Kent discute com Samantha

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Kent

Estava terminando de atender um paciente quando vi Lincoln parado observando meu atendimento.

- Bom dia! - Disse o olhando rapidamente. - Quer falar comigo?

- Se for possível é claro! - Ele sorriu amável.

- Quero te ver dentro de sete dias para tirar os pontos. - Disse ao jovem sentado na maca. - Lave bem com água e sabão, seque bem e faça o curativo com a pomada que vou indicar. - Fiz o receituário do medicamento para tomar e passar e deixei a saleta.

- Como estão as coisas por aqui? - Ele me perguntou parecendo temeroso.

- Por aqui anda tudo tranquilo, tirando o que aconteceu a dois dias atrás... Nos sentamos no meu consultório. - Tem notícias da autópsia?

- Realmente era uma embolia, nao existia nada que pudesse fazer... foi uma pena.

- Sim... - Torci a boca chateado.

- E Samantha? - Ele me olhou curioso.

- Samantha... - Apoiei os braços na mesa e sorri sem jeito. - Você será avô...

- Ela te contou então? - Lincoln sorri.

- Você já sabia? - Fiquei surpreso.

- Sim...Ela me contou ontem de manhã.

Engoli em seco, ela contou para todos menos para mim que era o mais interessado, desviei o olhar fervendo de raiva. Me voltei a ela sorri chateado, mas ele não percebeu.

- Estou vendo uma casa em Kings Point. - Passei asa mãos nos cabelos. - San quer ter uma vida de mãe e acho que dentro de um apartamento não seria bom. uma casa, com espaço seria bem melhor.

- Estou surpreso. - Lincoln disse. - Eu achei que jamais deixaria seu apartamento para...

- Não acho que San mereça, muito menos as crianças, se vamos começar uma vida juntos, uma família, então que seja algo novo. Lembranças novas.

- Meus parabéns, Kent! - ele se levantou abrindo os braços para mim. - Eu sempre soube que é um homem de grande coração, e que será bom para minha filha.

Me levantei sorrindo e o abracei.

- obrigado por sua confiança, mas não estou com ela por sua causa.

Rimos.

- Eu sei muito bem disso. mesmo assim sempre torci para que você e San se enxergassem.

- Então vamos dizer que é um guru! -Estapeei o ombro de Lincoln.

Ficamos conversando mais um pouco e logo ele voltou para seu andar da administração e eu voltei ao meu trabalho com aquela pulga atrás da minha orelha por ter sido informado depois do pai.

Assim que sobrou uma brecha no meu turno, fui para o nono andar a procura de Samantha.

Entrei na sala dos médicos, todos estavam lá tomando seu café e conversando, Caleb estava próximo dela, braços cruzados escutando o que James falava para eles.

- Samantha... - Chamei.

- Sim, Dr. Kennedy? - Ela voltou-se pra mim no seu tom formal quando se tratava do trabalho.

Abri a porta para ela sair, que passou por mim, sorri para os demais e saí fechando a porta. Parei a sua frente, mãos na cintura e a encarei.

- Quando deixei de ser o primeiro as saber do nosso filho? - Cruzei os braços a encarando bravo.

- Está bravo porque eu contei ao papai antes?

- O certo era eu e você contarmos pra ele... Sabe como me senti? Um cara que estava pronto para pular do barco... um moleque.

- Kent, não foi isso! Procurei o meu pai porque queria anunciar a minha saída do hospital e precisava lhe esclarecer a razão.

- E não podia me contar antes? - Me afastei bufando. - Não fiquei feliz! me sinto fazendo papel de moleque, irresponsável.

Saí andando, deixando Samantha para trás, estava tão puto que não poderia ficar mais tempo ali ou diria algo para magoa-la.

Apertei várias vezes o botão do elevador com raiva.

- Kent, você está sendo muito duro, meu amor! - Ela me seguiu até o elevador. - Eu não imaginava que você fosse ficar tão aborrecido.

- Fiquei... agora volta lá pro seus amigos... - A olhei assim que a porta se abriu. - Conversaremos em casa. - Apertei o botão para descer e a porta se fechou, os olhos de San estavam cheios D'água, a porta se fechou e me recostei na parede bufando de raiva de mim mesmo.

A porta do elevador se abriu, saí despreocupado pensando na merda que fiz, eu era um ogro e fiz Samantha ficar chateada, mas eu também tinha razão, eu não era um moleque para ela não falar primeiramente para mim.

Levantei a cabeça para abrir a porta que dá para a emergência e vi um segurança caído, me abaixei mais que depressa para socorre-lo.

O virei para mim depois de ver seus sinais vitais e ver se ele estava ferido, seu super cílio estava cortado e sangrava muito, olhei em volta e me dei conta de que estava tudo muito quieto.

Olhei para Thomas, fechei meu punho e apertei seu tórax para que ele reagisse, Thomas de imediato assegurou a minha mão.

- Que merda está acontecendo? - Perguntei ajudando ele a se sentar.

- Há... um homem... entrou pela emergência, obrigou todos a virem para cá, quando saquei a arma para rendê-lo, ele me deu uma coronhada.

- Espera aí? - Olhei para o corredor. - Você está me dizendo que um homem rendeu médicos e enfermeiros?

Ele indicou que sim.

- Tem alguém na emergência?

- Não sei, doutor! - Ele levou a mão ao super Cílio.

- Pega seu rádio e veja qual é a situação e pra onde ele está levanto essas pessoas.



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