• ✤ Eu Estive Morrendo Por Você, Querida ✤ •

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Abro meus olhos e me viro, para ficar encarando o teto. Sorrio ao ouvir as risadas de Ted e Ed, eles provavelmente estão tomando café essas horas, e eu deveria fazer o mesmo. Christian não veio ontem à noite, ou hoje, então imagino que ele não virá.

Entendo o jogo dele.

Eu ele é o dominador, eu obedeço às suas ordens apenas. Imagino que nesse momento ele deva estar pensando nas formas de me punir, e quando eu chegar lá, quero apenas que acabe logo. Suspiro, cansada; a noite foi pior do que eu pensava já que não consegui dormir, então é melhor eu enfrentar isso logo. Levanto-me e visto a mesma roupa de ontem, mas fico descalça.

Quando entro na sala gargalho alto ao ver Ed e Ted em uma guerra de abraços e beijos, eles me olham e correm para me abraçar.

— Querida, Christian ligou. — Page diz saindo da cozinha. — Ele disse que Taylor está a sua disposição quando quiser ir, e pelo visto ele está lá fora.

— Eu vou andando. — Murmuro suspirando. — É só um quarteirão mesmo.

— Tem certeza?

— Sim. E eu venho amanhã, eu quero ficar com meus irmãos antes de eles começarem a ir para a creche.

— Está bem, tome cuidado, ok?

— Hm... está bem.

Dou um beijo nos meninos e outro em Page, então me despeço e saio pela porta da frente. Descalça, com os saltos em mãos e uma cara péssima. Semicerro os olhos, pelo sol e pela visão de Taylor do outro lado da rua. Ele abre a porta do carro, mas eu balanço a cabeça e viro a calçada.

Dou uma olhadinha por cima do ombro e vejo Taylor falando ao celular, provavelmente com Christian, mas eu não ligo. Eu acordei com um péssimo humor, estou acabada e tudo o que eu terei que fazer é ficar em silêncio e vez ou outra dizer sim ou não. Estou pronta para o meu grande dia de merda.

Subo as escadas da frente do edifício e o porteiro abre a porta de vidro para eu entrar, agradeço, com um sorriso mínimo. Paro em frente ao elevador e espero até que ele chegue, quando entro, posso ver as pessoas me olhando, mas eu nem me importo. Eu sei que estou acabada, e não estou nem aí. Atravesso as portas duplas e suspiro ao encontrar a grande sala vazia e escura. Talvez eu deva ir lá para cima, ele pode estar me esperando lá.

Cruzo meus braços pensando no que fazer, mas qualquer pensamento se vai quando vejo suas coisinhas brancas e cheias de pintas pretas descerem as escadas correndo. Abaixo-me para recebe-los, e um sorriso gigante se forma em meu rosto. Os dois pulam em cima de mim e começam a me lamber, então vejo outra bolinha cheia de pelos, rolar escada a baixo. Arregalo os olhos, mas me encho de alívio quando ela também corre na minha direção me fazendo gargalhar.

Agarro a bolinha de pelo e vejo algo preso em sua coleira, um bilhete.

'Você estava certa, eu sinto muito'.

Sorrio ao lê-lo, é a letra de Christian. Levanto-me, segurando o pequeno cachorro ao ver Christian descer as escadas. Seu semblante está calmo, e ele parece preocupado, diferente do que eu imaginava que estaria. E não há chicote ou varas nas suas mãos, elas estão livres.

— Você estava certa. — Sussurra com pesar, mantendo a distância. — Eu fiquei mal por anos depois de você ter me deixado... e eu não quero mais que você vá embora.

Balanço a cabeça, já que as palavras simplesmente sumiram. Dou um pequeno sorriso e abraço a bolinha de pelo enquanto ela lambe meu rosto com fervor. Christian faz uma careta e depois dá um sorriso, por algum motivo eu queria poder saber o que ele está pensando agora.

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora