Samantha
Acordei antes do despertador tocar e desliguei-o para não acordar Kent, segui para o quarto de Manu e ela estava sentadinha, maravilhada com a sua cama nova e abraçada a boneca Cinderela que eu tinha deixado sobre o seu travesseiro.
- Gostou da sua carruagem, Princesa?
- É Ninda!!! - Ela respondeu puxando o ar pela boca, chagando a fazer um som engraçado.
Seus cabelos estavam bagunçados e era até divertido em vê-la daquele jeito.
- Vossa Alteza quer tomar o seu leite agora?
Manú deitou na cama rindo sacudindo a cabeça que sim, toda envergonhada.
- Bem quentinho, tá!? - Ela riu mostrando seus dentinhos.
- Como queira, Vossa Alteza! - ela abraçou a boneca e eu beijei seu rosto e levantei indo para a cozinha. Aquela vida de mãe. postiça e dona de casa era tão gostosa que eu estava pensando em dar uma pausa na minha carreira que estava só no início, pra viver isso em sua plenitude. Talvez eu estivesse louca!
Preparei o leite de Manu e o café de Kent, logo ele acordaria e o meu Dr. Rabugento adorava o meu café, voltei ao quarto de Manu e lhe entreguei a mamadeira, que eu achava que já estava mais que na hora dela largar, precisava conversar com Kent a esse respeito, ela já estava bem grandinha e eu não queria vê-la com os dentinhos tortos pelo uso excessivo da mamadeira.
Observei-a enquanto tomava o seu leite, pensando que logo ela teria um irmãozinho pra brincar, ou talvez outra princesinha como ela, e eu não queria que eles se sentissem como eu muitas vezes me sentia quando criança, perdida entre as paredes daquele hospital, eu queria ter o direito que minha mãe e a mãe da Manu não tiveram, criar os meus filhos.
Logo a pequena terminou o seu leitinho e já estava bocejando, me entregou a mamadeira e abraçou sua nova companheira.
- Durma bem, minha menina! Hoje o papai está em casa pra cuidar de você.
Levantei levando a mamadeira para a cozinha, limpei a minha bagunça e segui para o quarto, me arrumei para o trabalho, sentei na cama, beijando o rosto de Kent.
-Tenha um bom dia, meu amor! - sussurrei em seu ouvido e saí, fechando a porta do apartamento. Resolvi ir para o hospital andando, ainda era bem cedo e eu precisava pensar. Será que seria feliz se deixasse o hospital? Ainda que temporariamente? E se eu me arrependesse? E se me sentisse infeliz depois de algum tempo? Mas, eu queria ter tempo para o meu filho, queria vê-lo dizer as primeiras palavras, dar os primeiros passos, acompanhar o seu crescimento e o da Manu. Eu jamais me arrependeria dessa decisão!
Cheguei ao hospital e segui direto para o meu setor. Eu precisava tomar café, mas tinha mais urgência em falar com Caleb e para a minha sorte ele já estava na sala, adentrei me certificando de que só havíamos nós dois. Ergui a minha blusa apressada e ele me encarou de modo estranho.
- Você consegue notar algo de diferente em mim? - indaguei.
Caleb tomou distância para olhar bem, então ele me olhou piscando várias vezes.
- Caramba! é o que estou pensando? - Caleb se aproximou colocando a mão na minha cintura, medindo a minha barriga. - Temos uma San ou um Esquentadinho aí?
- Já está perceptível, não é?
- Está porque me mostrou, mas... - Ele me olhou curioso. - Kent não sabe. - Caleb praticamente mais afirmou do que fez a pergunta.
- Não... E eu estou apavorada, Caleb! Estou com medo do Kent rejeitar esse filho. Dele não querer ficar comigo quando souber
- Besteira! - Caleb fez careta. - O homem pode ser um posso de arrogância, mas ele não me parece ser um homem que vá recusar qualquer coisa... - Caleb me puxou para sentarmos no sofá, ele ficou de lado, voltado para mim. - Vocês dois são adultos... O máximo que Kent pode dizer a você é... "Não quero me casar". - Ele deu de ombros. - Estou feliz por você. E de verdade, você não precisa dele pra criar seu filho, se ele se recusar, mande um bom foda-se.
- Ele me convidou pra morarmos juntos!- sorri fraco
- Uauuuuu... Deveria ter aproveitado... - Caleb me encarou. - Vocês dormem juntos.. transam... ele ainda não te viu assim... nua?
- Eu tenho evitado ficar totalmente nua e... Eu estou sendo uma idiota, né?
- Está! - Caleb ergueu a sobrancelha, sorriso amável. - Quero ser o padrinho... e ai de você se disser que não! - Caleb se levantou me puxando para ficar de pé. - Vamos ao ultrassom... Quero ver se está tudo bem com você e o bebê.
- Você é incrível, sabia?- sorri pra ele. - Vou sentir a sua falta!
- Como assim? - Saímos pelo corredor, Caleb laçou a minha cintura indo até o elevador, tínhamos que ir até o 12° andar onde ficava a maternidade.
- Estou pensando em deixar o hospital.
- Não!!! - Caleb me encarou assim que entramos no elevador e apertou o botão para subir. - Você pode atuar no hospital... como atendimento, sem ser na emergência, 4 ou 6 horas... Acho besteira deixar isso aqui... Ou... pode até abrir um consultório perto do apartamento. Deveria é fazer especialização em pediatria.
- Talvez um dia, Caleb! Por enquanto eu quero ser uma mãe pro meu filho, dar a ele o que eu não tive.
- Entendi... - Caleb torceu a boca. - Vou sentir a sua falta, mas prometo ser um padrinho muito chato. e Audrey vai adorar ficar com ele quando precisar de uma folguinha pra fabricação de mais Kent ou San!
- Você não existe, sabia?
Caleb e eu atravessamos o corredor da maternidade, entramos na sala de ultrassom, Caleb apanhou um avental e me entregou.
- Coloque o avental e volte para cá. - Ele disse ligando os aparelhos.
Obedeci meu amigo, já conhecendo o procedimento, me acomodei na cama pra dar início ao exame.
Caleb colocou gel na minha barriga, espalhando com o ultrassom, ele fez as medições, olhou tamanho, condições do útero e depois de vários clicks naquela maquina e girar o aparelho na minha barriga, finalmente ele virou o monitor para mim, ligando o som para escutarmos o Cardíaco.
- Shua shua shua... - Disse Caleb rindo emocionado. - Isso é o mais belo som que podemos escutar... é a certeza da vida.
- Ele é perfeito, não é? - Encarei o monitor, certa do que dizia, eu sabia que tudo estava certo com o meu pequeno.
- Ele está bem, circunferência da cabeça está normal, tamanho... - Caleb ia me mostrando os números na tela. - E quer o sexo? - Ele piscou para mim.
- Claro que eu quero o sexo!- sorri
- Vamos lá... - Caleb deslizou o aparelho procurando uma boa posição. - Vamos lá... mostra pro titio... Ahhhhhhh... A mamãe está certa... é um belo de um rapazinho!
Sorri alvo já imaginando as travessuras das minhas duas crianças juntas.
-E quando vocês pretendem encomendar um filhotinho!
- Há! - Caleb finalizou o exame, imprimindo as imagens e me olhou relaxando na cadeira. - Audrey e eu não teremos filhos... é... Os exames deram negativo... A quimioterapia afetou seus óvulos... pode ter sido na infância... foram dois anos de quimio. - Caleb deu de ombros. - Eu e Audrey conversamos depois que ela saiu de uma quase depressão... E decidimos não adotar. seremos pais de bichos sem pelos... quem sabe um dia ela mude de ideia, mas por enquanto vamos trepar e muito!
- Está feliz com essa idéia?
- De trepar? Simmmm... Quanto a filhos... não, mas não queria tão de imediato, Audy é jovem, tem muita coisa pra fazer na vida... e eu ainda tenho alguns anos de medicina... E como meu pai diz, tudo tem a sua hora.
-Tudo vai dar certo, Caleb! E vocês vão aproveitar bem o casamento de vocês.
- Obrigado... E parabéns! Está tudo bem com seu filho. - Ele me entregou as imagens. - Conte logo para Kent.
- Vou criar coragem e contar o quanto antes.
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Um Amor, Por Emergência!
RomansaBruce sofreu um acidente quando faziam a transferência de armamento para outra cidade. Vallentine está prestes a dar a luz e não se da por vencida, Bruce iria voltar para ela e para seu filho. Samantha abriu mão de Caleb para que ele possa ser feli...