De: ahowd@tm.com
Para: cacau_amaral@vgl.com.br
Você está livre essa noite?
Eu olhei a mensagem de Adam e fiquei tentada em responder sim. Os dias passaram normalmente, meu avô não veio pedir desculpas, toda noite Leon vinha me ensinar e às veze eu o via passeando pelos corredores com Joyce. Eu não tinha mais visto Adam, mas ficamos trocando mensagens. Queria responder que estava livre, mas precisava estudar e precisava dormir cedo, no dia seguinte, seria finalmente A segunda-feira - O dia que assinaríamos toda a papelada e eu seria oficialmente neta de Fagundes.
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Não posso, eu preciso MUITO estudar MUITO, ou não passo no vestibular.
Enviei. Era um fato, eu precisava estudar. Até que o livro de álgebra estava me ajudando. Leon estava cada dia mais chato, me forçando a pensar cada vez mais e ele só me ensina quando achava que eu não ia acertar mesmo – normalmente, era depois de eu tentar muito, algumas vezes, eu conseguia acertar. Era bom.
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Eu te ensino tudo o que você quiser e um pouquinho mais.
Eu ri. Adam ia fazer muito mais um pouquinho do que me ajudar.
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Até parece! Preciso trabalhar, beijos
Coloquei o celular no bolso do meu avental e continuei a limpeza. Passei para o próximo quarto e assim que coloquei o carrinho ao lado da porta, para abri-la, a porta se escancarou e vi a figura de Leon.
- Baby, você não pode sair assim. – era a voz de Joyce, eu. Supus, porque não havia a ouvido de perto. Confesso que eu queria morrer nesse momento. Hoje eu estava fazendo outro andar, como havia mais gente nesse, eu precisei ir ajudar. A moça que o fazia teve que ir ao médico, então, ela ficou com o meu, limpou o que tinha que limpar e se mandou. Na verdade, a moça era Josefa, uma mulher robusta que tinha quatro filhos e adorava usar pulseiras que combinavam com os brincos. Ela era muito engraçada, e algumas vezes, que eu fugia para um café durante a tarde, nós duas ficávamos batendo papo na cozinha.
Nesse momento, os olhos de Leon encontraram os meus. Fiquei pensando se nós dois estávamos sentindo a mesma coisa. Ou se só eu me sentia esmagada com a presença de Joyce.
- Olá! – Joyce exclamou ao me ver. Ela usava uma regata branca bem justa e uma saia preta rodada. As suas pernas pareciam ainda mais compridas vistas de perto e ela ainda usava uma bota de salto agulha. Eu me sentia miserável. Encolhi meus ombros e só dei um sorriso em resposta.
- Como vai? – Joyce quis saber.
- Bem, e você?
Então, antes de responder seus olhos foram do carrinho para mim e vice-versa. Alguns segundos em silêncio foram suficientes para ela compreender, com a ajuda do meu uniforme, do que se tratava.
- Também. – ela disse depois de um silêncio constrangedor. Me senti humilhada, mesmo que Joyce fosse de fato esplendida como todos diziam. Eu era a herdeira mais merda deste país. Trabalhando lavando privadas no Hotel, enquanto J Lee era a musa brasileira-nipônica do States ganhando milhões e noiva do meu primo, também herdeiro do mesmo Hotel que eu.
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A Herdeira (Concluído)
ChickLitCarolina nunca pensou que a sua vida poderia mudar da água para o vinho - Literalmente. Ela só queria ir para a academia, fugir do trabalho, sambar e ser Madrinha de Bateria, apesar de saber que não tinha influência nenhuma para ser uma. Mas, depoi...