Imperfect Love

• ✤ Eu Não Vou Desistir ✤ •

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Viro-me na cama e suspiro baixinho agora, encarando o sol da manhã que invade o quarto, é a única coisa que me aquece realmente. Eu mal pude dormir à noite toda e agora parece que minha cabeça está prestes a explodir, mas eu ficarei bem, porque é assim que tem que ser.

Eu preciso levantar, preciso enfrentar Christian e ficar a sua disposição; por mais que tudo ainda doa. Eu sou a submissa dele, eu escolhi isso, e não posso fugir. Eu só preciso levantar e sorrir para ele, ou abaixar a cabeça e falar sim para tudo o que ele me mandar fazer. As coisas funcionam assim.

Há uma melodia baixa vindo do piano, os cachorros não estão latindo, então sei que Christian está acordado. É a minha hora de levantar. Arrasto-me para fora da cama e visto um robe branco de algodão, o tecido é macio e não machuca minha pele. Vou para fora do quarto e encontro apenas o corredor vazio, ganhando iluminação graças as janelas e portas abertas. Deixo o corredor e sigo para a escada, mas desço apenas alguns degraus e paro quando a melodia do piano acaba e a voz de Grace surge.

Não...

Eu não quero que ela me veja assim.

Sento-me no meio da escada, sabendo que não serei vista. Minha pele arde e começa pinicar, mas eu tenho que suportar a dor, isso é apenas uma pequena parte do que Christian pode ser. Eu não quero que ninguém me veja mal dessa forma, meu rosto deve estar todo inchado após a noite de choro.

— Querido, eu sei que é cedo, mas eu queria tanto ver a Anastásia. — Ouço Grace dizer e suspiro. — Eu cheguei tarde ontem e tentei falar com ela, mas ela não atendeu.

— Ela está dormindo, mamãe.

— É uma pena, diga a ela para me ligar, por favor. Eu mal posso acreditar no que ela fez pela Happy.

— O que ela fez pela Happy? — A voz de Christian sai confusa.

— Eu pensei que você soubesse... você não foi busca-la ontem?

— Não, mãe. Eu estava ocupado.

— Belo noivo.

— Mamãe, apenas fale.

— Ela fez a Happy andar, Christian.

Tudo fica em silêncio, um silêncio longo e preocupante. Suspiro baixinho, já sem conseguir ficar sentada pelo ardor, então me levanto e desço as escadas. O olhar de Grace me encontra assim que termino de descer as escadas e, em segundos, o sorriso que antes existia em seu rosto dá lugar a uma expressão cheia de preocupação.

— Anastásia, o que aconteceu com você? — Grace pergunta e eu apenas abaixo a cabeça.

— Nada.

— Meu Deus, olha para você.

Grace se aproxima rapidamente e segura meu rosto, mas eu viro a cabeça para o lado, eu não quero olhá-la.

— Christian, você não ousou bater nela, não foi?

Arregalo os olhos e encaro Grace, rapidamente balanço a cabeça e ela parece se encher de alivio.

— Pelo amor de Deus, mamãe! — Christian exclama, ofendido. — Eu não bateria nela.

É, não dessa forma.

Suspiro e seguro as mãos de Grace afastando-as de mim, ela me encara confusa enquanto eu volto a encarar o chão.

— Você está com febre. — Grace murmura voltando a me segurar. — O que aconteceu com você?