Funeral

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Cheguei na casa da minha vó encontrando meus pais na sala.

— Onde estava? — meu pai perguntou se levantando, minha mãe apenas virou a cabeça para me olhar.

— Com o Alex — disse e sorri de lado. — Como está? — perguntei me aproximando da minha mãe.

— Melhor agora — ela deu um sorriso e eu toquei seu ombro. — O remédio está começando a perder o efeito.

— Já comeram? — meu pai negou, me afastei do sofá.

— Vou preparar o jantar então — disse e ele assentiu murmurando um obrigado.

[...]

Eu não consegui dormir nada, além da dor de cabeça ficar nessa casa não estava ajudando. Quando meu celular marcou 5 horas da manhã, me levantei indo até o banheiro. Meu pai tinha me avisado que o velório seria hoje às 8 horas.

Tomei um banho lento, estava enjoada e com muita dor de cabeça. Precisava parar de beber, não estava me fazendo bem, por outro lado me ajudava muito.

Me enrolei na toalha rosada e escovei meus dentes. Ao terminar sai do banheiro indo para o quarto. Minhas vestes de hoje já estavam separadas. Me sentei na ponta da cama olhando a roupa e as fotos na parede.

Instantaneamente, meus olhos se encheram de lágrimas. Não tinha caído a ficha da morte dela. Não parecia real. Fechei meus olhos sentindo as lágrimas quentes descerem pelo meu rosto gelado. Umedeci meus lábios e me levantei, precisava me arrumar, ajeitar a comida para meus pais.

Tinha que ser forte por minha mãe, ela tinha sido forte por mim com Noah.

Coloquei minha lingerie preta e o vestido preto com um tecido transparente por cima. O tecido tinha a manga longa, já o vestido era sem. Calcei um sapato preto de saltinho e me coloquei de frente ao espelho passando uma maquiagem leve. Minhas olheiras estavam enormes.

Ajeitei a bolsa que eu levaria e desci indo para a cozinha. Deixei a bolsa em cima do balcão, prendi meu cabelo em um coque mal feito. Comecei a preparar um café da manhã reforçado para mim e para minha família.

As 7 horas meu pai desceu já vestido com roupas sociais pretas.

— Bom dia. — ele sorriu e beijou o topo da minha cabeça — Você ficou tão boa na cozinha, estou impressionado. — ri fraco.

— Bom dia. Morar sozinha resulta nisso. — sorri minimamente soltando o pano de prato. — Precisa de algo? — ele negou.

— Vou no centro, quero comprar rosas... — parei de falar, pois não saia nada. Meu pai me abraçou forte, comprimi meus lábios, não era momento de chorar.

— Tudo bem. Só vá rápido. — assenti me soltando dele e puxei minha bolsa antes de sair da cozinha.

Dirigi até o centro da cidade, estacionando o carro na frente da floricultura. Sai do veículo e entrei no estabelecimento.

— Bom dia! — uma senhora falou, me aproximei do balcão e sorri para ela.

— Bom dia. Quero um buquê de Gérbera brancas, por favor. — pedi a ela que concordou se virando para uma portinha.

Enquanto esperava dei uma olhada na loja, acabei vendo minhas flores favoritas, a Anêmona rosa, o girassol e o Lisianto de várias cores.

— Aqui está, 30 dólares. — Abri minha bolsa tirando as notas e a entregando. — Você é a neta do Caile? — a senhora perguntou receosa, assenti e dei um pequeno sorriso. — Está diferente, ficou uma mulher linda.

The Marriage Contract - 2 TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora