• ✤ Feridas Abertas ✤ •

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DIAS MAIS TARDE...

Saio do meu quarto, ouvindo as vozes masculinas vindas do andar de baixo, caminho vagarosamente pelo corredor até chegar a escada. Desço os degraus e paro no último, sento-me e encaro meu pai e todo o time da escola na sala, discutindo sobre os jogos. Christian está aqui, é claro que ele está! Ele é capitão do time e escuta atentamente o que meu pai fala.

Eu queria que ele fosse embora, que nunca mais tivesse que vê-lo outra vez, mas ele ainda está aqui. Parece que ele está em todos os lugares.

— Ei, Ana, olha só o que eu achei!

Viro a cabeça ao ouvir Tom gritar enquanto desce as escadas, ele está com um quadro em mãos e um largo sorriso. Franzo o cenho e me levanto, agora tendo a atenção do time e do meu pai sobre eu e meu irmão. Tom estende o quadro e semicerro os olhos; somos eu e Christian, quando viramos amigos. Nós calçávamos o mesmo número, e sempre trocávamos os tênis, ficávamos com pés coloridos, mas tudo isso acabou.

Encaro meu irmão e arqueio a sobrancelha antes de soltar o quadro e o vidro se quebrar.

— Opa... caiu. — Sussurro sem expressão qualquer coisa. — Você deveria limpar, antes que alguém se corte.

— Anastásia! — Papai chama, reprovando-me.

Giro meu corpo e cruzo meus braços, tendo sobre mim o olhar do meu pai e dos meninos. O olhar de Christian é o principal, queima sobre mim, mas não é com raiva, eu estou magoando-o e sei disso. Eu quero apenas que ele sofra, como me fez sofrer.

Suspiro e volto minha atenção para o meu pai.

— É só um quadro idiota, o Tom pegou, ele limpa.

— Quando você ficou tão chata? — Tom pergunta e eu dou um pequeno sorriso para ele. — Sai da minha vida, menina.

— Eu vou, mas porque Elliot está me esperando. — Sussurro abrindo um pequeno sorriso.

Eu fico feliz por ainda ter Elliot e Mia, Elliot principalmente, ele tem sido muito bom comigo e me faz feliz. Acho que no fim, é isso que importa, estar com quem te arranca sorrisos, te abraça e nesses abraços, você sente que o mundo não pode mais te machucar. Elliot faz isso comigo.

Deixo os meus devaneios, junto com a casa e todos os homens dentro dela. Sorrio para o garoto de cabelos loiros e olhos verde que me espera recostado em sua moto. Aproximo-me e ele me abraça, dando-me um beijo casto nos lábios, sorrio e semicerro os olhos.

— Onde nós vamos hoje?

— Nós vamos para uma vila fora de Seattle, vai haver uma festa lá. — Elliot diz, sorrindo amplamente. — Acho que você vai gostar.

— Tudo bem, vamos então.

Ele sorri e me solta, entrega-me um capacete e sobe em sua moto, visto o capacete e monto atrás de Elliot, agarrando firme sua cintura. Ele pisa fundo e logo estamos correndo pelas ruas de Seattle, em direção a cidade. Elliot adora essas festas de vila, ele sempre dá um jeito de irmos desde quando éramos mais novos, acho que eu também gosto disso, é algo nosso. Algo que ninguém pode estragar.

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Já é noite quando paramos em uma pequena vila, com casas todas feitas de tijolos cinzas; há pessoas por todos os lados. Andando e conversando alto, outras com fantasias, homens soltando fogo pela boca. É tão maravilhoso, viro-me para Elliot e sorrio.

Imperfect LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora