Lizzie agarrou o script que tinha em mãos e o jogou do outro lado da sala, lágrimas rolando de seus olhos, suas mãos trêmulas e coração acelerado. Ela não conseguia decorar nenhuma fala e isso estava começando a deixá-la ansiosa. Lydia não estava em casa, portanto ela teria de lidar com a crise sozinha.
A única coisa que ela conseguiu fazer foi se sentar no chão, abraçar suas pernas, encostar sua testa em seus joelhos e chorar.
Ela teria de apresentar uma peça para uma banca de professores e sua atuação nesta peça será a responsável pelo seu diploma... mas ela não conseguia.
O fato de ela namorar um ator a deixava ainda mais nervosa, pois sabia que nunca conseguiria chegar ao seu nível e se Tom a visse atuar acharia ridículo. Também sabia que chorar não a ajudaria com suas falas, mas era inevitável não se sentir uma completa inútil em não conseguir fazer algo que aprendera no primeiro trimestre da faculdade.
Ela nunca iria ser uma atriz, ela nunca iria ganhar um prêmio por sua atuação, nunca sequer conseguiria um papel em um filme/série. Estava escrito, Lizzie estava destinada a ser conhecida como a namorada do Tom Holland, ator famoso de Hollywood que nem precisou de uma faculdade para chegar onde chegou, fazia aquilo desde criança.
Seus pensamentos negativos foram interrompidos por batidas em sua porta. Ela levantou o rosto e encarou a porta, tentando imaginar quem era.
- Quem é? - gritou, não saindo do seu canto no chão da sala.
- Eu, Tom Holland, seu namorado.
Lizzie fechou os olhos e bateu sua testa bruscamente contra seus joelhos. Merda.
- Espera aí - disse - Eu acabei de sair do banho.
- Você está pelada? - perguntou com um tom de voz malicioso - Não tem problema, abre aí.
- Espera! - gritou.
Lizzie correu para o seu banheiro e lavou o rosto, tentando disfarçar o rosto inchado e olhos vermelhos.
- Lizzie? - ouviu a voz de Tom dentro do apartamento. A garota arregalou os olhos - Achei uma chave embaixo do tapete... vocês deviam ser menos clichê, isso é perigoso - comentou - Cadê você? O que é isso no chão?
Lizzie arregalou os olhos novamente e praticamente saiu correndo do banheiro, encontrando Tom com seu script em mãos, sentado no sofá.
- Você está ensaiando para um peça? -
Tom sorriu enquanto lia as falas grifadas em vermelho - Que legal! Quer ajuda?A primeira coisa que Lizzie pensou em responder foi "não", mas depois de pensar um pouco, ela viu um lado positivo em todos os pensamentos negativos que ela estava tendo. Tom é um ator famoso, mas não deixa de ser um ator que faz isso desde criança, ou seja, ele sabia o que estava fazendo melhor do que ela. Lizzie sorriu e assentiu.
- Ok - Tom disse - Tem outro script por aí?
- Sim, no meu quarto - apontou - Vou pegar.
- Ou podemos ensaiar no seu quarto - deu de ombros.
- Ou isso - Lizzie concordou - Vem - fez sinal para o namorado a seguir.
Os dois entraram no quarto de Elizabeth e ficaram de pé, um de frente para o outro. Lizzie pegou o roteiro que tinha em cima de sua escrivaninha e abriu na folha que ela tinha mais dificuldade. Pegou um marca-texto amarelo e grifou as falas da outra personagem que estaria na cena, em seguida entregando para seu namorado.
- Pronta? - Tom perguntou. Lizzie respirou fundo e assentiu - Sofia, eu não sei mais o que fazer - ele começou a encenar - Eu não consigo mudar a Olivia. Ela sempre diz que me ama, mas quando eu peço que demonstre, ela faz o contrário disso. Como faço para mudá-la?
Lizzie tirou os olhos de seu roteiro e encarou os olhos de Tom, respirou fundo novamente e disse:
- Você não pode mudar alguém, Benjamin, uma pessoa não é capaz de mudar alguém que não seja ela mesma - deu de ombros. Sua personagem sendo alguém seca - A única coisa que você pode fazer é inspirar essa tal pessoa a mudar, motiva-la a mudar, aí sim ela muda, mas por conta própria.
- Mas Olivia me mudou... - a personagem de Tom, Benjamin, argumentou.
- Não - Sofia, a personagem de Lizzie balançou seu dedo indicador de um lado para o outro lentamente - Você se mudou para Olivia. Você queria ser outra pessoa para que ela conseguisse se apaixonar por você... O que eu acho uma burrice, já que a paixão não existe.
- Claro que existe, Sofia! - protestou - A paixão é o melhor sentimento que um ser humano é capaz de sentir. Você apenas não foi capaz de senti-lo ainda - Tom se aproximou de Elizabeth, seu rosto próximo do dela - Ou você já sentiu?
Lizzie olhou fixamente nos olhos de Tom, soltou o roteiro no chão e o agarrou pela nuca, colando ambas as bocas agressivamente.
Tom decidiu que também não seria delicado, agarrou a garota pela cintura e a jogou na cama, indo para cima dela e beijando-a novamente com a mesma agressividade. As mãos de Lizzie eram ágeis, não demoraram nem um segundo para arrancarem a camisa de Tom fora. Holland também estava impaciente, deixando sua namorada sem blusa em questão de segundos.
Estava tudo acontecendo ao favor deles, peças de roupa no chão, mãos passeando por ambos os corpos e bocas nunca se desgrudando... até que o barulho de um celular tocando os interrompeu. Tom parou de beijar Elizabeth e se esticou para desligar o aparelho, vendo que era sua mãe que estava ligando.
- Eu não falo com ela tem dias e...
- Pode atender - Lizzie disso compreensivamente - Eu não vou sair daqui.
Tom sorriu e assentiu, indo até a sala para atender sua ligação.
O clima havia sido arruinado pela vigésima quinta vez naquela semana.
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Apresento-lhes Lizzie, a minha personagem favorita por ser baseada em mim mesma, uma pessoa que sofre de transtorno de ansiedade. Sei que muitas pessoas também sofrem com esse mal e queria criar uma personagem que não fosse toda
perfeita igual a maioria das fanfics, então aqui está Elizabeth: uma menina que sofre de ansiedade e baixa autoestima, algo comum.
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Scary Love - Tom Holland
Fanfiction"Não é o cara que namora com a Zendaya?" "Conhecido por isso, porém eles não namoram" "Não? " (tom holland x oc) capa por: miduh_