Cap. 10 - I kissed a girl and I like it...

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31/05/2016

Querido Charlie,

Aconteceu. Finalmente aconteceu o que eu mais queria! E toda essa espera valeu muito a pena. O beijo foi mais que maravilhoso.

Desde o dia lá da salinha, eu e Melissa ficamos mais próximas. Não em público, claro, mas eu ia na casa dela, a gente estudava, ela ameaçava me beijar, mas recuava. Parecia que eu nunca ia conseguir o que eu queria. Até que hoje toda essa espera acabou.

No intervalo, fiquei com Mathew e desabafei com meu amigo sobre a minha situação com a Mel:

— Eu não aguento mais, Mat. Eu preciso beijar aquela menina.

Ele riu.

— Já disse isso pra ela? — Mathew perguntou e eu assenti. — Bom, pelo menos agora você tá vendo que realmente quer isso.

— Eu sei, mas ela quer ir devagar. Quanto será esse devagar?

— Olha, já se passou um tempinho desde a conversa. Pode ser que esteja mais próximo do que você imagina.

Nesse momento, a musa dos meus sonhos se aproximou de nós.

— Oi, Am! Oi, Mat. — Ela sorriu e sentou-se com a gente.

— Olá, Montgomery! — Mathew e suas manias.

— Oi — respondi com um sorriso bobo.

Como meu amigo já sabia da minha situação e eu estava sem controle sobre os meus desejos, resolvi deixar ainda mais claro o que eu queria.

— Mel, sabe aquele assunto? — perguntei.

— Acho que sei. Por quê?

— Eu tenho certeza do que quero. Não me tortura assim. — Fiz um biquinho e ela riu.

— Ok, Am. Vou parar de te torturar. — Ela segurou minha mão e fez um leve carinho. — Naquele lugar, depois da aula. Combinado?

— Sim — respondi e sorri. Mel sorriu também.

— Agora eu preciso ir — ela disse. — Até mais tarde.

Observei Melissa andar até onde meus olhos puderam acompanhá-la. Mathew me olhou e sorriu.

— Olha só quem vai realizar sonhos hoje — ele disse e eu corei.

— Bom, vamos ver. — Coloquei as mãos no rosto.

O sinal tocou. Mathew me deu um abraço rápido e subimos para nossa aula. Eu estava ansiosa (como sempre), então a aula passou bem devagar. Até que finalmente acabou e eu fui encontrar a Mel.

— Opa, você chegou — ela disse com um sorriso de tirar o fôlego. — E então? O que vamos fazer?

Ela estava linda hoje. Aqueles cabelos ruivos estavam caindo perfeitamente sobre seus ombros. Aqueles olhos me encaravam como se quisessem ver mais do que deveriam. Apesar do meu grande desejo de finalmente sentir aqueles lábios nos meus, eu ainda estava com alguns medos e só me toquei disso quando entrei naquela sala. Como queria ser honesta com a Mel, resolvi dizer isso a ela.

— Mel, confesso que... tô com... medo.

Eu estava tão envergonhada de estar sentindo aquilo, mas a Mel é um anjinho e me lançou um olhar de apoio.

— É por causa dos seus pais, né? — ela perguntou.

— Sim. — Abaixei a cabeça.

Melissa se aproximou de mim e segurou minhas mãos.

— Amelia, você diz que quer fazer isso, que tem certeza, mas fica pensando no que as outras pessoas vão achar. Eu sei que são seus pais, mas você já tem 16 anos. Você tem que ter suas próprias opiniões, dar seus próprios passos.

— Eu sei e eu não queria pensar nisso, mas não consigo.

Ela suspirou e se afastou um pouco. Em seguida, fez uma pergunta:

— Você quer saber até onde isso vai dar, certo? — Ela me olhou.

— Sim. — Assenti levemente.

— Am, se depender de mim, vamos muito longe com isso. — Ela sorriu, o que me deu mais confiança.

Respirei fundo. Ela estava ali na minha frente e eu estava tão perto de ter o que eu queria. Resolvi não pensar no que aconteceria fora daquela sala. Depois de tudo o que ela falou, percebi que ela estava certa. Eu precisava ter minhas próprias opiniões, ser feliz do jeito que eu era e não para agradar os outros, mesmo que fossem meus pais.

