43. Especial III - A Carta

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Minha vida não passou como um filme quando a morte estava chegando.

Na realidade, tive que me esforçar demais para não sucumbir à escuridão antes da hora. Tinha algo que eu precisava fazer.

Tossi chamando-o e entreguei a carta que estava em meu paletó.

Ela deveria ter sido entregue antes, mas talvez a situação seja mais propícia para isso. "Dê a ela." Foi o que disse.

A escuridão chegou e meu último pensamento foi: "Poderia ter sido pior..."

Não sei se dará tempo de ver sua reação e nem sei, ainda, se foi o certo a se fazer depois de tudo. Mas naquele dia eu estava estranho, senti a necessidade de falar tudo.

Talvez já soubesse que seria meu último dia.

***

"Não sei como começar esta carta.

Esta ideia me veio num súbito e estou confuso até agora deixando as palavras fluírem.

Desculpe os erros que eventualmente ocorram, mas essa será a primeira e última que escreverei.

Não haverá rascunhos e nem tentativas de escrever de forma mais rebuscada. Só deixarei a caneta correr e ver o que minha consciência deseja que eu mostre.

Não sei em que ordem cronológica eu ditarei o que quer que eu venho lhe dizer aqui. Mas acredito que não ficará confusa. Se ficar releia e busque em sua mente.

Tomara que isso faça algum sentido.


Sabe que não sou um homem de muitas palavras e de poucos atos. Nunca esperou de mim palavras bonitas e nem galanteio, algo que apreciei em ti quando nos conhecemos. Como sabe, me casei por interesses industriais. Seus pais foram a favor e não reclamei. Você era, não, você uma mulher bonita, poderia ter tido aquele que gostaria, mas não se abalou. Pelo menos não em minha frente. Isso a fez crescer mais em meu conceito

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