Christopher vai atrás da filha

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Christopher

Subi aquela escada atrás de Amy, como pode entrar num concurso sem a nossa autorização, Amy as vezes parecia que não era desta família, impulsiva igual a mãe.

Abri a porta do quarto e Amy estava sentada na cama guardando o material.

- O que deu na sua cabeça em agir por trás das costas de seus pais?

Puxei a cadeira e me sentei a sua frente. Laurah entrou e se colocou ao meu lado.

- Vocês simplesmente não me escutam, depois que todos resolveram se casar e ter filhos vocês simplesmente se esqueceram de mim e de Sophie.

- Isso não é verdade, Amy! Nos preocupamos com você e a sua irmã do mesmo modo que fazemos com os outros e querendo ou não. Você ainda nos deve satisfações.

- Devo? - Amy a olhou rancorosa, seus olhos estavam chorosos, mas ela segurava. - Eu deixei o bilhete do concurso sobre sua mesa a dois meses. - Ela secou os olhos. - Você foi me ver desfilar?

- Amy, você podia ter me entregue em mãos. Sua irmã se ausentou da editora e eu estou tendo que cuidar de tudo com a Annie! Filha, por que não falou com seu pai? Achou melhor se inscrever pelas nossas costas.

- Até parece que papai iria concordar em me ver sobre um palco, usando um maiô! - Ela me olhou desdenhosa, e pior que ela sabia que não iria gostar nenhum pouco., e ela continuou. - Eu dei na sua mão... Você colocou na mesa e disse que estava ocupada com a Alexia no telefone. Fiquei na sua frente 40 minutos, você nem se importou... você só se importa com Kenan, Markus e com a Annie.

- Amy... Isso não é motivo para você fazer o que fez... Agora nos conte como esse convite foi feito e como é essa história de Paris.

- Foi um anuncio que a Barbara Justers nos trouxe... A mãe dela é modelo e está recrutando novas caras... Gostaram da Amy e de mim... - Sophie entrou no quarto contando. - Na verdade eu fui contratada e a Amy ficou em segundo lugar na lista pra ser chamada, então eu desisti para ela ficar no meu lugar... Se tiver que brigar, terá que brigar com nós duas. A gente pegou um táxi, fomos para o centro de Nova York sozinhas.

Encarei a minha esposa me sentindo o pior pai do mundo, creio que o sentimento de Laurah também não era os dos melhores.

- Ah que maravilha! - Laurah esboçou frustrada. - Tem noção do risco que correram? E eu não conheço a idoneidade dessa agência, aliás eu sequer já ouvi falar em Bárbara Justers... Você é menor de idade, Amy! Não vai a esse concurso e eu ainda vou processar essa agência.

- Ela é da agencia da Porshia... - Amy a olhou desdenhosa.

- Porshia? - Olhei para Sophie. - Vocês duas a viram na agencia?

- Sim! Ela ainda nos cumprimentou e ficou feliz em nos ver tão crescida. - Sophie sorriu.

Laurah suspirou resignada.

- Vou conversar com a Porshia! - Laurah suspirou. - Vou buscar todas as informações necessárias sobre esse concurso. Se for uma coisa realmente séria, eu vou com você para a França.

- Jura? - Amy ganhou um novo ânimo.

- Eu vou com vocês duas! - Afirmei num sorriso calmo. - Mas vocês duas estão de castigo, vão com o Denver para a escola e vão voltar com ele.

- Segurança? Que mico! - Sophie caiu sentada na cama bufando.

- Celulares e tablet! - Laurah estendeu a mão.

- Não! - Sophie arregalou os olhos. - Eu tenho minha vida aqui no meu celular...

- Sophie? - A olhei severo.

-Sua vida vai ficar nas minhas mãos por uma semana. Agora, Sophie!

- não, Mãe! Não por favor! - Ela choramingou.

Amy entregou sem pestanejar ou reclamar.

- Anda, Sophie! Pra vocês pensarem antes de agir pelas nossas costas. E vão sair da escola direto pra casa

- Mãe! Não posso te dar meu celular... Eu vou perder o capitulo da minha série favorita... - Sophie segurava aquele celular como se fosse perder um pedaço dela.

Eu queria rir, mas deixei Laurah resolver, pois era ela quem tinha sido cobrada.

- Eu te conto depois se alguém morrer na sua série favorita. Agora me passe essa porcaria de celular antes que eu tenha de arrancá-lo de você.

- dá logo, Sophie. - Amy fechou a mochila. - Temos aula.

Sophie estendeu o celular sapateando, choramingando que chegava a dar dó. - Estou de mal!

Ela puxou a mochila e saiu batendo o pé

- Boa aula minhas filhas!

- Obrigada! - Amy deu um beijo em mim e em Laurah.

Assistimos as meninas saírem, quanto isso passei mensagem para Denver levar as meninas para a escola. Desliguei e olhei para Laurah.

- Converse com Porshia e descubra tudo que puder. - Peguei em sua mão. - Acho que estamos ficando velhos. Temos duas aborrecentes ainda para cuidar e não estamos dando conta.

 - Não estamos dando conta?- Laurah soou ofendida. - É talvez não estejamos mesmo!-  ela deu de ombros.

- Laurah! - Falei chamando sua atenção. - Amy puxou você completamente... Teimosa, arteira, independente... E Sophie está crescendo... tem 16 anos e logo vai querer levantar asas... ela nunca deixou de avisar algo, essa foi a primeira vez... se fosse Amy, até daria razão, não é a primeira vez que ela age de impulso.

- Acho ótimo que a Sophie comece a trabalhar com vocês. Assim ela não fica "perdida" . Estou me sentindo um pouco fracassada!

- Fracassada? Você? - Estalei a boca e a abracei de lado dando um beijo em sua testa. - Isso não é motivo para se sentir assim... Apenas temos que ter mais atenção a essas duas.

- Duas filhas e duas noras grávidas mexem um pouco com a nossa cabeça.

- Então pise no freio um pouco, Laurah... Está enlouquecendo até mesmo Chloe que não é de abrir a boca. Deixem que cada um cuide da sua vida.

- Como assim, enlouquecendo a Chloe?

- Maurice pediu para eu conversar com você, está interferindo muito no cuidado do Markus... Deixe Chloe cuidar do menino e quando ela precisar de ajuda, que possa contar com você, sim!

- E por que ele mesmo não veio falar comigo? - Ela estava chateada.

- Justamente para não ver você chateada da forma que está... entenda, Laurah! Eles são jovens, querem aprender por si só e errarem também.

Laurah deu de ombros e saiu do quarto das meninas bufando, indo para o nosso.


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