— Melissa, feche seus olhos — pedi e ela me obedeceu.

Levantei da mesa onde eu estava e caminhei na direção dela. Melissa estava parada e com os olhos fechados. Coloquei uma mão em seu rosto e outra na sua cintura. Umedeci meus lábios e finalmente eu a beijei. Ela correspondeu rapidamente e tomou o controle da situação.

Não foi meu primeiro beijo, mas com certeza foi o melhor. Melissa tem uma pegada inexplicável. Foi um beijo lento, calmo. Uma mão dela estava na minha cintura e a outra no meu rosto. Melissa estava me conduzindo de uma forma tão gostosa que eu poderia ficar beijando ela para sempre. Sério, Charlie. O beijo dela é sensacional. Para minha tristeza, ela foi se afastando aos poucos e terminou aquele beijo com vários selinhos. Ficamos nos olhando. Eu não sabia o que dizer, só queria aquele beijo de novo. Melissa me olhou e um brilho diferente foi tomando conta dos seus olhos. Ela me beijou de novo e, daquela vez, foi mais intenso.

Enquanto nossos lábios se tocavam com mais rapidez, ela começou a passar a mão nas minhas costas, acariciou meu cabelo, deu umas mordidas nos meus lábios. Eu estava completamente entregue a ela. Ela podia fazer o que quisesse comigo, eu não me importaria. O que um beijo não faz com uma pessoa, não é mesmo?

Melissa resolveu ser mais ousada e desceu seus beijos para o meu pescoço. Uma sensação maravilhosa e perfeita percorreu meu corpo. Depois, ela voltou para a minha boca e foi me conduzindo lentamente para trás, até que encostei na parede e ela colou seu corpo no meu. Charlie... eu nem tenho palavras para descrever como foi incrível. Sentir o corpo dela contra o meu me apertando, ela me beijando com tanto desejo, nossa! Eu só queria mais e mais.

Para esquentar ainda mais as coisas, ela me fez sentar em uma mesa que estava do nosso lado e encaixou seu corpo entre as minhas pernas. Enquanto me beijava, Melissa apertava minhas coxas, o que me deixava ainda mais entregue a ela. Ela voltou para o meu pescoço, dando leves mordidas, beijando. Eu não tinha mais controle sobre mim. Eu senti coisas que nem sabia que podia sentir. Que beijo. Que mulher. Estou me perguntando o porquê de não ter feito isso antes. Nunca mais serei a mesma.

— Gostou? — ela perguntou depois de vários beijinhos.

— Eu amei — respondi e ela me deu um selinho. — Não acredito que eu quase perdi isso.

Melissa riu e fez carinho no meu rosto. Eu não estava mais nem ligando de esconder o que eu sentia. Antes que ela pudesse responder algo, ouvimos um barulho e decidimos ir embora. Pegamos nossas coisas e saímos de fininho daquela sala.

Antes de entrarmos no pátio, ela me parou no corredor, que estava vazio.

— Então... agora somos ficantes? — ela perguntou de um jeito tão fofinho.

— Acho que sim. — Sorri e abaixei a cabeça. — Podemos fazer isso de novo amanhã?

— Claro, Am. A qualquer hora que você quiser e puder.

Ela piscou e eu a puxei para mais perto, dando um selinho demorado nela.

— Vai ser difícil me despedir se continuar assim — Melissa disse e eu ri.

— Quer mais, é? — Arqueei uma sobrancelha e ela assentiu.

Quando eu ia dar mais um beijo nela, apareceu um ser humano aleatório no corredor e apenas dei um abraço na Mel.

— Amanhã a gente continua — ela sussurrou e eu concordei.

Na despedida, rolou apenas uma troca de olhares. Não podíamos demonstrar nada, ainda.

Charlie, eu estou nas nuvens até agora. Quando fecho os olhos, ainda sinto o corpo dela contra o meu naquela parede, consigo lembrar da sensação daquele beijo, consigo lembrar dos nossos olhares. Ai, eu estou tão perdida...

Bom, Charlie, foi isso. Até outro dia...

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora