Um Amor, Por Emergência!

Fofocas

Tapei os ouvidos da minha filha encarando Samantha.

- Quem espalha essas mentiras? - Franzi o senho.

- Desculpa! Eu não sei...o boato já existia quando eu cheguei no hospital e o Dr. Lopez o vê como um rival.

- Lopez! - Gargalhei cortando o bolo. - Ele é um imbecil!

- Não diga! Ao menos o seu apelido é menos constrangedor que o dele.

- E qual é o dele, porque já ouvi tantos?

Ela se inclinou e sussurrou no meu ouvido

- Dr. Brocha!

- Ah! Sim... - Eu me inclinei em seu ouvido. - ele fez cirurgia... Agora vai se casar novamente.

- Bom pra ele! Acho que assim ele para de assediar todas as mulheres do hospital... Agradeci quando meu pai me transferiu pra trabalhar com você. Não aguentava mais as piadinhas de mau-gosto referentes a minha região glútea.

Me afastei para trás e dei uma olhada.

- Bela bunda! - Disse fazendo um bico de aprovação e lhe entregando um pratinho de bolo.

- O que aconteceu com o meu colega rabugento e mal-humorado? -ela riu- Estou estranhando esse homem alegre e descontraído do meu lado.

- Estou em minha casa, aqui não preciso ser profissional.

- Por que pega tanto no meu pé, Kent?- ela me encarou desafiadora

- Porque quero que não seja apenas a dona do hospital, quero que seja a médica exemplar. Só que você ainda tem muito que melhorar e não pense que esqueci o que fez no caso de Audrey. 

- Seja franco, Kent? Acha que era o melhor manter o sigilo? Mesmo com a vida dela em risco e a família totalmente no escuro? As vezes eu questiono muito o nosso código de ética, sabia?!

- É o código... Devemos seguir o protocolo, eu tomaria conta de tudo. Era questão de minutos para que o diagnostico fosse aberto. - Me virei totalmente para ela, cruzei os braços. - Quando seu paciente pedir sigilo, atenda... mas o deixe claro das consequências. - ela levava o pedaço de bolo a boca, parando no caminho, depois que falei, levei a boca ao seu pedaço de bolo e comi. - Devia comer! está uma delícia.

Ela encarou os meus lábios e um sorriso sensual se insinuou nos seus.

- Eu fui suspensa por isso! Acho que já aprendi a minha lição! -ela riu e levou um pedaço de bolo a boca

- Bom! - Sorri de lado.

Apanhei um pedaço de bolo para mim.

- Não teve ninguém depois da mãe da Manu?

- Sim! - Recostei a parede para comer meu pedaço de bolo. - Um ano depois eu namorei a Calú... Na verdade Anna Claúdia... Brasileira, ela gostava de ser chamada Calú... Um ano de namoro.

- E não deu certo, por que?

Dei de ombros.

- Ela queria se casar... Eu não a amava o suficiente para querer isso. E a tentação de morar num hospital é grande. não era fiel.

- Então, você já andou mesmo se divertindo com uma ou outra enfermeira no hospital?

- Quer saber demais, Sra. Lincoln! - Rimos.

- Não vou contar pro meu pai que o impecável Dr. Kennedy andou usando as dependências do hospital como hotel. Não se preocupe.

- Ainda bem... porque também não conto sobre a brincadeira de médico com Caleb... - Pisquei para ela.