32. Ainda no teatro

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Ela riu, e passou o braço pelo meu pescoço, me puxando para beijá-la mais. Então se levantou e foi até o aparelho de som, colocou uma música do Muddy Waters, e me puxou para o canto debaixo da escada, atrás do sofá. Ela me beijava e puxava meu corpo contra o dela.

- Será que não é hora de irmos para casa? - perguntei.

- Vai demorar muito até a gente chegar lá.

- São apenas quinze minutos...

- Não dá tempo. - ela respondeu, com os lábios ainda tocando os meus.

- Tem algum outro lugar em mente?

Ela sorriu, segurou a minha mão e deu a volta por trás da escada, me puxando. Olhou para trás com um sorriso de quem sabia o que estava fazendo.

Entrei atrás dela no banheiro, na cabine maior das duas. Mal fechei a porta e ela me puxou, beijando a minha boca, enquanto sua perna direita serpenteava ao redor do meu corpo. Deslizei a mão pela perna dela, enquanto ela se esfregava em mim. Estávamos os dois bêbados e não podíamos nos importar menos em não fazer barulho. Lembro dos olhos dela abertos e fixos nos meus enquanto ela mordia meu lábio, as mãos me puxando contra o corpo dela. Beijava seu pescoço, enquanto desabotoava a calça. Ela começou a desabotoar a calça também, enquanto me beijava tentava tirar os sapatos e a calça. Levantei a camiseta dela, beijando os seios e descendo a barriga, puxei a perna dela por cima do meu ombro, e beijei suas coxas nuas, escondendo meu rosto entre as pernas, lambendo cada parte dela. Ela já estava encharcada, e suas costas encurvavam se afastando da porta fechada da cabine enquanto eu a devorava ali mesmo. Ela se virou para a porta e eu levantei, enquanto ela empinava aquela bunda linda (e ela sabe que é linda mesmo), eu me encaixei atrás dela. Ela se debruçava com os braços esticados apoiados na porta e eu estocava o mais forte que conseguia, rangia os dentes mesmo...ela me provocava e apertava mais a boceta, me forçando a estocar com mais força ainda. Ouvíamos a porta do banheiro abrir e fechar, pessoas entrando e saindo mas não podíamos nos importar menos. Sabíamos que eles sabiam e não importava. que soubessem, foda-se. Nada mais importava do que aquele momento.

Não demorou muito par eu acabar gozando, e me debrucei sobre suas costas, mordia seu ombro e ela gemia mais ainda, nossas respirações completamente bagunçadas. Ela se virou para mim quando saí de dentro dela e me abraçou, me beijando, sua língua se entrelaçava na minha lentamente enquanto eu ainda tinha espasmos. Suas mãos agarravam meu rosto e desciam para meu pescoço lentamente, os pequenos dedos esqueléticos apertando minha nuca.

Alguns minutos depois, ela vestiu as calças de volta, e eu também. Saímos e enquanto ela arrumava o cabelo no espelho fora da cabine, eu me recostei na parede atrás dela, assistindo-a se olhando no espelho.

- Eu já fiz muita maluquice, mas igual essa nunca... - disse, mais porque eu precisava dizer algo antes que ela me encarasse pelo espelho e eu ficasse completamente sem jeito

- Nunca transou num banheiro? - ela riu enquanto me olhava rapidamente pelo reflexo e depois de concentrava de novo com o cabelo.

- Não assim...acho que todo mundo entrou aqui e ouviu a gente, e não importava...

- Aqui todo mundo se conhece...se fosse um lugar com mais desconhecidos talvez ficasse estranho...

- Conhecidos seus, não meus...

- Agora são seus também, Norm. - ela sorriu. Se virou e me beijou. - Vamos. - ela disse, me estendendo a mão para sairmos.

E realmente, ninguém parecia ter notado nada, apesar de todos nós sabermos. Era tudo normal ali, acho que ainda mais se tratando da "maluca da Ally", tudo era possível para eles. Havia algo que era único nela no meio de todas aquelas pessoas do teatro: era a única pessoa que era feliz. Que estava alegre. Não que todos ficassem sempre de blasé e ar de desesperança, mas percebia que fora a espontaneidade dela e a extroversão do Claudio, todos ali eram mais esforçados de certa forma. Todos queriam esconder algo, enquanto ela evitava esconder qualquer pensamento mínimo que fosse, por mais trivial. Voltamos e nos sentamos no sofá como estávamos antes. Ela ficou aninhada no meu peito, eu encostei a cabeça na dela, e ficamos ouvindo a conversa dos amigos dela. Não demorou muito e ela quis ir embora, e eu respirei aliviado.

Não estava mais com vontade nenhuma de continuar ali, beber e conversar. Queria ficar sozinho com ela mais um pouco. Queria deitar com ela no silêncio. Ouvir música, talvez, só nós dois. 

As Cartas da ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora