Cap. 5 - I don't know why you play this games...

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28/03/2016

Querido Charlie,

Hoje foi um dia no qual posso classificar como interessante. Por quê? Eu e Melissa tivemos um momento. Eu sei que pode parecer loucura da minha parte, mas suspeito que ela queira algo comigo. Será que estou me precipitando? É porque ela tem um jeito muito carinhoso, sabe? A forma como ela fala comigo é diferente. Será que estou vendo coisas? Será que eu estou gostando mesmo dela e estou imaginando coisas? Pois é, Charlie. Vamos ver até onde isso vai dar. Agora vou te contar o que aconteceu.

Mathew tinha alguns compromissos, então não pôde ficar na escola à tarde para estudar comigo. Dessa forma, eu ia estudar com a Mel, só nós duas. Ter ela no grupo de estudos está sendo bem legal. Ela me faz sentir como se eu fosse a pessoa mais esperta do mundo. Eu dou o meu melhor nas explicações e isso faz com que ela me elogie muito. Hoje, os elogios foram além de palavras.

— Você é muito inteligente — ela disse e sorriu.

— Você também é. Você aprende rápido. — Sorri, tímida.

— Se eu fosse inteligente, não estaria aqui. — Ela deu de ombros.

— O que faz alguém aprender as coisas é estudar diariamente. Se você tá me chamando de inteligente, eu não deveria estar aqui, certo? — Arqueei uma sobrancelha.

— Ok, professora Hastings. Entendi o recado. — Ela riu. — Mas eu nem ligo de ficar aqui todas as tardes.

— Sério? — perguntei, tentando soar indiferente.

— Sim. Ficar aqui com você é muito bom. — Ela me olhou e sorriu.

Sorri também, mas não consegui falar nada. Por dentro, eu estava explodindo de felicidade, mas por fora tentei manter o controle. Voltamos a estudar e estava um clima tão bom. Estar ao lado dela faz com que meus pensamentos fiquem mais claros. Eu senti falta do Mathew, mas ficar sozinha com a Mel é sempre incrível.

— Amy, sabia que eu amo estudar só com você? — ela disse sorrindo depois que terminei outra explicação.

— Posso saber o porquê? — Acabei rindo. Aquela conversa estava muito boa.

— Porque você pode se dedicar inteiramente a mim. — Ela tocou na minha mão. Fiquei super nervosa, mas gostei daquele gesto.

— Vou falar isso para o Mathew — brinquei.

— Não fale. Vai ser nosso segredinho. — Ela riu, fazendo-me rir também.

— Tudo bem. — Ela é bem persuasiva.

— Quer estudar na minha casa qualquer dia? — Ela começou a brincar com o cabelo. Só uma palavra define aquilo: fofura.

— Claro. Só dizer quando. — Sorri.

— Amanhã? — Ela continuou brincando com o cabelo e pensei "será que ela está nervosa?"

— Pode ser.

— Fechou. Agora vamos voltar aos estudos. — Ela sorriu e apertou minha bochecha.

O toque dela foi fofo e delicado. Charlie, eu nunca havia dado liberdade para alguém me tocar desse jeito. Nem mesmo Mathew, meu melhor amigo de anos, ficava me tocando assim direto, mas eu não estava incomodada com Melissa. Eu queria era mais demonstrações de afeto dela. Eu conversava com outras meninas, mas elas não eram tão carinhosas como a Mel. Na verdade, eu não sentia vontade nenhuma de fazer com elas o que eu queria fazer com Melissa. Ela é tão fofa comigo e eu quero retribuir na mesma intensidade. Basta um olhar dela e eu, involuntariamente, deixo ela fazer o que quiser de mim. Parece que ela ganhou um passe livre do meu coração, mas eu ainda tenho medo de estar confundindo os meus sentimentos. Tenho que colocar na cabeça que ela é só uma amiga e que nunca vamos passar disso.

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora