Bônus III - I'll take the kids to school...

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(...)

Casar no papel significava que poderíamos começar uma família. Nossas opções eram adoção ou inseminação artificial. Eu sempre tive vontade de saber como era todoval esse processo da gestação, então eu e Melissa concordamos que íamos optar por essa segunda opção. Não queríamos esperar muito tempo para termos um filho, então em 2025, começamos a ir ao médico e tudo foi dando certo. Eu poderia fazer aquele processo. Escolhemos quem seria o doador com cautela. Como o óvulo seria meu, escolhemos um doador que tivesse características parecidas com as da Mel. Na primeira tentativa, eu consegui engravidar. Eu ainda lembro de muitos detalhes do dia em que eu contei essa novidade para a Melissa.


04/09/2025

Já tinha alguns dias que eu não me sentia bem pela manhã. Eu acordava meio enjoada, mas ao mesmo tempo estava com fome. Foi aí que eu comecei a pensar que talvez estivesse acontecendo. Talvez o meu bebê já estivesse se formando dentro de mim. Além disso, já tinham se passado alguns dias desde o procedimento e eu já poderia confirmar se tinha dado certo. Pensando nisso, fui a uma farmácia e fiz um daqueles testes de gravidez. Esperei ansiosamente o resultado e foi o esperado: positivo. Passou várias coisas na minha cabeça: eu teria um filho ou uma filha, esse laço é eterno, eu teria que cuidar e educar uma nova vida. Muita responsabilidade, não é, Charlie?

Depois de sentir a felicidade e o choque de realidade, comecei a pensar em como daria essa notícia para a minha amada. Resolvi que era melhor fazer o exame de sangue só para ter mais certeza.


05/09/2025

Fiz o exame de sangue pela manhã. Melissa não desconfiou de nada. Tentei conter toda aquela felicidade que eu estava sentindo. Eu precisava compartilhar com ela, mas queria que fosse algo especial e surpreendente. Quase que o meu plano foi por água abaixo quando ela me ligou enquanto eu estava no trabalho.

— Bom dia, princesa — ela começou. — Como você tá hoje?

— Bom dia, amor. Tô bem.

— Já fez o exame pra saber se a inseminação deu certo?

— Ainda não — menti e segurei a risada. — Calma, Mel. Sabe que é meio difícil dar certo na primeira vez, né? — Tentei usar todo o meu poder de convencimento. Eu não queria mentir, mas eu só queria fazer uma surpresa legal, sabe?

— Sei sim. É que eu tô ansiosa. Até sonhei com isso essa noite.

— Bom, se acalme, ok? Agora eu preciso atender um paciente aqui. Até mais tarde.

— Ok, amor. — Eu já ia desligar quando eu ouvi um "calma aí".

— Oi, Mel.

— Eu tô com saudade.

Eu sorri, completamente boba apaixonada pela minha mulher.

— Você me vê todos os dias e ainda tá com saudade? — brinquei.

— É porque eu te amo demais e não vejo a hora de chegar em casa pra te ver. — Ela soltou uma risada nasal. — E aposto que você tá toda envergonhada agora.

— Você me conhece bem demais. — Continuei sorrindo.

— Sim, Am. Agora vai lá atender seu paciente. Beijos e eu amo você.

— Também te amo e tô com saudade.

Desliguei o telefone e não consegui parar de sorrir tão cedo. Mesmo com tanto tempo juntas, parecia que todo o nosso romantismo nunca ia acabar. A Mel sempre fala essas coisas fofas e eu tento retribuir da forma como ela merece. É algo recíproco e verdadeiro. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz assim. Eu que comecei com a ideia de começarmos uma família e a Mel abraçou com tanto entusiasmo que eu me sentia realizada toda vez que ouvia ela falando sobre isso. Eu não estaria sozinha. Com ela, eu sinto que posso fazer qualquer coisa e isso inclui criar uma criança.

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora