• ✤ Tentando Se Ajustar ✤ •

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Fecho meus olhos e me aconchego próxima ao peito de Christian, ele fica rígido e sua respiração se torna pesada, mas ele não deixa eu me afastar. Seus braços me seguram firmemente sobre a cama do quarto de jogos e eu realmente acho que nós deveríamos ir ver os meninos, mas também precisamos conversar.

— Você sabe que nós temos que conversar. — Murmuro e ele suspira.

— Por que você quer que eu aja diferente com eles?

— Porque eles estão agindo como se fossem os reis da casa.

— Não... nós só temos uma rainha, e ela é bem mandona.

Fujo dos seus braços e me sento sobre a cama, jogo a cabeça para o lado e lhe encaro. Christian solta um longo suspiro antes de se sentar e esfregar o rosto com as mãos, ele me encara, esperando que eu diga algo.

— Eu não concordo com tudo o que você faz por eles, eles precisam de limites.

— Eu sei disso.

— Me chateia que você passe por cima das coisas que eu falo. Eu gosto da nossa vida, e não quero que isso acabe, mas se continuar assim, nada vai durar.

Pela primeira vez, durante toda essa briga, vejo o medo percorrer seus olhos e se alojar ali, quem sabe fazendo ele vir a realidade. Aproximo-me mais dele e acaricio seu rosto, ele me encara com a expressão cheia de preocupação.

— Eu não quero perder vocês... — Confessa, em um tom baixo e deprimido. — Mas só de lembrar o que aconteceu com eles, a forma como eles estavam machucados naquele carro ainda me atormenta. E eu ainda não era apegado a eles.

— Você está com medo de perde-los?

É claro!

Como eu não pensei sobre isso? Toda essa superproteção, tudo o que ele faz para mimar os meninos... tudo o que ele tem deixado de lado, é apenas para ficar com os meninos e cuidar deles.

— Eu me sinto horrível sabendo que não pude pegar o cara que fez aquilo, e se ele voltar? Se ele tentar tirar você ou nossos filhos de mim, como eu vou ficar? Todos os dias eu sinto que tenho que aproveitar os momentos ao seu lado e ao lado deles como se fosse o último.

Fecho meus olhos para tentar conter as pequenas poças de lágrimas que se formam, tomo coragem e abro depois de alguns segundos. Aproximo-me mais de Christian e agora seguro suas mãos. Há tantas coisas que eu queria poder dizer a ele, mas é tão difícil.

— Você não pode viver todos os dias como se fossem os últimos.

— Por que não?

— Porque as vezes não é, e se hoje não for o seu último dia... as consequências vêm amanhã. Não dá para cometer loucuras porque você tem medo, uma hora tudo vem à tona, nós temos que viver na medida certa, porque precisamos ter de lidar com isso amanhã. Eu sei que você ama o Ed e o Ted, mas você tem que cria-los pensando no amanhã, se você não ensinar hoje, eles aprendem amanhã, só que sem o mesmo amor, entende?

— Acho que sim.

— Você não precisa ficar longe deles, mas precisa conciliar a sua vida também. Trabalho, casa... eu e as crianças.

— Você?

— Sim, eu também preciso de você.

Christian dá um pequeno sorriso de canto, mas que parece tomar seus olhos. Ele me puxa para seus braços e me aconchega com cuidado. Meu coração acelera e eu percebo quanto amo estar aqui, mesmo que eu nunca vá dizer, esse é o meu lugar favorito do mundo.

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora