15. um luminoso brega vermelho e verde que piscava

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Pedimos outra cerveja. Aquela noite, eu não poderia me lembrar de tudo que conversamos. Ela gostava de filmes do Bergman, de política, mas depois de um protesto que participou se machucou um bocado, resolveu não se envolver mais, e apenas acompanhava mas não debatia nem protestava mais. Gostava de música e sempre sabia alguma música que escutava mais que as outras, e muitos outros assuntos. Arte, filosofia,política, música.

- Está ficando tarde...na verdade eu nem desconfio que horas sejam agora...

- Eu também não faço idéia. - respondi segurando a mão dela. - Perdi completamente a noção de tempo...

- Talvez seja melhor eu ir agora - ela disse se levantando enquanto eu entregava a conta de volta para o garçom. Me levantei e segurei sua mão e a puxei para mim. Deveria ter mais cuidado com questões de privacidade, mas naquela hora eu realmente não podia me importar menos com isso. Beijei-a, puxando seu corpo contra o meu, meu braço envolvendo a cintura dela.

- Talvez você possa ficar... - sugeri enquanto a beijava de novo.

- Talvez...

- Seu filho está bem, sua mãe deve cuidar bem dele. Ela vai entender.

- Acho que sim...é...- ela disse enquanto me beijava de volta. - Ela disse que eu não precisava me preocupar com horário hoje.

- Já gostei da sua mãe. - disse sorrindo, pois ela realmente estava concordando em subir comigo.

Entramos no elevador e seguimos para o meu quarto. O tempo todo eu segurava a mão dela, sentindo que poderia esmagar aquela mão tão pequena. Quando chegamos na porta do meu quarto, eu abri para que ela entrasse, tentando ser o mais cavalheiro possível. Ela fez uma mensura à moda antiga, colocando um pé atrás do outro, e entrou. A primeira coisa que ela fez foi tirar os sapatos.

- Você não tem a menor idéia do quanto eu odeio ter que usar essas coisas - ela disse, enquanto suspirava aliviada e se sentava no sofá, esticando os pés. - Ninguém me tira da cabeça que a ideia de sapato de salto ser obrigatório é só pra desacelerar a gente e ficar parecendo que somos menos competentes.

Eu sentei ao lado dela, puxei suas pernas para o meu colo. Ela tinha uma bruxinha na panturrilha que eu lembrei que ela disse que odiava, que fez por impulso. Mas era uma tatuagem legal, da Feiticeira Faceira sentada em uma cadeira de balanço com a vassoura no colo. Me virei para ela, beijando-a enquanto deslizava as mãos na perna dela. Ela usava um perfume que lembrava rosas frescas. Lembro que puxei ela pra cima de mim, enquanto nos beijávamos, e ela segurava meu rosto com as duas mãos. Ela tirou a blusa preta que usava, e então eu beijei seu pescoço e colo, onde tinha outra tatuagem, de duas âncoras cruzadas sobre duas rosas. Na barriga uma fênix saía das nuvens, cercada de flores de cerejeira. Me levantei enquanto a beijava, e apesar de ela não ser do tipo magrinha, era bem leve, e não foi dificuldade nenhuma passar os braços pela cintura dela enquanto ela enrolava meu corpo com as pernas. Ela beijava meu pescoço enquanto seus dedos enroscavam no meu cabelo, e eu a deitei na cama do quarto, com ela ainda enroscada em mim, lembro que ela puxou a minha camiseta, e depois me puxou de volta, me beijando, ela enganchou as mãos nas minhas costas, enquanto beijava meu pescoço e meu ombro. Eu me apoiei nos cotovelos e a beijei, e me permita dizer uma coisa: todos esses anos se passaram, e ainda é o mesmo beijo, e toda vez eu espero que nunca mais acabe. A verdade é que tudo, o toque, os beijos e o olhar dela eram intoxicantes. Me sentia como se estivesse sendo hipnotizado, sabe?

Minha boca percorria o pescoço dela, o colo e os seios, enquanto ela se curvava e desabotoava o sutiã, e o tirou, enquanto eu os beijava. Cada vez que ela tirava uma peça de roupa eu observava atento procurando alguma tatuagem nova que eu não tivesse conhecimento. Desci mais um pouco, beijando sua barriga, e enquanto minhas mãos desciam pelos lados do corpo dela, encontrei na cintura o zíper da saia lápis que ela usava, e puxando-o, desci beijando sua pele. Ela tinha a pele macia e fina, e se arrepiava ao mais leve toque. Receava que pudesse estar avançando muito rápido, mas ela curvava o corpo para cima, ajudando a tirar a saia dela, e seus dedos se enrosacavm no meu cabelo. Desci mais um pouco, com os dedos enganchados na alça da calcinha e puxei devagar enquanto minha boca encontrava os lábios dela. Havia ali uma pequena tatuagem de uma mariposa, e beijei-a com carinho. Encontrei os lábios dela, e beijei como se fosse a boca dela, fazendo ela se curvar enquanto suas coxas se separavam cada vez mais. Ela se entregava completamente.

Inclusive perdoem a riqueza de detalhes, mas tenho lembranças muito claras daquela noite. Mesmo depois de tantos anos, ainda não chegou sequer a virar lembrança, eu realmente sinto como se estivesse lá ainda, depois de tudo. Ela se sentou , me puxando para beijá-la de novo, enquanto puxava com a ponta dos dedos a minha calça para baixo, aquela mão pequena e fina segurou meu pau com firmeza, enquanto me beijava e mordia meu pescoço. Me empurrou sugerindo que eu me levantasse, e me levantei na beira da cama, tirando completamente a calça, e ela sentada com as pernas abertas, me puxou para entre elas, segurando meu pau e colocou ele na boca, enquanto seus olhos olhavam firmes nos meus.

Em algum momento, ela me deixou tão louco que eu me inclinei sobre ela, e me agachei um pouco, pegando seus calcanhares, e os segurei no alto, e subi em cima dela, com seus calcanhares sobre meus ombros, e me forcei dentro dela, por mais que uma parte pequena da minha consciência dissesse que estava indo muito rápido, os olhos dela nos meus e o sorriso que ela me deu diziam que não estava sendo rápido, que era o que ela queria. Depois ela tirou os pés do meu ombro, e me puxando contra ela, rolou para cima de mim, e cavalgou em cima de mim até que eu não pudesse aguentar mais. Se deitou sobre meu peito, eu tentava recuperar o fôlego. Não conseguia pensar em mais nada a não ser em tentar recuperar os batimentos em um ritmo normal, e escutava ela respirar fundo enquanto eu acariciava os cabelos dela.

Não falamos nada um ao outro por horas, apenas ela ficou deitada no meu peito, os dedos finos acariciavam meu peito e eu escutava sua respiração. Vinha da rua uma luz estranha, amarelada dos postes e entravam no quarto. O hotel da frente tinha um luminoso brega vermelho e verde que piscava e entrava aquela luz no quarto. Ela havia adormecido deitada sobre o meu peito, e eu tentava entender em que momento ela havia passado de "normal" para uma criatura intoxicante que fazia eu me sentir um garoto.

As Cartas da ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora