Cap. 51 - I'll never be the same...

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08/11/2019

Querido Charlie,

É, amigo. As coisas estão ficando cada dia mais sérias, tanto na minha vida universitária como na pessoal. É ruim crescer e saber que agora eu tenho que correr atrás das minhas coisas, resolver os meus próprios problemas, me formar e seguir aquela profissão por toda minha vida. Ainda bem que eu faço o que eu gosto. Se eu tivesse cursando Direito, que é o que meu pai queria, eu seria uma pessoa totalmente diferente. Quer dizer, eu poderia trocar de profissão se quisesse e está tudo bem. Enfim, eu queria voltar a ser criança algumas vezes porque essa vida adulta me assusta, mas tem momentos tão bons que me dão vontade de enfrentar tudo o que está por vir. Você deve estar se perguntando o porquê dessa minha reflexão sobre a vida, não é, Charlie? Vou dizer.

Tudo começou hoje de manhã. Eu estava sentada e distraída em uma das mesas do refeitório da Universidade de Atlanta quando Melissa se aproximou de mim por trás. Eu tomei um susto.

— Melissa, você me assustou! — falei e me virei para ela.

— Desculpa, amor. — Ela me beijou. — Precisava te ver.

— Precisava me assustar? — Melissa riu.

— Enfim, Amelia. Eu quero que você venha comigo para um passeio por Atlanta. — Ela sorriu.

— Que horas? — Fiquei curiosa.

— Agora.

Olhei intrigada para ela. Melissa apenas me olhou de volta como se dissesse "vamos?".

— Vou só pegar umas coisas e já vamos — respondi.

— Tudo bem, meu amor.

Peguei o que achei que tinha que pegar e fui até o meu carro. Ela quis dirigir, mas eu não deixei de primeira.

— Você não entendeu que eu quero te surpreender hoje? — ela brincou.

— Eu gosto de dirigir. — Revirei os olhos.

— Mas só eu sei onde eu quero te levar. — Melissa me abraçou.

— É só me falar onde a gente vai, minha vida — rebati e dei um beijo delicado em seu pescoço.

Na verdade, eu estava preocupada com ela, pois sabia que ela ainda não aguentava dirigir por tanto tempo.

— Não porque tem mais uma coisinha — ela retrucou.

Eu a olhei curiosa e ela tirou um lenço de dentro da bolsa.

— Você não vai fazer isso — falei, negando com a cabeça.

— Vou sim. Agora se comporte e confie em mim.

— Melissa, você nem pode dirigir por muito tempo. — Joguei o meu último fio de esperança.

— Já estragou a primeira surpresa do dia, senhorita Hastings. — Minha namorada revirou os olhos.

— Como assim? — perguntei.

— Ontem eu fiz um teste pra saber como está a minha força muscular e já estou quase completamente recuperada. — Ela sorriu daquele jeito lindo de sempre — Daqui pra frente, eu só preciso voltar à minha rotina porque os meus músculos já estão preparados pra isso. Tô liberada da fisio e só preciso fazer atividades físicas.

A felicidade de ouvir ela falando aquilo não cabia em mim. Depois de tanto tempo fazendo fisioterapia, finalmente ela estava bem. Eu não consegui falar nada, só sorri e beijei a minha namorada.

— Agora posso te vendar? — ela disse e eu revirei os olhos.

Mesmo não querendo, eu acabei sendo vendada. Eu não gosto dessas coisas porque eu fico ansiosa e desesperada. Melissa parecia se divertir com tudo aquilo. Enfim, o carro começou a se mover e depois de alguns minutos de sofrimento, ela parou o carro.

O Diário de Amelia HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora