Cap. 20 - Who said I was an angel?

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17/10/2016

Querido Charlie,

Não escrevi em você nesse fim de semana porque não aconteceu absolutamente nada. Voltei com a Melissa e queria passar um tempo com ela, mas meus pais simplesmente me proibiram de sair de casa. Acredita nisso? Passei o meu sábado e domingo assistindo filmes, lendo livros, jogando joguinhos no notebook, já que meu celular eles tomaram também. Pois é. Sou uma prisioneira na minha própria casa. Sem contar que ontem meus pais me obrigaram a ir para a igreja e ficaram mandando indiretas toda hora. Mereço, Charlie? Um pouco, talvez. Quem mandou se apaixonar por uma menina? Mas como a Selena Gomez diz, o coração quer o que ele quer.

Hoje tive aula, então eles não podiam me deixar presa. Minha mãe fez questão de me levar e esperar o sinal tocar. Quando isso aconteceu, desci do carro. Meu humor não estava dos melhores. Passar o fim de semana inteiro em uma casa com duas pessoas te olhando como desprezo não é fácil, mas meu dia ficou melhor quando eu a vi. Melissa estava me esperando nas escadas. Eu estava com a cara fechada até ver ela. Ela conseguiu arrancar um belo sorriso de mim.

— Oi, amor — ela disse e me abraçou. Ela estava tão cheirosa. — Você tá bem?

— Oi. Agora eu tô — sussurrei em seu ouvido.

— Que bom. — Ela me apertou um pouquinho mais. — Estamos atrasadas, vamos.

— Culpa da minha mãe que me prendeu até o último segundo.

Melissa suspirou e me lançou um olhar de apoio. Andamos para as nossas respectivas salas. Durante todo o caminho, Melissa estava com um braço em volta da minha cintura e eu amei aquilo. Ela me deixou na minha sala e, antes de eu entrar, ela me deu um beijo na bochecha.

— Te vejo no intervalo, né? — ela disse e eu assenti. — Então, até.

Antes que ela pudesse sair, eu a puxei para um último abraço.

— Não me abraça assim — ela brincou.

— Por quê? — Dei uma leve risada.

— Porque não dá vontade de te soltar.

— Essa é a intenção.

Ela me largou com certo esforço, mas antes de me soltar completamente, deu um beijinho no meu pescoço. Nem preciso dizer que fiquei toda arrepiada, não é?

— Agora podemos ir — Melissa disse e se afastou completamente.

— Tchau, Mel. — Acenei quando ela olhou para trás.

Entrei na sala e recebi vários olhares curiosos.

— Está atrasada, senhorita Hastings. — Minha professora chamou minha atenção.

— Desculpe-me, senhora Hansen — falei e corei.

— Vá se sentar — ela disse. Ainda bem que ela gosta de mim.

A aula se arrastou lentamente. Eu queria o horário do intervalo para ficar perto do meu amor, mas o tempo não passava. Na terceira aula, o professor passou um exercício em dupla e fiz com o Mathew, como sempre. Terminamos rápido e começamos a conversar.

— Você sumiu o fim de semana inteiro — ele começou. — O que aconteceu?

— Mamãe e papai não querem me deixar sair — respondi debochando. — Eles querem tirar a minha vida social. Eles não me deixaram sair, pegaram meu celular e eu fui obrigada a ir para a igreja. O pior de tudo é que eles nem conversam comigo. Eles só estão se afastando mais de mim.

— Deve ser péssimo. — Mathew suspirou. — Mas espero que fique tudo bem, Amy. Você é forte, vai passar por tudo isso e vai ser muito feliz com a Mel.

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora