The Marriage Contract - 2 Temporada

Planos para o futuro

Os dias foram passando de uma forma tranquila. Eu nunca estava sozinha. Por conta de tanta dor, acabei assistindo meu desfile pela televisão e vendo uma pequena homenagem de Clarice no final do desfile para mim. Meus dias infernais estavam na mídia, não só pelo o que aconteceu, mais por Justin viver aqui em casa e também por acharem que isso vai mudar algo em minhas lojas.

O contrato que seria fechado após o desfile foi adiado, Clarice não confiava nela para essas conversas e pelo meu estado todos concordaram com o adiamento. Enquanto isso, eu assistia series e filmes, conversava por facetime com Juliana para ver meu maravilhoso afilhado e tinha bons momentos com meus amigos. Parecia com férias do tempo da escola, tirando minha filha e as dores no corpo, que os poucos iam passando.

Por fim, tive uma visita surpresa de uma assistente social, depois do ocorrido ela queria ver como tudo estava indo e acabou saindo feliz com todo o apoio que eu tenho.

Nesse momento, eu estava deitada próximo a piscina vendo meu pai brincar com Emma na piscina. Ela estava sentada em uma boia de golfinho rosa, que Justin tinha comprado.

—Seu suco. — o loiro estendeu o copo na minha direção e eu o peguei me sentando.

—Acho que você quer se mudar pra ca. — disse fazendo ele ri.

—Talvez. Ou eu só não quero ficar em casa. Tudo la me lembra a Camile.

—Claire. — Corrigi e ele assentiu.

—Ela me ligou esses dias se desculpando e dizendo que eu fui um pai maravilhoso para ela. — Alisei seu ombro tentando conforta-lo.

—Você vai ser, não se preocupe. Vai achar sua alma gêmea. — disse fazendo ele me olhar.

—Igual você achou o seu? — ri um pouco alto.

—Exatamente. — Balancei a cabeça dando um gole no meu suco em seguida. — O que aconteceu comigo? Como eu aceitei aquilo? Nada faz sentido.

—Como eu aceitei a Caitlin sem ao menos olhar nada daquilo? Teria me poupado alguns anos.

—Ou alguns milhares de reais no casamento. — Ele assentiu triste.

—Somos idiotas. — Justin afirmou e eu suspirei triste com a realidade.

—Pelo menos estamos vivos e sem pontos. — O loiro me olhou e balançou a cabeça.

—Você tem que parar de achar graça de tudo.

—Se eu não fizer, só irei chorar. Olha que estou quase fazendo minha terapeuta chorar com tudo que acontece na minha vida. Só falta eu não conseguir fechar meu negócio ou levarem a Emma de novo.

—Não diga isso. Nossa vida vai melhorar. — Sorri juntamente com ele, precisa de um pouco de esperança.

—Acho que vou voltar para Nova York. As coisas eram melhores la. — Pensei alto fazendo ele me olhar com a sobrancelha arqueada.

—Serio? Sem sua família? — questionou, olhei para meu pai brincando com a Emma e sorri.

—Não significa que eu não volte. Não estou fugindo. Só acho que essa cidade não é mais para mim. — Me encostei na cadeira e bebi o suco pensando nisso.

Talvez fosse hora de voltar para minha casa ou de ir para Los Angeles, se o contrato fosse fechado. Afinal Nova York não tinha sido meu melhor momento. Eu sentia que era hora de recomeçar. Já tinha feito besteira atrás de besteira e no meio de tudo isso só tinha uma coisa boa e eu precisava tê-la oficialmente.

—Não acho que sair da cidade seja a resposta. — Justin falou sem me olhar.

—Eu sei, só que tem muita história aqui, em Nova York também, mas bem menos que aqui.

—Você só tem sua loja la e sua sócia. Sua família e amigos estão aqui. — Sorri de lado, sabia o que aquilo queria dizer e me aproximei dele, com uma mão em seu rosto.

—Não estou dizendo que vou embora no meio da noite, ou que vou sumir por mais quatro anos, Justin. Só acho que uma mudança de ambiente seja o melhor para mim.

—Deu certo em Nova York? — perguntou de cara fechada.

—Sim, de certo modo. Tanto que eu criei uma empresa. Você deveria sair também, pode começar seu negócio ou expandir a empresa.

—Isso não é uma opção para mim. Mudar de casa, já basta. — Ri e balancei a cabeça.

—Deveria tentar. É um mundo cheio de possibilidades e tem lugar que ninguém te conhece. Ninguém sabe dos seus erros.

—Por isso, não é bom ir. Você precisa de alguém que sabia dos seus erros e continue ali com você. Chloe, você teve o Alfredo durante todo esse tempo em Nova York, ele era a única pessoa que sempre soube de tudo. — Abaixei o olhar. — Acho mesmo que ir embora, deixar todo mundo para trás é a solução?

—Eu preciso recomeçar, Justin. Eu não sou a mesma de quando fui embora ou de quando voltei. Eu namorei um idiota porque não queria ficar só, na verdade porque achei que não teria ninguém melhor para mim, depois do que fiz com o Alex.

—Você precisa parar de querer ser só. Sei que você sempre se resolveu e amou viver na universidade sem seus pais e tudo mais, mas não é o melhor. E isso tivesse acontecido em Nova York? Quem iria te resgatar? Quem iria sentir sua falta la? Você teria a Emma? Você tem muita história aqui, por nasceu e cresceu aqui, sempre vai ser assim. Aqui é sua casa, não adianta fugir.

—Não é fugir. É só...Tentar de novo em outro lugar. Você não entende. Não quero fugir, só preciso de um tempo longe de tudo isso. A única coisa que me mantem aqui é a Emma. Meu pai está bem, minha mãe também. Posso ver todo mundo nos finais de semana, morando aqui ou em outro lugar. Agora vai ser diferente.

—Se você acha. — Ele se levantou, respirei fundo e segurei sua mão.

—Acho, porque agora eu não estou evitando tudo nessa cidade. Não estou fugindo de você ou de nós ou do nosso filho. Só não sinto que aqui é minha casa como você sente. Coisas maravilhosas aconteceram aqui, mas tragédias também aconteceram. Mesmo assim, não parece ser minha casa. Mudar de casa não muda o que aconteceu.

—Claro que não, superar o que aconteceu é o que muda. Pode ser que você não está nos evitando, mas você vai evitar o seu ex namorado idiota... Faz o que você quiser, é sua vida. — Justin puxou sua mão e eu umedeci meus lábios.

Ele não me entendia, não era novidade, ninguém nunca me entendia. Eu sei do que eu preciso e eu preciso ir embora daqui.

Me levantei indo ate meu quarto, onde peguei meu telefone e liguei para Clarice, ela precisava fechar o negócio.

Depois de uma longa conversa entre nós e um dos acionistas, decidimos fechar o negócio por uma video chamada. Antes de me preparar conferi o que acontecia em casa e como eu já esperava Justin tinha ido embora. Emma assistia tv em seu quarto.

Aproveitei o tempo que tinha antes de começar a reunião e liguei para o advogado da adoção para saber quando eu teria oficialmente a guarda da Emma. Assim que tudo desse certo eu estaria em um avião para o outo lado do pais.