Cap. 28 - You're the only thing I wanna touch...

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14/02/2017

Querido Charlie,

Hoje é o Valentine's Day e eu consegui passar com a Mel. Foi incrível. Fomos para um parque de diversões e depois para a casa dela. Vou contar tudo o que aconteceu.

Chegamos no parque e brincamos em quase todos os brinquedos. No do "Tiro ao Alvo", a Mel ganhou um ursinho azul muito fofo e me deu. Pode parecer super clichê, mas eu amei. Coloquei o nome dele de Smurf só porque ele é azul. Vai me entender. O último brinquedo que fomos foi na roda gigante. Confesso que nunca gostei muito de ir nisso aí porque sempre achei meio sem graça, mas ir com a Melissa resultou em um dos melhores momentos da minha vida.

— Você tem medo de altura? — ela perguntou.

— Não. — Sorri, meio nervosa.

— Então por que você parece tão tensa?

— Não tô.

— Tá sim. — Ela sorriu e beijou a minha bochecha. — Fica tranquila, amor. Eu tô aqui.

Olhei para ela e fiquei pensando em como sou sortuda por ter essa menina do meu lado. Ela estava sorrindo e pensa em um sorriso lindo, Charlie! Ao olhar nos olhos dela, eu me senti protegida e amada. Estávamos quase no ponto mais alto da roda e o clima estava tão bom que eu me aproximei e a beijei. Começamos lentamente, apenas aproveitando tudo o que aquele beijo poderia dar. Eu queria ter ficado naquele momento para sempre, mas quando percebemos, já estávamos perto do chão e tivemos que descer do brinquedo. Já estava escurecendo, então fomos para a casa da Mel. Os pais dela não estavam em casa. Sempre nessa data, eles faziam alguma coisa de especial. Logo, a casa estava disponível por toda a noite.

Deitamos no sofá e ficamos trocando carinhos. Nem lembro o que estava passando na TV. Eu só pensava em como eu queria aquela menina. Eu já não tinha mais dúvidas do amor que eu sentia por ela, então por que não se entregar de vez? Melissa me tirou desses pensamentos beijando meu pescoço de forma intensa.

— Mel, calma — falei e comecei a rir de nervoso.

— Desculpa, eu me empolguei. — Ela riu e voltou para o meu pescoço, beijando suavemente.

— Amor, eu tenho que te contar uma coisa.

Ela parou de me beijar e me encarou.

— Uma vez eu tive um sonho muito estranho com você — comecei.

— Ok, por que tá me contando isso agora? — ela perguntou confusa.

— Porque eu preciso.

Charlie, mesmo não escrevendo muito em você nesse ano, eu te carrego para todos os lugares. Levantei do sofá e fui em direção a minha mochila. Peguei você e a Mel me olhou mais confusa ainda. Resolvi fazer uma pergunta:

— Lembra que você me perguntou se um dia poderia ver alguma coisa desse diário?

— Sim. — Ela parecia ansiosa.

— Eu não queria que você visse naquela época porque... eu comecei a escrever ele por sua causa. — Melissa deu um leve sorriso e eu senti o meu rosto esquentar. — Eu queria entender melhor o que eu estava sentindo e resolvi registrar tudo aqui. Foi isso que me ajudou a achar um motivo pra você ter terminado comigo. — Abaixei a cabeça. Melissa parecia sem reação.

— Nunca pensei que eu seria o motivo de você começar um diário. — Ela riu. — Mas tô feliz em saber disso. — Ela se aproximou e me deu um selinho demorado. — Não sei mais o que falar. Você me deixou sem palavras.

Nós duas rimos.

— Não precisa dizer nada, meu amor — falei e fiz um leve carinho em seu rosto. — Eu só queria que você soubesse que tudo o que está aqui é sobre os meus sentimentos por você.

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora