Pegando carona

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Samantha

Não era impressão minha, meu pai realmente estava tentando me empurrar pra cima do Kent, ele simplesmente passou todo o jantar, ressaltando o quanto eu era uma boa filha, aplicada e ressaltando todas as qualidades que eu sequer sabia que tinha.

Acho que nunca antes na vida, eu me senti tão constrangida e me senti aliviada quando finalmente nos despedimos, e foi encabulada que aceitei a carona de Kent, pois percebia o ar de deboche em seu rosto.

- Quer tirar esse risinho debochado do rosto! - o provoquei quando tomamos o elevador. Emmanuelle dormia de babar em meu ombro, já que insistiu em descer no meu colo e como eu adorava a sensação de estar abraçada aquele corpinho pequeno, não protestei. - Se eu soubesse que a intenção do meu pai era me matar de vergonha eu nem teria vindo.

- A intensão do seu pai é mais do que te matar de vergonha. - Kent tirou uma manta de dentro da bolsa de Manú, ficando a minha frente e cobriu a menina, mas sem tirar os olhos de mim. - Então você queria ser bailarina, anjinho?

- Quando temos três anos queremos muita coisa! E só o meu pai pode me chamar de anjinho

- Quanto mais eu te conheço e escuto histórias sobre você eu fico me perguntando se é da mesma pessoa. - Ele cruzou os braços.

- E que idéia você faz...ou fazia de mim, Kent?

Ele fez uma careta e a porta do elevador se abriu e saímos.

Assim que Kent colocou Manú na cadeirinha e a colocou no cinto de segurança nos acomodamos no banco da frente, Kent colocou a chave na ignição.

- Não que você não tenha sido uma criança linda, arteira assim como Manú... Mas Balé!? Eu não consigo te ver dançando.

Ele ligou o carro e saiu calmamente

- Nem você, nem a Srta Clinton, a professora. Eu só durei dois meses no balé! - ri alvo, me divertindo com aquelas lembranças. - Pra ser honesta, eu não tenho certeza se o meu pai estava mesmo falando de mim, eu não me lembro de um terço das façanhas que ele me atribuiu.

Kent riu comigo.

- É o que imaginei... Uma criança arteira... Nada fácil de domar... - Kent levantou a mão se lembrando de algo. - A avó de Manú levou para o balé. Uma semana depois desistiu, Manú queria fazer o que tinha vontade e não o que a professora mandava. Então tinha dias que ela saia correndo e invadia outras salas, fazia escândalo porque queria a roupa da bailarina, aquela que é cheia de véu... Não aguentou. Acho que minha filha deu graças a Deus por ter voltado para a creche do hospital.

- A Manu é uma alma livre. - sorri a olhei pelo retrovisor. - É tão serena dormindo

- Manú é a princesa borralheira, a que gosta de tudo simples.

- Eu já percebi! Pelo visto o sofisticado da família é você

- Mal de família. Você está certa! - Kent piscou para mim.

- Mas, é ótimo que os avós dela sejam presentes, ainda que a relação entre vocês não seja das melhores

- Concordo... - Ele se calou. - como está sendo no novo apartamento?

- É ótimo! Bem arejado, aconchegante! A sala ventila tão bem que eu tiro os melhores cochilos no sofá

- Gosta de dormir no sofá?

- Não gostava tanto, até começar a morar no seu apartamento, o meu sofá fica de frente pra janela e eu recebo o ar fresco e a luminosidade.

- Isso faz meu pensamento voar longe... - Ele soou delirante.

- Longe, quanto? - estranhei.

- Nua... Deitada no sofá... A caramba!!! Eu acho que... Estou sofrendo um aperto.

Desviei a atenção dele para a estrada, não queria que ele percebesse o efeito que me causava. Repousei a cabeça no encosto do banco e fechei os olhos

- Cansada?

- Na verdade, sim! - Sorri encarando a cidade. - Quando chegam os seus substitutos? - Me voltei pra ele.

- Seu pai me garantiu que amanhã. - Ele me olhou rapidamente. - Falei algo que não gostou?

- Não! - Soei natural. - Está tudo em ordem.

Entramos na garagem do prédio e Kent estacionou e desligou o carro, virando para mim segurou na minha nuca e me beijou guloso.

Gemi entre seus lábios, totalmente surpresa e agarrei as lapelas da sua camisa.

- Achei que não quisesse repetir o que houve entre nós

- Eu quero repetir... Quero te levar pra cama... - E ele me beijou novamente.

- Não...Kent! - Minha respiração estava ofegante, mas tive forças para afasta-lo. - Eu não quero transar com você de novo e o ouvi dizer no dia seguinte que foi bom, mas que não podemos fazer de novo.

Kent se afastou do meu rosto, soltou o ar com força e sem dizer nada abriu a porta com força, dando a volta para pegar Manú.

Desci do carro e o segui.

- Quer ajuda pra levar a Manu pra cima.

- Não precisa... Já a carregou demais por hoje. - Kent a ajeitou no colo para apertar o botão do elevador.

Tomei a liberdade de apertar o botão do nosso andar e ele ficou me encarando com aquela cara de bunda, até chegarmos a porta do seu apartamento.

- Quer que eu destranque a porta?

- Por favor. - Disse seco estendendo a chave para mim.



***

Tem horas que eu odeio o Wattpad.
Vou demorar pra postar o proximo capitulo... Novamente o foi engolido.
Terei que montar todo novamente.
Aguardem... Em uma hora estarei postando.


Um Amor, Por Emergência!Onde histórias criam vida. Descubra agora