vai querer ser ainda mais. É um tipo de egoísmo sadio.

Nesse meio tempo, parei de trabalhar. Era o meu mês de folga em estilo estudante ao máximo. Eu acordava as sete e estudava até as dez, comia algo, esticava as pernas, depois estudava até o meio dia e meia, almoçava, voltava uma e meia e estudava até as quatro, comia algo, e estudava até as oito, jantava, e estudava até as onze. Nunca imaginei que eu podia ser tão regrada na minha vida. Mas, quando vi, Leon estava de carro me largando na frente de um prédio gigante, onde entrava um monte de gente de tudo o que era tipo e um excesso estrondoso de adolescentes em seus dezessete anos.

O dia do vestibular chegou. Fiquei nervosíssima. Eu nunca havia feito nada parecido. Não prestei ENEM e não havia nunca prestado um vestibular. Isso me assustou, mesmo já tendo meus vinte e cinco anos. Piorou quando eu sentei na carteira e fiquei olhando todas as outras serem preenchidas. A minha sala era empilhada de mulheres e só havia cerca de três homens. Só depois descobri que as salas eram divididas de acordo com o nome. Minha sala era uma mescla de Carol, Carolina, Caroline e Carlos. Com todas as variantes possíveis desses nomes.

Depois uma pessoa que se declarava como a fiscal da sala! Meu Deus! Havia um fiscal na sala!!! Distribuiu as provas. Uma folha de questões, onde eu tinha que preencher quadradinhos, pintando-os com caneta preta (absurdamente não podia ser azul e nunca fiquei tão feliz por ter levado os dois tipos de cores de caneta). Não podia rabiscar, nem podia olhar para o lado, nem mexer no celular. Aliás, os celulares tinham que ser jogados num saquinho, os pertences tacados no chão, debaixo da carteira e nem mesmo relógios eram permitidos. Havia na lousa um quadro do tempo, que era a minha única noção de tempo. Todas essas restrições pareciam ter um propósito, mas todas acabaram me deixando ainda mais nervosa.

Reparei que além da folha de resposta havia outra que era a folha da redação que não podia ser escrita além das linhas demarcadas. Depois da lista de instruções dadas pelo fiscal de sala, eu abri meu caderno de provas e me veio um branco. Fiquei olhando para todas as questões que nem uma débil. Como se eu não soubesse absolutamente nada. Quando reparei na sala que eu era a única que era negra, fiquei ainda mais nervosa.

A Herdeira (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora