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Harrison era o único que não tinha motivos para chorar, portanto, era o único que podia ajudar as três pessoas completamente acabadas.
Acalmar Lydia foi fácil, só precisou distraí-la com um jantar e uma ida ao cinema que ela já estava bem de novo. Deixar Tom para cima também não foi tão difícil, bastou dizer que iria conversar com Elizabeth e arrumar toda aquela bagunça que Holland já estava fazendo listas do que poderiam e não poderiam ser dito para a garota.
Agora, acalmar uma garota com transtorno de ansiedade, baixa autoestima e com a mesma segurança de um patinho que havia acabado de sair do ovo, foi mais difícil que qualquer coisa que Harrison havia feito em toda a sua vida.
Mas, por incrível que pareça, Harrison era uma das únicas pessoas que Lizzie estava disposta a ouvir.
O garoto fez Lydia sair do apartamento, deixando os dois à sós, e saiu para comprar comida. Colocou a comida na mesa e bateu na porta de Elizabeth, logo dizendo que era ele. Lizzie saiu do quarto com uma expressão confusa, sempre achara que Harrison não gostava dela.
- Lydia me disse que você não come desde ontem - Harrison disse para a garota confusa - Trouxe comida chinesa.
Lizzie assentiu e saiu do quarto, a expressão confusa nunca saindo de seu rosto. Se sentou na mesa e Haz se sentou em sua frente, começando a abrir os containers.
- Lydia me disse que você gostava de rolinho primavera...
- Harrison, o que você está fazendo aqui? - Lizzie foi direto ao ponto. Harrison parou de mexer na comida e suspirou, jogando-se contra o encosto da cadeira.
- Ontem, pela primeira vez na minha vida, eu vi o Tom chorando, genuinamente chorando - explicou - Eu nunca tinha o visto chorar, só quando eu ficava nos bastidores e o vi atuar - Lizzie soltou um risinho - Você é a primeira garota que fez meu melhor amigo chorar e isso me fez perceber que o Tom realmente te ama - os olhos de Lizzie pararam de encarar os olhos azuis de Osterfield - Não é nada legal ver tudo se desabar e não poder fazer nada à respeito.
Lizzie respirou fundo e concordou com a cabeça, um sentimento ruim em seu peito desde o momento que Harrison lhe disse que Tom havia chorado por sua causa.
- Então eu decidi fazer algo à respeito - a voz de Harrison a fez acordar de seus devaneios - Lizzie, eu quero que você seja completamente honesta comigo agora - pediu - Sem inseguranças e sem vergonha nenhuma, eu só quero a verdade - Lizzie assentiu - Você ama o Tom?
- Harrison, eu...
- Por que a resposta for não, eu peço que você pare de fazê-lo sofrer e termine logo isso, pois vocês dois estão saindo machucados disso.
- É claro que eu o amo, Harrison! - exclamou - Você realmente acha que eu diria que não? Tom foi o primeiro cara que realmente estava disposto a me ajudar, mesmo não sabendo o que estava errado.
- Então porque você afasta ele?
- Por que eu não quero machucar ele!
- Você realmente acha que o afastando, vai polpa-lo da dor? - questionou. Elizabeth balançou a cabeça negativamente - Eu não sei qual o seu problema, mas sei que você não está bem. Tom também sabe. Se você deixá-lo entrar, vai ser melhor do que deixá-lo ir - aconselhou.
Elizabeth fungou e assentiu.
Estava na hora de contar para Tom sobre seu transtorno.
