Recebendo Samantha

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Samantha

A porta se abriu e uma garotinha vestida de cinderela apareceu entre as pernas de Kent.

- SHAMMMMMMM... - a pequena gritou abrindo os braços.

- Eu disse que ela viria... - Kent me deu passagem. - Bem vinda a zona de guerra!!!

- Você está linda! - me agachei e a abracei, beijando seu rosto e entregando seu presente

- Obrigada!!! - Ela apanhou o embrulho. - Vou por na caixa de presente... Depois eu abro, tá!?

Kent sorriu amável.

- Vamos entrar? - Ele convidou.

Me ergui e ele pousou a mão nas minhas costas, me conduzindo pra dentro.

- É um belo apartamento. - observei e senti falta do seu toque quando ele se afastou

- Simples, mas aconchegante. - Ele disse observando a criançada que corria de um lado para o outro. - Quer um vinho ou refrigerante?

-Tem cerveja?

- Tenho! - Ele sorriu e me deixou no meio da sala, com pares de olhos curiosos na minha pessoa.

- Aqui está! - Ele estendeu a garrafinha para mim. - E aqui está uma tiara de princesa... - Ele colocou na minha cabeça.

Sorri pra ele, reparando nos seus braços fortes e tatuados, fiquei imaginando o peitoral bem definido que se insinuava na camisa pólo.

"Droga de homem lindo que dava voltas na minha cabeça"

- Nunca reparei que tinha tatuagens

- Vou te apresentar aos avós de Emannuelle. - Ele segurou meu cotovelo me levando até o sofá onde um casal de senhores estava sentado.

- Está é Samantha minha aluna no hospital... É dela que Manú fala tanto. - Ele se voltou para mim. - Está é Sarah e Eliot Graig. Os avós de Manú.

- É um prazer, Sr. e Sra. Graig. Sua neta é uma criança encantadora

- Obrigada, minha jovem... Nós a amamos muito. - A senhora disse me puxando para me sentar.

Me senti estranhamente desconfortável. Eu não tinha nenhum contato com os meus avós, vendo-os apenas em festas familiares, então o meu círculo familiar, restringia-se a papai e eu. Era algo estranho pra mim, estar num ambiente como aquele.

- Então estuda medicina? - O senhor perguntou amável.

- Sim! Estou prestes a concluir a faculdade. Minha mãe era médica, meu pai é médico... É um mal familiar. - sorri.

- Nossa filha era enfermeira... - O velho olhou para Kent.

- Ela deixou de atuar como enfermeira assim que engravidou... - Kent levou a cerveja a boca dando um gole generoso.

- Eu a entendo! Acho que ela queria viver todos os estágios do crescimento da sua filha.

- Bem isso! - Kent disse um pouco ríspido.

Natural da sua parte agora analisando. Os dois velhinhos se entre olharam.

- Então, Dr Kennedy! - sorri pra ele. - E o apartamento que me falou?

- Posso te mostrar agora se quiser... - Ele sorriu.

- Claro! - me levantei. - Com licença...

Me senti grata por sair daquela situação embaraçosa e acompanhei Kent.

- Pelo visto, seus sogros não morrem de amores por você!

- Não... - Ele abriu a porta e saímos do apartamento. - Quando perderam a filha me culparam... Vivi dois anos numa batalha judicial... Tentaram tirar Manú de mim. Alegando que não era capaz de cuidar dela... E de verdade!? Não era! Mas aprendi... - Ele sorriu abrindo a porta do apartamento ao lado.

- Ela é uma criança feliz, qualquer idiota pode ver isso.

- é... Ela é!!! - Adentramos ao ambiente.

Kent encostou na parede ao lado da porta enfiando as mãos nos bolsos observando enquanto andava pela ampla sala.

- Nos primeiros dias... Eu apanhei com aquela bendita fralda... Cheguei a passar fita isolante para conseguir manter no corpinho frágil dela. - Ele riu envergonhado. - E neste dia meus sogros resolveram entrar com o pedido de guarda... Na vez de me ensinarem... Queriam atrapalhar minha vida com minha filha.

- Acho que eles só queriam o melhor para a neta... Eu não quero dizer que você não seja um bom pai, só tento imaginar o que eles sentiram. Sabia que meu pai passou pelo mesmo com os meus avós?

 - Eu sei... Foi seu pai quem me ajudou a não desistir da Emmanuelle... Tenho que agradecer ao meu amigo. Mas ao contrário de seus avós, os de Manú aceitaram e tentam participar da vida dela. E reconheceram que estão velhos para uma criança tão cheia de energia.

- Meus avós são britânicos, queriam que eu tivesse a educação de uma lady e fosse regrada como a minha mãe e... eu sempre fui muito moleca!- eu ri- Eles acabaram se afastando e quando me vêem querem me corrigir em tudo.

- viu que a cozinha é diferente da minha? - Ele apontou para o local. - Ela é aberta... Americana. Quem morava aqui era solteira, sempre gostei do que fez. A reforma ficou perfeita.

- É um espaço bem legal!- sorri e me debrucei no balcão, o encarando. Me perdi por um instante imaginando aquele homem me comendo de pé apoiada naquele balcão. "Caralho, eu preciso transar"

- Samantha? - Kent me chamou.

 - Desculpa! Me distrai. -fiquei ruborizada e me voltei pra ele.

- Tem dois quartos... - ele seguiu para o corredor. - A suíte foi reformada. O banheiro é bem moderno.

Acompanhei, gostando bastante do espaço e já vendo os meus móveis e coisinhas em cada canto.

- Acho que seremos vizinhos. Eu adorei isso aqui!

- Tinha certeza que iria gostar. - Ele sorriu parando a minha frente. - O apartamento é meu... Qualquer problema pode falar comigo... Ou com Tiger o porteiro... Ele também cuida de tudo aqui.

- Ótimo!- me aproximei de um modo insinuante, ficando bem próxima a ele, como eu queria estrear aquele apartamento com ele- Quando podemos fechar o negócio? -sorri maliciosa, encarando os seus lábios

 Kent entortou a cabeça e estendeu a mão para mim.

- Amanhã o contrato estará em suas mãos e já pode se mudar se quiser.

- Vou mandar trazer as minhas coisas amanhã mesmo! - Sorri e encarei os seus lábios. Como eu queria beijá-lo, mas não conseguia ousar com ele como estava acostumada.

- Papai... - Manú entrou correndo. - O Dukan quebrou minha caixinha de música!!!

Kent a pegou no colo acalentando a pequena, piscou para mim e saiu para resolver o problema da pequena Manú.



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