Kent e seu ciúmes

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Kent

Já havia se passado 3 meses que eu e Samantha estávamos namorando, tudo andava bem, nossa rotina tinha entrado no eixo e Manú adorava vir todos os dias para casa. eu é que morria de saudades em ter minha filha nos dias de plantões. Estava tão acostumado e ir a creche e ficar olhando meu anjo dormir.

Samantha nunca mais tocou no assunto sobre minha vida passada, eu também não gostava de falar e isso ajudou a não ter pressão em nosso relacionamento. Se tornando mais leve e não sufocante como era com Calú que insistia em conhecer minha mãe. Isso era a ultima coisa que queria fazer em minha vida.

Já passavam das 15 horas, estava com fome e precisava de um bom café.

segui para a lanchonete me deparando com San e Caleb cheios de sorrisos comendo e dividindo uma torta de frango como sempre fizeram. Apenas olhei para os dois, Caleb e ela me encararam e eu desviei o olhar, pedi um hambúrguer, um suco de laranja e um café.

- Mande entregar na sala de reunião. - Saí sem olhar para trás.

Meu ciúmes gritava dentro do meu peito e eu não confiava naquela amizade entre Caleb e Samantha. Podia dizer o que quisesse, mas não conseguia ver Caleb como um homem casado.

Me sentei no sofá na sala de reunião para corrigir as provas dos meus alunos. Mal conseguia me concentrar e só pensava nos dois juntos, comendo a mesma torta.

- Vejo que está com o pensamento longe! - Disse Lincoln entrando na sala de reunião.

- Como vai! - Sorri em uma linha não muito favorável.

- Bem! - Ele puxou uma cadeira e se sentou a minha frente, cruzando os braços. - Como tem se saído com Samantha?

Coloquei as provas de lado, tirei o óculos e o encarei.

- Bem! Nosso namoro está indo muito bem.

- Então porque não a leva lá em casa... Você pelo menos costumava a ir mais vezes... E eu sinto falta da minha filha.

- Mas... - Achei estranho. - Ela não tem vindo fazer o treinamento...

- Na verdade ela veio dois dias e realmente não há condições dela gerenciar. - Ele fez um bico cruzando os braços. - Bem! Eu terei que fazer uma reunião dentro de um mês... Estou cansado e quero me aposentar e aproveitar um pouco a minha vida.

- Entendo. - Baixei a cabeça, essa vaga estava dificil de sair e creio que eu não seria uma opção, ou ele teria falado.

Ouvimos batidas na porta e José da cantina apareceu com a bandeja com meu lanche, me levantei, levando a prova comigo, Lincoln acabou fazendo o mesmo pedido que eu.

Passamos a conversar sobre o hospital e os alunos, alguns procedimentos cirúrgicos. esperei seu lanche chegar para o acompanhar.

Ficamos praticamente uma hora conversando sobre alguns problemas administrativos, dei alguns conselhos do meu ponto de vista. Nos despedimos depois de nos fartar com algo muito calórico e prejudicial a saúde. Até tiramos sarro disso. Agora era hora de voltar para a Emergência e ao trabalho.

- Dr. Kennedy... - Dra. Palloma segurou meu ombro.

Estávamos no corredor para a entrada da emergência.

- Boa tarde, Dra. Palloma! - Sorri.

Paloma manteve a mão no meu ombro, olhou nos meus olhos.

- Estou esperando aquele convite para jantarmos Você nunca mais falou nada.

- Ando muito ocupado... - disse tentando sair.

- Com a doutora Samantha? - ela disse de uma forma desdenhosa. - Ou você está tentando ganhar a presidência?

- De onde tirou isso, Palloma? Sabe que eu e Lincoln somos amigos de longa data. - Franzi o senho para ela.

- Você parecia muito interessado em mim... - ela deslizou a mão do meu ombro até meu peito, segurei a sua mão. - O que mudou, Kent?

- Eu estou namorando alguém e é sério...

- Sabia! É ela... a filha do diretor... - ela deu um passo a frente. - Saiba que não vou votar em você caso houver uma assembleia para o novo diretor.

- Faça o que bem entender... não ligo se vai ou não votar. - Dei de ombros e me virei para sair, mas ela me segurou e me deu um beijo.

afastei segurando em seus braços e no canto do meu olho vi Samantha nos olhando.

- Dra. Palloma, respeito a senhora, mas se fizer isso novamente, não vou ser cavalheiro, então mantenha a distância, sim? - A soltei e olhei para Samantha.

- Cafajeste... - Palloma saiu pisando duro.

Me mantive parado no mesmo lugar olhando para Sam, minhas pernas não me obedeciam e minha fama não era lá aquelas coisas, respirei fundo e ela veio em minha direção, sem tirar os olhos de mim.

- Não é o que está pensando. - disse enfiando as mãos nos bolsos.

- Não é o que estou pensando... Tem noção do quanto isso é clichê? - ela cruzava e descruzava os dedos numa visível demonstração de nervosismo. - Você está pronto pra passar por cima do que todos dizem ao nosso respeito, Kent? Não é só a Paloma que acha que só estamos juntos porque eu sou a filha do diretor! - Ela aproximou-se e tocou o meu rosto. - Sim, eu vi a cena toda e estou com medo. Não da Palloma te roubar de mim, mas de você desistir de nós por julgar ser o correto a se fazer.

Não sabia o que falar, olhei para os lados e a encarei a agarrando e girando com ela nos braços. A encostei na parede e a beijei apaixonado.

- Eu devia me desligar deste hospital... - Acariciei seu rosto não me importando com os olhares.

- Não! - Ela acarinhou o meu rosto e me abraçou. - Não faça eu me sentir pior, Kent!

- Tudo bem! - Segurei seu rosto para me olhar, dei um beijo gostoso nela. - Você me mata de ciúmes... O que eu faço com você?

- Aprenda a confiar! - Ela sorriu e encostou a cabeça em meu peito. - Eu só tenho olhos pra você, Kent! - ela voltou a me encarar.

Afundei meus dedos em seus cabelos acariciando temeroso, sendo até um pouco bruto e possessivo.

- Tenho que voltar para a Emergência... - A afastei de mim. - E você precisa voltar para o nono andar... - Lhe dei outro beijo. - Devia ter me contado que não estava fazendo o treinamento com seu pai... Mas vamos conversar sobre isso depois... em casa... hoje meu plantão acaba as 23 horas.

- Vai me dar uma bronca? - ela riu.

- Não! Mas precisamos conversar sobre isso... - Torci a boca e lhe dei mais um beijo. - Agora vai...

Samantha me deu mais um beijo e saiu sorrindo, segurando minha mão até nos soltar, sorri e me recostei na parede pensando o que seria o certo.

Olhei para o corredor em direção a porta da emergência, eu teria que pensar nisso depois, agora era impossível, vidas dependiam de mim e da minha equipe. Me ergui e segui para o meu posto de professor, chefe da emergência.



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