Especial de Natal

1.3K 137 8
                                    

2018, 25 de Dezembro

Gargalho alto, sem conseguir me mexer, ganhando toda a atenção da sala de estar, cheia de pessoas que eu tanto amo. Gabriel me roda, apertando-me e fazendo Christian revirar os olhos, a diversão dele é irritar meu marido, mas dessa vez Christian está se contendo bem, talvez porque esteja com Rosa e Phoebe nos braços, nossas pequenas bebês. Ainda não acredito que depois que adotamos Rosa, Christian conseguiu me convencer a ficar grávida..., mas lembro-me bem das suas táticas.

— Que cara de safada é essa, Anastásia? — Gabriel questiona, e eu gargalho, olhando para meu marido. — Meu Deus, menina, sai daqui!

Gabriel me empurra e nossa mãe lança um olhar severo para ele, que rapidamente levanta as mãos e dá um passo para trás, sussurrando um pedido de desculpas. Sorrio para mamãe e depois vou me sentar ao lado de Dylan, Maria e Happy, mas logo Ted e Ed aparecem na sala, e eu quero rir e apertar eles, usando calças sociais e suéteres de natal, eles estão tão lindos! Grace vem logo atrás, com seu sorriso de avó orgulhosa.

Meus homenzinhos, tão parecidos com o pai, não posso acreditar que eles já têm sete anos, e que ambos acabaram de perder os primeiros dentinhos, é claro que Tom ajudou, acertando os dois ao mesmo tempo com uma bola de basquete. Tenho quase certeza que Christian jamais vai perdoar meu irmão por isso.

— Mamãe, você está tão pensativa — Maria murmura e eu acabo rindo. — O que foi?

— Nada, acho que já é hora de abrir os presentes, não é?

— Sim, mamãe — Rosa grita dos braços do pai, encantada. — Vamos.

— Eu te ajudo, Rosa — Luke, sussurra, sorrindo envergonhado.

Christian faz cara feia, para o próprio sobrinho e o garotinho loiro pouco se importa, ele é exatamente como Kate e Elliot. Luke ajuda Rosa a descer do colo de Christian e os dois correm para a árvore, onde as várias caixas de presentes descansam. As outras crianças também correm para a árvore, animadas e nós apenas viramos e ficamos encarando enquanto eles gritam e se divertem abrindo os presentes. Maria, Happy e Dylan estão ajudando, apavorados com os gritos e Phoebe, a garotinha de grandes olhos azuis, apenas olha tudo, rindo sem entender nada enquanto o pai a embala.

— Quer me dar ela um pouco? — Pergunto para Christian.

— Não, meu bebê.

Balanço a cabeça rindo e suspiro. Meu marido possessivo. Acho que nossa filha já adora isso, ela ama estar nos braços do pai, sempre e sempre.

Papai senta ao meu lado e passa o braço ao redor dos meus ombros, sorrio e descanso a cabeça em seu peito, olhando toda a minha família, bem aqui juntinho de mim. Eu sei que não poderia estar mais feliz que isso, nunca. Mesmo que Cacau, Floquinho e Fadinha estejam correndo pela sala agora, feito loucos! Rasgando e se divertindo com os sacos de presentes.

— Esses cachorros, são malucos — papai sussurrando suspirando, e então me encara. — Já deu o presente de Christian?

— Ainda não.

Encolho os ombros, sussurrando, e posso ver Christian nos observar com curiosidade, sorrio para ele e me levanto, estendo minha mão e ele franze o cenho, sem entender.

— Quero te dar algo.

— Eu fico com o bebê — Mia diz animada, sorrindo.

— Tome cuidado com meu bebê, garota.

Mia revira os olhos e Christian lhe entrega Phoebe, fazendo todos rirem, ele aceita minha mão e o levo até nosso quarto, sem conseguir conter a alegria boba de menina que estou sentindo.

— O que foi, Ana? O que você está escondendo?

— Eu preparei um presente para você — sussurro, nervosa. — Papai me ajudou, nós encontramos e... eu quero te dar.

— Meu Deus, você me assusta assim. Mostre-me o que é.

Balanço a cabeça, rindo sem jeito e caminho até nosso closet, pego a caixa quadra e a outra menor coloco no bolso do casaco que estou usando, quando volto ao quarto estendo a caixa para Christian. Ele pega e balança, provavelmente estranhando a leveza, então a abre, e seus olhos se iluminam.

— Isso é...

— Minha bola — sussurro rindo. — Você lembra dela?

— É claro que sim, Ana!

Christian está tomado por um largo sorriso, ele tira a bola velha da caixa e balança a cabeça, com incredulidade.

— Como isso é possível? Nós não tínhamos estourado isso?

— Nós estouramos a sua — falo rindo. — Papai estava arrumando o sótão há alguns dias e encontrou ela guardada... ele encontrou outra coisa também.

— É? O que?

Tiro a pequena caixa do meu bolso e lhe estendo, ele parece ainda mais confuso, mas quando seus olhos encaram os dois colares, com pequenas pedras rochas, ele dá um largo sorriso. Nós fizemos isso quando éramos crianças, pouco tempo depois de nos conhecermos, usávamos sempre para que todos pudessem ver que éramos melhores amigos.

— Eu levei na joalheria e, pedi para colocar a corrente de ouro e, pedi para polirem um pouco as pedras... você lembra delas?

— Sim, nós fizemos quando fomos a praia, e lembro que nos perdemos.

— Oh, sim — recordo-me do dia e isso me faz rir. — Papai e Grace brigaram tanto conosco aquele dia.

— E nós ficamos um dia sem nos vermos... era a minha maior tortura.

— Nós éramos duas crianças, Christian.

— Não poder ver você, sempre é uma tortura, Ana, desde o momento em que te conheci.

— Ah, Christian!

Aproximo-me rapidamente e enrosco os braços em seu pescoço, ele sorri e me encara por segundos, seus olhos cinzas brilham com algo que jamais vou entender, mas sei que vai além de amor, porque é o mesmo que sinto por ele.

— Eu te amo, Senhora Grey.

— E eu amo você, Sr. Grey.

— Feliz Natal.

— Feliz Natal. 

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora