Kent atordoado de ciúmes

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Kent

Minha cabeça gritava pelo ciúmes de Emannuelle, minha filha estava se envolvendo demais com Samantha e isso me deixava inquieto.

Por outro lado eu tinha gostado de ficar com ela, de ter transado com ela. Era ousada, safada e apertadinha. O problema é que eu queria o cargo de presidente do hospital, ter uma vida mais calma e poder cuidar de Manú sem precisar força-la a ficar 24 h dentro de um hospital. Logo ela estaria em idade escolar e eu teria que mudar meus planos para uma vida mais regrada e com horários. deixando de lecionar.

Assim que entramos na emergência, alguns residentes novos pareciam perdidos, parei para analisar e cruzei os braços.

- O que fazem aí parados? - Minha voz ecoou pela saleta.

Todos me olharam e pareciam baratas tontas.

Dei uma chamada daquelas e fiz se movimentarem e acharem seus respectivos ajudantes.

Ruth se aproximou me entregando uma prancheta.

- Eu não sei como aguenta isso todos os anos! - Ela fez um bico de desgosto.

- Eu acho que fritei meu cérebro quando voltei do acampamento da ONU. - Olhei a prancheta, suspirei longamente. - Manda essa cambada para a plateia... Vão assistir uma cirurgia de Estomago. assim quem sabe os acalmam um pouco.

- Sim, doutor! - Ruth sorriu e saiu da minha frente.

Dei meia volta para ver o paciente que iria entrar em cirurgia.

Na saída do quarto, agarrei no braço de Caleb e o fiz parar, nos encaramos.

- Vamos para a sala de cirurgia... Temos um tumor para retirar de um estomago de 63 anos... - Disse calmo.

- Tumor? - Caleb ficou com os olhos brilhando, sorri meio que de lado.

- Isso!

- Claro! - Ele deu meia volta comigo e seguimos para a sala de cirurgia.

Três horas depois estávamos deixando o centro cirurgico, em um recipiente o tumor, juntei os alunos residentes, e com calma dei uma aula sobre o aspecto do tumor, e nos olhos de cada um vi quem iria até o fim do curso e quem desistiria, pois sempre existiam aqueles que não suportavam o cheiro, o aspecto e o sangue.

Já era final de tarde quando entrei no alojamento, Samantha estava deitada numa das camas para descansar, me sentei na do lado e tirei os sapatos.

- Soube que tirou um anzol do pescoço de um jovem? - Fiz um bico de aprovação. - Parabéns! Me contaram que você foi mestre.

- Estou aprendendo com o melhor! - ela me olhou da sua cama, sem mover um músculo, mas eu podia ver o desejo expresso em seu olhar. - Caleb está feliz como uma criança com a cirurgia que fez ao seu lado.

Sorri espontâneo.

- Acho que o tirei de perto de seus novos colegas... Ele reclamou, disse que odiou o grupo que designei a ele... - Me deitei. - Eu fiz de proposito!

- Fez? - Samantha levantou-se e veio até a minha cama, sentando ao meu lado. - Por que espezinhou o pobre desse jeito?

Abri os olhos e a encarei.

- Nessa vida precisamos lidar com várias situações... uma delas é ter paciência... Caleb tem demais e esse grupo é perfeito para ele... Se fosse com você, já teria surtado. - Pisquei para ela e voltei a fechar os olhos.

- Talvez não, meu caro Dr. Kennedy! - Senti a mão de Samantha acarinhando o meu peito e subindo para o meu rosto, roçando a minha barba. - Eu gostei do meu grupo. São todos inexperientes e ávidos por conhecer tudo, o mais jovem parece uma versão morena do bruxinho Harry Potter e me chamou de senhora todo o tempo! - ela riu

Segurei as mãos de Samantha.

- Samantha... Precisamos conversar. - Tirei sua mão e me sentei a encarando.

- Vai me dar uma bronca? - Sua voz saiu manhosa. - Ficou tão sério de repente

- O que rolou entre nós foi apenas sexo, Sam! não quero levar esse relacionamento a sério. Então tente ser apenas a minha aluna e minha vizinha de porta. - Seus olhos eram de pura revolta, mesmo assim continuei. - Não quero que pense que te usei... Foi bom, mas acaba aqui!

Ela afastou-se e baixou as vistas.

- Eu já imaginava! Você estava frio, distante...-ela ergue o rosto e secou as lágrimas- Eu só achei que... Deixa pra lá!

- Melhor! - Voltei a me deitar.

- Só me diz, porque...

- Que foi bom? - Suspirei. - Sim! Foi muito bom! Você é um espetáculo de mulher.

- Mas...

- Mas? - A olhei me deitando de lado apoiado no cotovelo. - Foi sexo, Samantha! Foi bom, o que quer mais?

- Eu me apa... - Ela engoliu a fala e se levantou chorando. - Você está certo, Dr. Kennedy! Eu vou voltar ao meu plantão, com licença!

- Bom trabalho! - Voltei a me deitar.

A porta se fechou com força, fechei os olhos pesadamente soltando o ar com força.



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