Um Amor, Por Emergência!

Caleb vai para casa

Caleb

Estava arrumando minha mochila para ir para casa quando meu celular apitou dentro do bolso, puxei e era mensagem.

[ ESTOU EM CASA MORRENDO DE SAUDADES DE VOCÊ - AUDY ]

Sorri diante de sua mensagem, mas não retornei, a deixaria esperando por uma mensagem minha e por fim, teria a mim entrando pela porta de casa.

- San! - Passei por ela que também arrumava sua mochila. - Audy chegou de viagem, vamos marcar aquele vinho. - Dei um beijo em seu rosto.

- Claro que sim! Vamos convidar mais uma turma pra fazer uma farrinha com a gente!

- Não chame muita gente... Isso atrapalha um pouco. - Abri a porta e o Dr. Kent ia entrar, dei passagem. - Nada em cair em tentação... Me liga se precisar conversar.

- Não se preocupe estou vacinada! Pensei em só uma turminha aqui do hospital! A Mirthes que faz a nossa deliciosa torta de frango, a Pearl e o Dr. Lomanto, ele entrou aqui com a gente

- Maravilha... marque e me ligue... Tchau! - Acenei com a mão e saí.

No caminho para casa passei numa farmácia para suprir meu estoque de camisinhas, depois numa floricultura e no Jimmy para pegar aquela lasanha que eu amava e que Audrey aprendeu a gostar e segui para casa.

Assim que estacionei vi que tinha correspondências na caixa do correio, apanhei as cartas, peguei as sacolas de dentro do carro e entrei pelos fundos direto pela cozinha.

- Amor! Cheguei! - Gritei colocando a sacola da lasanha sobre o balcão.

Fui entrando em casa olhando as correspondências e separando o que era conta para pagar e o que era besteira como propaganda.

Parei ao escutar um rosnado de brincadeira olhei para a arvore de gatos e Smigol estava com as patas cruzadas olhando para um ponto no sofá, o rosnado era de um cachorro como se mastigasse algo interessante.

Me estiquei para ver o que era e me dei de cara com um cachorro filho de mais ou menos 4 meses, pintado de laranja e com orelhas enormes para cima.

O cão me olhou desconfiado e curioso, entortando a cabeça de um lado para o outro, e reparei que o cão não tinha pelo.

Dei um tapa no meu rosto pela constatação.

- Audrey! - Chamei me aproximando mais do sofá.

Apoiei as duas mãos para ver o animal e fechei os olhos pesadamente, apanhei meu estetoscópio extra.

Ele estava simplesmente destruído, roído, babado.

- Seu malandro!!! sua mãe não te deu educação?

O cão entortou a cabeça novamente, sorri para ele, e me joguei no sofá o pegando de surpresa, rolamos pela sala, ele latindo e eu tentando pegar ele.

- Volta aqui seu devorador de equipamento médico, sua draga malcriada.

- Dragão malcriado! - Audrey me corrigiu, surgindo na sala, descalça e com uma das minhas camisas pretas do Rolling Stones. - Esse é o Spot, seu novo filho!

- Spot? - Ele estava deitado sobre mim, lambendo meu queixo. - Está me devendo um estetoscópio, sra. Heigths! - Estava arfando com a brincadeira. - Spot e Smigol... Bela dupla esquisita!

- Eu o vi numa loja de animais, o chamei de Spot por causa das manchas e como você disse que temos de ter um cachorro sem pelos, eis aí o nosso novo filhotinho.

Me levantei indo em direção a minha esposa, a agarrei envolvendo meus braços nela e a tirando do chão.

- Amei o nosso filho mais novo e bagunceiro. - A beijei. - Obrigado... - Sorrimos um para o outro. - Como foi de viagem?

- Achei que ia me divertir um pouco, mas enquanto não estava trabalhando, estava de vela pro Maurice e Chloe.

- Chloe também foi? e que história foi essa de se divertir? - A encarei franzindo o cenho.

As vezes gostava de fazer se explicar.

- Ué? E eu não poderia me divertir depois que saísse do trabalho? No fim das contas, acabei cuidando do Markus.

- Ficou de babá? - Me curvei para trás e ri.

- Para de ser chato! O Maurice e a Chloe queriam sair pra jantar, e já serve de treinamento pra quando fizermos os nossos

- Eu gosto mais da parte de praticar... - Pisquei para ela.

Audrey se desvencilhou de mim, rindo.

- Trouxe comida?

- Trouxe lasanha... Passei no Jimmy! - Olhei para o cachorro. - qual a raça dessa coisa russa?

- Terrier americano sem pêlos. Ele ainda vai crescer bastante

Me fiz de assustado parando abruptamente e olhei para o cachorro que me seguia. Spot levou um susto dando um pulinho para trás e começou a latir.

- Dragão!!! - Brinquei com ele. - Ele é até engraçado!

- Se continuar a chama-lo de dragão ele vai acabar se acostumando

- Eu gosto de dragão... - Me sentei numa das cadeiras altas me debruçando no balcão. - E como foios negócios? deu certo o que foram fazer em Miami?

- Sim! Na verdade a carga não foi desviada do curso, apenas sofreu um atraso inesperado. E como estão as coisas no hospital?

- Há!!! - Soltei um pouco cansado. - As coisas estão indo... Só que o dr. Kennedy me deu a pior turma para cuidar... Samantha está arrasada... transou com ele e agora levou um fora daqueles bem dado... Ela já se mudou e quer fazer uma reunião de AP novo entre amigos, quer que você vá!

- Eu?- Audrey estranhou. - E desde quando nós somos amigas?

- Eu sou amigo dela e você e a minha esposa e vai comigo. - Disse naturalmente.

Spot estava com as patas na minha coxa, enquanto alisava sua pele, era tão estranho.

- Então, a Samantita levou um fora?- Audrey riu. - Sabe que eu me sinto vingada!

- Sério? - Soei debochado. - Devia se envergonhar, sabia mocinha!!!

- Devia? Por quê?

- Porque eu dei um fora nela para ficar com você!

- Então, futuramente, ela vai pensar nisso e rir como eu estou fazendo.  Quem deu o fora nela? O Dr Kennedy?

- Audrey! - Olhei choramingando. - De um desconto a garota!!!!

- Já dei! Eu não quero mais arrancar os cabelos dela. Então, foi o Dr. Kennedy?

- Foi... - Ergui o nariz analisando aquele sorrisinho vingativo em seu rosto. - Você está adorando!!!! safada!

- Adorando não! Por incrível que possa parecer eu tenho empatia, já estive no lugar dela. E qualquer um nota que tem uma certa tensão sexual no ar entre eles.

Era questão de tempo pra acabarem na cama.

- Mas foi rápido demais... - Soltei o ar com força e bocejei. - Aí? Termina logo de esquentar essa lasanha que eu ainda quero trepar com você e dormir até não puder mais.

- Mas foi rápido demais... Tá com ciúmes?

- Não! eu só acho que para um cara como o Dr. Kennedy, ela foi rápida demais em ceder para ele... Devia ter conquistado o coração dele do que ter aberto as pernas achando que o cara tava no papo. - Dei de ombros.