• ✤ Apenas Uma Imagem Boa ✤ •

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DIAS MAIS TARDE...

QUARTA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO

Estaciono o carro e abro um pequeno sorriso, minha antiga casa, eu mal posso acreditar que estou aqui novamente e que agora, essa casa vai ser minha, da Maria e dos gêmeos. Nós seremos felizes aqui, finalmente felizes e ninguém vai poder nos machucar.

Desço do carro e Maria desce também, os meninos estão com Christian, mas depois que eu reformar a casa eles vão vir ficar comigo. Eu acho que no fim, é assim que acaba, Christian para um lado e eu paro o outro... como eu sempre imaginei que seria. E como tem que ser, eu acho que nós não fomos feitos um para o outro, com certeza não.

— Eu estou empolgada. — Maria diz me trazendo a realidade. — É a nossa casa.

— Sim, eu morei aqui por muito tempo e, ainda está do mesmo jeito de quando eu saí.

— Eu quero muito ver.

Balanço a cabeça sorrindo e estendo minha mão para ela, caminhamos devagar e passamos pela cerca branca, ainda me assusta que o carro de papai esteja aqui, parado do mesmo jeito que ele deixou aquela noite. Na verdade, isso me traz todas as lembranças daquela noite de volta, paramos na porta de entrada e eu abro devagar, é quase como se eu fosse encontrar todos eles aqui dentro, para me receber, mas a casa está vazia e escura.

Ela está tomada pelo passado.

Cada pequena parte dessa casa ainda marcada pelo passado, por coisas que se foram a doze anos. Meus olhos marejam quando eu vejo as minhas luvas com minha toca e meu casaco, no lugar que eu deixei. Isso me apavora mais uma vez, eu sinto que vou chegar a sala e eles vão estar caídos lá com Connor apontando uma arma para eles, mas isso não acontece.

Não há sequer marcas no chão, tudo está limpo e... organizado.

— É grande aqui. — Maria diz e eu sorrio.

— Sim, é realmente muito grande.

— E antigo.

— É, mas nós vamos ajeitar isso, mas vamos ficar aqui hoje e talvez para sempre.

— Quanto drama, mamãe.

— Ah, me desculpa. — Peço rindo e ela gargalha.

— Vamos, eu quero ver o seu quarto.

— Ok, vamos lá.

Maria segura a minha mão e me leva para o andar de cima, correndo, seguimos pelo corredor e eu só sinto as lembranças me machucarem mais. O quarto dos meus irmãos ainda está intacto, como o quarto dos meus pais, é tão estranho voltar aqui depois de tantos anos e encontrar tudo exatamente como foi deixado.

— Esse era o seu quarto?

Deixo os pensamentos de lado e cruzo meus braços, parada em frente ao meu quarto. Está tudo igual, até meus ursos e bonecas estão ajeitados sobre a cama, cheios de poeira. A janela está fechada, mas pelo vidro eu posso ver o quarto de Christian e isso me faz sorrir.

Que loucura! Eu não posso acreditar que tanto tempo se passou, parece que eu estou revivendo tudo novamente.

— Você gostava de ursos. — Maria diz rindo. — O que é aquilo?

Encaro a caixinha para onde ela está apontando e sorrio, é só uma caixa velha de música. Encorajo-a a se aproximar e ela pega, dá corda e sorri quando o casal começa a rodar na caixinha, abro minha bolsa e tiro a caixinha que mamãe deixou com Carrick.

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora