Cap. 7 - Does she feel the energy the way that I do?

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30/04/2016

Querido Charlie,

Você não acredita no que aconteceu hoje. Melissa veio na minha casa e me convidou para um passeio. Eu já estava com os nervos mais calmos em relação ao sonho, mas ainda não era fácil vê-la depois disso. Não foi do nada, mas passei a olhar para ela de um jeito diferente. Agora, a Mel está sempre nos meus pensamentos. A cada toque dela, eu me sinto mais viva, mais feliz, mais segura. Eu sei que é meio estranho pensar assim, mas é o que eu estou sentindo. Não sei nem se ela sente o mesmo, mas ela me olha de um jeito que eu não sei explicar. Parece que ela também quer.

À tarde, ela apareceu na minha casa. Era umas 16:00.

— Filha, tem uma amiga sua aqui — minha mãe me chamou.

Não sabia que amiga poderia ser. Nunca pensei que a Mel poderia aparecer lá assim do nada. Tomei até um susto quando vi que era ela.

— Oi, Amy. — Ela me recebeu com aquele sorriso maravilhoso.

— Oi, Melissa. — Eu estava muito envergonhada.

— Eu estava sem nada pra fazer em casa, então pensei que a gente poderia dar uma volta no parque. — Ela colocou as mãos no bolso do short e olha, até suspirei.

— Claro. Vou só trocar de roupa.

— Tudo bem. Vou esperar aqui.

— Pode subir comigo. — Eu não ia deixar a Mel com minha mãe. Com a senhora Hastings, todo cuidado é pouco.

— Ok.

Coloquei um shorts jeans e uma camiseta cinza. Saí do banheiro e a Mel estava olhando minhas coisas. Ela parou assim que me viu.

— Você tem umas coisas legais aqui — ela disse com um leve sorriso.

— Sim. — Ri de nervoso.

— Você tem um diário. — Ela segurou em você, Charlie! Meu coração parou, lógico.

— Tenho. — Provavelmente, fiquei mais branca do que já sou.

— Então é aqui que estão os segredos de Amelia Hastings? — Ela semicerrou seus olhos.

— Sim. — Senti meu rosto esquentar.

Melissa pareceu notar que eu estava nervosa/constrangida/qualquer outra coisa que você possa imaginar.

— Am, calma — ela disse e riu do meu desespero. — Eu não li nada. Nunca invadiria sua privacidade desse jeito.

Suspirei aliviada. Já pensou se ela tivesse visto alguma coisa? Comecei a escrever esse diário justamente por causa dela e não queria que ela soubesse dessa forma sobre meus sentimentos confusos. Então, rapidamente peguei você da mão dela.

— Ei, calma — ela disse e ficou um pouco mais séria.

— Desculpa, Mel. É que eu não sou muito aberta para essas coisas.

— Tudo bem. Eu é que peço desculpas por ter mexido nas suas coisas. — Ela abraçou o próprio corpo.

— Você só não pode ver isso aqui. De resto, fique à vontade.

Ela sorriu, tímida.

— Será que um dia eu vou poder ver alguma coisa? — ela perguntou.

"Depende. Se ficarmos juntas, por que não?", pensei.

— Quem sabe um dia, Melissa. — Guardei você em uma gaveta.

— Ok, Amelia. — Ela sorriu. Já falei que é o sorriso mais lindo do mundo?

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora