Provocando

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Dr. Kent

Segui com Manú nos braços de volta ao meu apartamento, a caixinha de música estava nas mãos do vovô Eliot. Pois ele tentava arrumar.

- Deixe isso, está bem danificado. - Coloquei Manu no chão que esfregava os olhinhos. - Eu vou comprar outro para você.

- Promete? - Ela me olhou triste.

- Prometo... e vai ser mais bonito que este. Agora vá brincar. - A virei e a fiz seguir para junto das crianças.

Ao me levantar, Samantha estava a minha frente, sorrindo.

- Quer comer um cachorro quente? - Estendi a bandeja de salgados a ela.

- É, pode ser! - ela sorria alvo e estava estranhamente mais simpática do que era no hospital

- Sente, minha filha! - A senhora ofereceu um lugar. - Não vai crescer mais que isso.

Dei risada pelo que ela disse apontei para o sofá.

- Logo vamos cortar o bolo... Já vão dar 19 horas.

- Ainda é tão cedo! Ah, claro... É um aniversário infantil!

- Com certeza... ou teremos essa sala inundada por mais famintos e histéricos. - Tomei a minha cerveja que tinha esquecido sobre a mesinha.

- Seu pai está decidido a se aposentar mesmo?

- Sim! E está quebrando a cabeça pra escolher um sucessor na direção do hospital.

- Ele já tem nomes? Ou pelo menos citou algum? - Estreitei os olhos para ela. - Achei estranho a reunião ser fechada... Apenas você participou.

- Ah, mas essa reunião não foi da definir os novos membros do grupo diretor. Foi pra tentar me coagir a continuar no hospital

A encarei franzindo o cenho.

- Como assim? Não vai continuar no hospital depois de formada?

- Depois de formada sim, mas apenas três anos... Estou pretendendo usar a herança que minha mãe me deixou para montar a minha própria clínica. Meu pai não está muito feliz com isso.

- Eu acho isso uma grande besteira... Afinal de contas o hospital também é seu... Vai estar trocando de endereço.

- Obrigada por acreditar no meu potencial, Dr. Kennedy! - ela ficou aborrecida e sua testa franziu. - Vocês não entendem que eu quero ter algo meu? Algo que fiz progredir com o teu trabalho e suor do meu rosto.

- Hummm... um bom argumento, Dra. San... Mas vai deixar o patrimônio que sua mãe ajudou a construir nas mãos daqueles acionistas que só visão lucros e não estão nem aí para os pacientes? - Apontei para ela com a garrafinha ainda em mãos. - Lembre-se do que aconteceu sobre aquele paciente que não tinha seguro saúde, precisando de atendimento e era o nosso dever como médicos atendé-lo. depois ver a questão da transferência e custos... E o que aconteceu? O homem foi removido sem as devidas providência e hoje quem está levando o processo nas costas é seu pai. então minha cara! Pense bem se é isso que quer! ou indique meu nome para ser o diretor.

Dei de ombros, sabia que era pretensão demais da minha parte, mas queria ensinar boas maneiras aqueles acionistas.

- Não preciso indicar! Você já e o queridinho do Dr. Rupert Lincoln

- Sei... - Dei outro gole na cerveja. - Vamos cortar o bolo.

Me levantei batendo palmas.

- Quem quer comer bolo?

A criançada ficou no alvoroço se juntando em torno da mesa.

Venham crianças grandes... Vocês também precisam cantar parabéns para a minha Cinderela.

Samantha se pôs ao meu lado e para a minha surpresa, Manu veio correndo, pedindo o seu colo.

- O que foi, princesinha?

- Foto!!! - Ela apontou para o vovô que segurava uma Polaroid instantânea. - Sorria Shan!

Passei a mão pelas costas de Samantha e me aproximei das duas, sorrimos todos para a foto.

- Quero ver!? - Ela pediu a foto quando saiu de dentro da câmera.

- Calma... ainda está revelando. - Vovô Eliot sacudia o pequeno papel.

- Não fique tímida... Manú adora tirar foto e ainda mais com quem ela gosta.

- Você ficou linda, Manu! - Samantha afirmou depois de revelada a foto. - Seu pai também, fica muito bem sorrindo. Ele devia rir mais.

 - Você também ficou Ninda! - Ela levantou a foto dando um sorriso orgulhoso.

- Nem adianta falar mal de mim para ela... vai ser ignorada. - Brinquei pegando Manu no colo e a colocando na cadeira de pé.

- Eu não falei mal! fiz uma constatação óbvia e verdadeira.

- Eu não gosto de sorrir... praticas de anos que esqueci o que é ser feliz de verdade... Apesar que não posso reclamar, Manú faz meus dias mais felizes.

- Não gostar de sorrir só prova o quanto você é rabugento!- ela sussurrou no meu ouvido

Começamos a cantar parabéns, Manú era pura alegria, louca para apagar aquelas velinhas acesas a sua frente, quando terminou, ela assoprou forte apagando todas.

- Agora vamos a parte mais crítica da festa. - Olhei de lado para Samantha. - Ver bolo voando pela casa.

- Pode deixar que eu te ajudo com a limpeza

- Olha só! A doutora Samantha Lincoln  ajudando na limpeza da casa do Dr... Como é mesmo que vocês me chamam pelos corredores! - Alfinetei, a tempos estava na ponta da língua para soltar.

- Dr. Gostosão?! - ela riu. - Que culpa eu tenho se você enlouquece as enfermeiras e residentes e mais da metade delas jura que já transou com você.



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