Kent vai ao nono andar ver San

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Kent

Assim que desci no nono andar e vi aqueles dois rodopiando pelo corredor, me deu uma vontade enorme de quebrar a cara de Caleb. Aquele ciúmes era gritante desde a um tempo e ele só vem piorando com o passar do tempo. Eu não queria sentir aquilo e isso me assustava, amar machucava e não sei se estava preparado para perder mais uma vez.

Pigarreei tirando os dois daquele abraço, Samantha se despediu e se aproximou de mim.

- Bom dia! - Sorri rapidamente.

- Bom dia! Seus novos ajudantes já chegaram?

- Ainda não... estão atrasados. - Enfiei a mão no bolso e tirei o brinco que ela tinha perdido a uma semana atrás na correria do atendimento. - Achei... e pensei que gostaria de ter de volta.

- Obrigada! - Ela tomou o brinco da minha mão com um sorriso alvo no rosto- Eu tenho esse brinco desde os meus quinze anos. Foi um presente do meu pai.

 - Eu sei... eu ouvi você contar a enfermeira enquanto procurava pela emergência... - Respirei fundo. - Manu vai estar pronta para sair com você... Só não faça as vontades pelo caminho, ou você e ela vão ter diabetes dentro de uma semana.

- Não seja exagerado! - Ela sorriu. - Um sorvetinho, ou uma fatia de torta de chocolate não vão nos matar

- Vai estragar o jantar... Bem! - Tirei uma chave do bolso. - Aqui está a chave do meu apartamento se precisar de alguma coisa dela ou remédios. Ela é alérgica a pasta de amendoim, então nada com derivados... e ela vai querer.

- Tudo bem! Não vou ser eu a responsável por provocar um choque anafilático na nossa menina...Digo, na Manu.

Dei risada.

- Nos vemos mais tarde... - Apontei para o corredor. - Agora vá, precisa ir trabalhar.

- Nem me desejou Boa sorte, Dr. Kennedy!

- Ah!.. Desculpa! - Me inclinei me aproximando dela. - Boa sorte. Se precisar de ajuda, pode me chamar... e não fique muito perto do babaca do Caleb... ele é casado e a esposa um poço de ciúmes.

- Ele é casado, a esposa muuuuuito ciumenta, mas nós somos só amigos.

- Continue assim! - Dei um beijo em seu rosto, próximo a boca. - Vai trabalhar... que vou ver minha filha e dar as ordens a ela... ou você ficará maluca.

- Não me importo de enlouquecer um pouco com a Emmanuelle.

- Está bem! Até as 23h.. - Acenei com a mão.

- Achei que iria dobrar o plantão e me permitir passar uma noite inteira com a minha pimenta

- Vamos ver... - dei de ombros. - As vezes pode acontecer de ter que ficar... Plantão nunca se sabe. Mas eu sou o chefe... Posso fazer o meu horário.

- Imagine, quando... - Ela calou-se. - Nada!

Ergui uma das sobrancelhas curiosos.

- DRA. LINCOLN? - Uma enfermeira apareceu no corredor a chamando, nós dois a olhamos.

- Melhor ir antes que alguém te de uma advertência.

- Até mais tarde, Kent!

- Até mais! bom trabalho. - Me afastei sem me virar e ela sorriu. - Te vejo na creche? - Dei as costas para ir para o elevador, apertei o botão e a olhei.

- Nos vemos na creche! - Ela acenou e seguiu para o seu setor.

Dei risada entrando no elevador. me recostei no fundo enfiando as mãos nos bolsos. alguma coisa me dizia de que a partir de agora se eu quisesse essa mulher teria que conquistar. O problema é que eu nem sei mais como fazer isso. Como ter outra mulher na minha vida além de Manu. dividir minha filha com outra pessoa.

Desci no meu andar para voltar ao meu trabalho depois de 15 minutos de folga. Durante o meu trabalho, na correria da emergência. fiquei pensando em Calú e porque não demos certo. A resposta era sempre a mesma, eu não me deixei amar, não abri meu coração, Mas tinha mais alguma coisa e San vinha a minha mente. Sim! ela era o motivo, desde que entrou para a emergência, seu jeito adulto para a sua idade, querendo ser perfeita no seu atendimento.



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