• ✤ Não Há Mais Medo ✤ •

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Encaro Christian fazer tantas perguntas, sem conseguir acreditar que ele realmente pensa isso de mim; que eu seria capaz de roubá-lo, mas quando finalmente arrumo palavras para lhe responder, meu celular começa a tocar. Tiro do bolso de trás da calça e encaro confusa a tela ao ver o nome de Mia aparecer, rapidamente o atendo e tudo o que ouço do outro lado são gritos e tiros.

— Ana, você precisa correr! — Mia grita. — Connor nos cercou, estamos no meio de uma estrada e há muitos homens aqui! Ele irá pegar Maria, ele acabou de sair, você precisa ir agora, ele não pode pegá-la.

— Maria...

Seu nome escapa da minha com desespero e que não consigo falar mais nada, viro-me e corro para fora do quarto, ignoro Ted e Ed e pego a chave do carro na mesa do hall, correndo para o elevador. O elevador chega até a garagem e eu corro para ele, parece levar uma eternidade até que eu chegue na garagem, e me apavoro ao ver Taylor.

Tiro a arma do cós da minha calça e aponto para ele.

— Sai da frente! — Grito e ele levanta as mãos.

— Ana...

— Sai! — Grito outra vez.

Ele começa a se afastar, mas eu sei que não será o suficiente para mantê-lo longe, então disparo nos pneus do seu carro. Corro até o meu carro e ligo, saindo o mais rápido que posso. A adrenalina já tomou conta de todo o meu corpo enquanto corro para fora do Escala, correndo pelas ruas em direção ao colégio de Maria. Ele não pode chegar até ela. Eu prometi a Maria que Connor jamais iria tocá-la outra vez, e eu não vou deixar isso acontecer, nunca.

As lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto, os nós dos meus dedos estão brancos por apertar firmemente o volante. Eu passo os sinais vermelhos, corto entre os carros e só sinto um pouco de alívio quando avisto o colégio de Maria. Mas meu alívio se vai quando a vejo saindo, provavelmente com alguns amigos, então vejo um carro chegar correndo e parar. De longe eu posso ver o seu pavor ao encarar o carro, mas eu não paro e nem penso duas vezes.

Piso fundo no acelerador até ver Connor abrir a porta, mas antes que ele consiga descer eu jogo o meu carro contra o seu, prensando a sua porta. Meu corpo é jogado para frente, mas o cinto me segura e mesmo desnorteada eu corro para fora do carro com a arma em mãos.

— Maria! — Grito e ela me olha.

Todas as crianças estão correndo com pavor, mas ela está parada, olhando completamente assustada para o carro dele. Junto as forças que ainda tenho e corro até ela, agarrando o seu braço, olho para os lados, sem saber o que fazer, mas vejo uma mulher tentando sair com o carro, corro até ela e entro na frente do seu carro apontando a arma.

— Desce! — Grito segurando firme a arma.

Ela não questiona e desce rapidamente do carro, corro e coloco Maria dentro, depois dou a volta e sem olhar para trás entro no carro. Travo as portas e piso fundo no acelerador a ré, viro o carro sem tirar o pé do acelerador e os pneus cantam no asfalto.

— Tia Mia e o tio Ethan. — Maria diz baixinho, sem conseguir respirar direito.

— Isso não importa!

Dou um solavanco quando ouço um tiro, mas não paro, continuo correndo pelas ruas ignorando todos os sinais e desviando dos outros carros. Maria está encolhida no banco, presa ao cinto e chorando muito, mas eu não posso me preocupar com os outros, apenas com ela, nós precisamos sair daqui.

— Onde estão os códigos? — Pergunto e ela encolhe os ombros. — Maria?

— Aqui!

Ela levanta o pulso mostrando seu relógio, puxa a parte dos ponteiros para cima e revela o pequeno cartão de memória.

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora