Passei algumas semanas ainda em NY. Havia muito trabalho, e lógico, eu não poderia estar mais feliz com isso. Ao mesmo tempo, toda vez que eu falava com ela, mais preocupada ela parecia. Falávamos toda noite ainda, ou a maioria delas, com videochat ou coisa do tipo.
Até hoje ela insiste que foi quando tivemos a primeira briga. Mas eu não acho que foi uma briga. Afinal, estávamos de acordo, ela estava pensando em vir para cá, aos poucos eu a convencia de que seria melhor tanto para ela quanto para o Ian. O mais difícil ela havia conseguido, não estava mais na casa do ex-marido, e sim na casa da mãe dela. Era uma ajuda e tanto, pois ela podia estudar e trabalhar melhor, o pequeno estava na creche e ela tinha mais tempo para fazer tanto as pesquisas da faculdade quanto trabalhar. Mas ainda podia ser melhor.
- Ela é cabeça dura, Norman, mas eu também estou tentando aqui... - uma vez a mãe dela me disse. Não lembro qual foi a ocasião que liguei para lá e a mãe dela atendeu. - Ela é teimosa, mas aos poucos eu falo com ela, e cada vez ela cede um pouquinho mais. Mas precisa de tempo.
- Se depender do tempo dela, ela vai demorar uns 10 anos. - respondi. Estava brincando, mas temia que ela concordasse. Aí estaria tudo ferrado.
- Você já falou com ela, eu já falei...é só questão de tempo. Conheço bem a minha filha. Se ela diz que andou pensando e talvez seja melhor, ela quer ir. O resto é medo.
- Tem certeza?
- É minha filha. Eu sei como ela é. E não é fácil.
- Não mesmo - respondi.
Mas, se ela estava pensando e era como a mãe dela dava a entender, talvez eu conseguisse. Mas acontece que essa conversa com ela me deixou mais ansioso. Mais tarde naquele dia, ela me mandou uma mensagem de que estava chegando em casa, e eu disse que precisava falar com ela.
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As Cartas da Problemática
FanfictionO que aconteceu antes de "Problemática"? Norman conta como conheceu Ally. "foi um gesto mínimo, de abrir uma carta entre milhares de outras. Outro gesto sem pensar, sem importância, que mudou tudo."