Samantha fica no hospital em observação

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- Quero ir pra casa... - ela soluçava segurando minha camisa.

- Você vai... fica calma. - Kent acariciou meu rosto. - Me diz que está bem? está sentindo algo?

- Nada além desse taquicardia leve! - Tentei sorrir fraco e logo Caleb adentrou o quarto com o aparelho em mãos, senti um leve tremor na barriga. - Nosso filho... - Kent me fitou temeroso.  - Ele acabou de mexer.

- Mesmo assim... vamos tirar a duvida. - Papai pegou o Estetoscópio das mãos de Kent, colocou no meu peito e pegou no meu pulso para medir a minha pressão.

Kent ligou o aparelho, Caleb ajudou a me preparar, e foi aí que percebo que ele estava sangrando no braço.

- Você foi ferido, Caleb! Ele atirou em você? - me assustei. 

- Está tudo bem, foi de raspão... fica tranquila. - ele piscou para mim, espalhando o gel na minha barriga.

- Vai para a enfermaria, Caleb, precisa ir ver esse braço.

- Depois... Primeiro meu afilhado. - ele piscou para mim, Kent me olhou erguendo uma das sobrancelhas.

- Me diz que não vou ter que aguentar esse maluco como padrinho? - Kent falou sério, mas em tom de brincadeira.

- Ainda está bravo comigo?- ignorei sua pergunta

- Não... não estou... - Kent me olhou passando o aparelho na minha barriga. - Manú... vem ver seu irmãozinho e vovô... Vem ver também.

- Desculpem o susto. Eu fiquei apavorada quando soube que ele estava na creche.

- Você colocou a operação em risco. não faça mais isso.

- Olha!!! - Manú apontou para o monitor vendo o bebê.

O coração começou a bater forte.

- Que bom... está tudo bem.

- ele está numa posição que não deu pra escutar o batimento, mesmo que fraco, agora estou mais tranquilo.

- Parece o mar... - Manú disse pulando nas minhas costas.

- Meu sobrinho é um guerreiro. - Caleb disse massageando os meus pés.

- Caleb? - Kent olhou para ele segurando o meu pé.

Papai e Caleb começaram a rir.

- Deixa de ser ciumento. - Caleb soltou meu pé. - Samantha é uma grande amiga... mas meu coração é da minha Audrey.

- Então guarda suas mãos pra fazer massagem na sua esposa, os pés da minha faço eu.

Todos gargalhamos.

- Você precisa ser o ciúme em pessoa sempre? - Eu ri e abracei minha Emmanuelle.

- Pai, eu posso ir pra casa? Eu quero descansar, esse dia foi meio tenso.

- Não... vai ficar aqui internada... Vamos monitorar você nas próximas 12 horas... - Kent se levantou cruzando os braços.

Papai me olhou e concordou.

- Concordo com Kent. Não vou te liberar. ainda está em estado de choque, está com uma leve arritmia Cardíaca... Vou dar folga para os três... Kent ficará aqui com você e Caleb vai para a enfermaria e depois para casa.

- isso se Audrey já não estiver aí! - ele coçou a cabeça. - Eu concordo com eles, San, melhor ficar em observação.

- Tudo bem! - dei de ombros porque sabia que esse era o protocolo, e também o quadro podia reverter, o que eu torcia pra que não acontecesse. - Foi um baita susto, não é?

- Foi... Muito grande. - Kent tinha desligado o aparelho e se aproximou de mim com Manú no colo. Apoiou a mão na minha barriga puxando o ar com força. - Me desculpe, eu não queria ser estupido com você. Mas quero que entenda meu posicionamento quanto o que conversamos, quer dizer, discutimos.

- Vou deixar vocês a sós... - papai apontou para a porta, um policial o chamava.

- Se precisar de mim, pode me chamar. - Kent disse olhando para ele.

- Fiquei tranquilo... - papai me deu um beijo na testa. - Volto mais tarde.

- Eu vou pra enfermaria.

Kent sorriu para ele.

- Caleb... Obrigado por cuidar das duas.

- Não foi nada... - Caleb sorriu e saiu do quarto.

Kent me olhou acariciando minha barriga.

- Eu entendo! Eu fui boba e insegura... Me perdoa?

- Tudo bem, San! Eu te perdoo e entendi porque falou primeiro para seu pai. Só não faz mais isso, fale para mim qualquer coisa que ache que vou ser contrário ou sei lá... Eu não sou esse bicho papão que muitos dizem. eu sou só um ser humano.

Recostei a cabeça em seu ombro e Manu acarinhou o meu rosto, fechei os olhos em silêncio e me permiti apenas senti-los comigo

- Me diz que você está bem? - Kent beijou meu rosto, se acomodando na cama comigo e Manú. - Se eu te perdesse, não sei o que iria fazer da minha vida... Te ver nas mãos daquele homem...

- Vamos esquecer isso, meu amor! Arrancar essa página e cuidar um do outro e dos nossos filhos.

- Quer se casar comigo? - Kent segurou a minha mão. Seus olhos estavam cravados em mim.

- Casar? - acho que o meu sorriso foi de uma orelha a outra. - Casar mesmo com véu, vestido, buquê de flores e a Manu de daminha de honra?

- Duas princesas num dia só... - Rimos juntos. - Sim. casar de véu, vestido, Manú de dama e eu de noivo.

- É tudo o que eu mais quero! -sorri e o beijei.

Kent enfiou a mão no bolso, tirando um anel com um lindo diamante.

- Me de sua mão!? - ele pediu se sentando na cama.

- Há quanto tempo está guardando esse anel? - indaguei lhe estendendo minha mão.

- Tem uns 15 dias... acho eu. - Kent enfiou o anel no meu dedo e voltou a se deitar.

segurando a minha mão, deslizando o dedão sobre o anel, não tirou os olhos de mim, um sorriso leve se insinuou.

- Sabe quando foi que percebi que não iria conseguir ficar sem você na minha vida?

- Quando?

- Quando apareceu vestindo minhas roupas depois do aniversário de Manú... Perdi a fala naquele dia, pensei comigo. - Ele deu de ombros. - Isso é só uma fantasia da sua cabeça, está desejando demais. E sim! tentei te afastar, achei que não era a hora de me amarrar em alguém. ainda mais a filha do diretor.

- É bom saber que eu povoei a sua imaginação tanto quanto você brincou na minha.

- Brinquei? - Kent riu desdenhoso. - Você quem fica provocando, comendo torta de frango com os médicos deste hospital, mas nunca me chamou para dividir com você... Tem medo que eu coma tudo e não deixe pra você?

- Você era o professor turrão, eu mal sabia como dizer Oi, sem me deparar com uma expressão sisuda e sexy! - Manu dormia entre nós. - Acho que o estresse pra ela foi grande!

Kent olhou para a filha acariciando seus cabelos.

- Estou feliz que as duas estão bem... Sabia que ele não mexeria com as crianças, creio que foi um refugio quando foi acertado. kent puxou o ar com força.

- Eu tive medo pela nossa princesinha espoleta!

- Eu sei... Mas quanto a este aqui? - Kent passou a mão na minha bolinha. - Ele depende da sua vida... Manú estava bem, não era ela quem ele queria... era a mim, e se eu morresse, quem iria cuidar da minha bonequinha?

- Não fala isso! - o abracei como se pra ter certeza que ele estava ali. - Você vai criar a Manu e esse garotinho comigo.

- Vamos ficar bem juntinhos... - Kent me beijou. - Agora tente dormir!



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