Bruce não se sente bem

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Bruce

Brandon estava aí, perfeito para amarmos. Vallentine agora era toda atenção para ele, eu tinha que me limitar em olhar e segurar quando era necessário.

Aquela cadeira era algo que me irritava. Ouvir de que eu tinha que usá-la o tempo todo me deixava mais ainda irritado.

Não era fácil sair de uma vida completamente ativa para uma sedentária. Eu sentia falta das minhas manhãs de corrida, exercícios pesados e atividade de trabalho como segurança.

Um fim de semana vieram para nos visitar Caleb e Audrey, trouxeram alguns presentes e tive a chance de conhecer melhor Caleb. Médico universitário, me deu algumas dicas para começar um exercícios de fisioterapia em casa. Apanhou um brinquedinho de borracha para banheira e me entregou.

"- Comece com repetições de 5 apertões no patinho. Descanse um minuto e repita, faça isso todos os dias. - Disse Caleb mostrando como se faz.

- Não seria melhor uma bolinha?

- Seria... Mas comece com algo molinho  para ajudar... É como ir a academia, você começa com pouco peso para ir se acostumando."

Agradeci ao Caleb pela ajuda, mas aquele entusiasmo de começar algo não demorou muito pra cair no tédio.

Era verão e estava calor, Brandon tinha ido dormir tarde, deixando Vallentine exausta, ela estava irritada, pois tudo estava em suas costas, brigamos por causa de Brandon e a mania de chamar a mãe para tudo.

A pior parte era me sentir um inválido, não poder ajudar nem mesmo para pegá-lo no colo e nina-lo para que ela descansasse um pouco.

Na verdade tinha ciúmes de ver todos babando e passando por mim como se eu não existisse.

"Oi, Bruce! Não vi que estava aí!"

Eu só podia sorrir.

Com calma me levantei da cama, olhei para Vall que dormia pesadamente. Com muita calma fui até o berço do meu menino, dei um beijo nele.

- Papai ama muito você! - disse num sussurro, perto do seu rostinho.

Me Ergui e saí do quarto a passos lentos até chegar na porta da sala, a destranquei com calma e saí, fechando lentamente. Olhei para todos os cantos e não tinha ninguém a nossa volta e resolvi ir até o dec da praia da casa.

Minha cabeça estava em parafuso, eu tinha metido Vallentine numa vida que creio ela não estava preparada. Era um homem forte e que não tinha papas na língua, e estava me segurando para não explodir com ela e sua família.

Parei no caminho várias vezes para respirar e deixar que a dor passasse, creio que devo ter levado uns 30 minutos para chegar na areia da praia.

Desejei um banco para me sentar naquele exato momento, mas não tinha.

Escutar o barulho do mar me deixou a flor da pele e toda a minha angústia veio a tona, Tapei o rosto com as mãos e chorei pela dor da perda do meu amigo em combate, chorei por mim, por não ser o homem que Vallentine esperava que eu fosse e por tudo que já passei na vida.

Então sem pensar comecei a tirar a roupa, ficando apenas de cueca, caminhei até a água deixando meus pés molharem. O direito eu sentia o gelado da água, mas o esquerdo era dormente.

Enquanto isso minhas lágrimas as desciam, a vontade de entrar e deixar que o mar me levasse me dava um certo conforto. Quando me vi, já estava com a água no peito e de repente o chão faltou aos meus pés e eu afundei.

Sem chances de nadar por não ter movimento, segurei o ar nos pulmões e deixei o corpo afundar lentamente. Fechei os olhos me despedindo de todos, estava pronto para soltar o ar e deixar que a água invadisse meu corpo

Senti que alguém me puxava para cima até que pude respirar.

- Te peguei... Vai ficar tudo bem... - Rick me puxou para fora d'água.

O som do mar com as pequenas ondas me deixavam exausto, Rick nadava agarrado a mim para me levar para a beirada da água, me largando, ele se sentou ao meu lado esbaforido.

- Que hora para nadar!? Tem uma piscina aquecida, sabia?

Eu olhei para ele, Rick estava de terno, nem teve tempo de tirar a roupa.

- Eu não vou te agradecer...

- Não precisa... É só mandar meu ter o programa tintureiro e pagar.

Soltei o ar revoltado.

- Se está pensando em se matar... Sugiro que escolha outro lugar... - Ele apontou para o jardim. - Tem muitos seguranças... E você não é pequeno e muito menos rápido para passar desapercebido.

- Eu não ia me matar... Só queria se for a água do mar... A areia acabou debaixo dos meus pés. - com dificuldade me inclinei para a direta e me sentei, soltei o ar com força. - Não conte a ninguém que me viu aqui.

- E eu digo o quê? Estava calor e tomei banho de mar com roupa e tudo... Não!!! Eu preciso deste emprego.

- Ao menos me ajude a me levantar.

Rick bufou e me ajudou a ficar de pé, virei o corpo para voltar para a casa e três seguranças mais Ralf vinham correndo.

Com calma expliquei o que aconteceu, nem de perto consegui convencer de que foi um acidente.

Ralf me ajudou a ir para o alojamento dos seguranças, tomei um banho e me sentei para um cafeteira forte e uma conversa bem longa. Estava precisando de um amigo e Ralf foi um.



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